Do blog "Fatos e Dados", da Petrobras:
Divulgamos nossas demonstrações contábeis auditadas
"Apresentamos prejuízo de R$ 21,6 bilhões em 2014, em função, principalmente, da perda por desvalorização de ativos (impairment), de R$ 44,6 bilhões; e da baixa decorrente de pagamentos indevidos identificados no âmbito da Operação Lava Jato, de R$ 6,2 bilhões. Também impactaram os resultados, o provisionamento de perdas com recebíveis do setor elétrico (R$ 4,5 bilhões), as baixas relacionadas à construção das refinarias Premium I e II (R$ 2,8 bilhões) e o provisionamento do Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário – PIDV (R$ 2,4 bilhões).
A geração de caixa operacional alcançou R$ 59,1 bilhões em 2014 e o lucro bruto, de R$ 80,4 bilhões, foi 15% superior ao de 2013. Esses valores refletem o aumento da demanda e maiores preços de venda de derivados no mercado interno. Terminamos o ano com R$ 68,9 bilhões em caixa.
O valor referente aos pagamentos indevidos identificados foi calculado a partir de metodologia baseada nos depoimentos tornados públicos no âmbito da Operação Lava Jato. Foi aplicado percentual de 3% sobre contratos com 27 empresas citadas como membros do cartel, entre 2004 e 2012. No caso de pagamentos para empresas fora do cartel, foram considerados valores específicos citados nos depoimentos. Essa baixa foi reconhecida no 3º trimestre de 2014, período no qual foi apurado prejuízo de R$ 5,3 bilhões.
O prejuízo de R$ 26,6 bilhões no 4º trimestre de 2014 refletiu a perda por desvalorização de ativos (impairment). As atividades mais impactadas foram as de refino (R$ 31 bilhões), devido principalmente à postergação do 2º complexo de unidades da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Na atividade de Exploração e Produção, o impairment (R$ 10 bilhões) ocorreu em função do declínio dos preços do petróleo.
Consideramos cuidadosamente todas as informações disponíveis e não acreditamos que novas informações oriundas das investigações poderão impactar ou mudar de forma relevante a metodologia adotada.
Nós ainda não recuperamos nenhum valor referente aos pagamentos indevidos identificados e não podemos estimar de maneira confiável qualquer valor recuperável neste momento. Estão sendo tomadas as medidas jurídicas necessárias para buscar ressarcimento pelos prejuízos sofridos.
Alta de 5% na produção
A produção de petróleo e gás natural (Brasil e exterior) cresceu 5% em relação a 2013, atingindo a média de 2 milhões 699 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2014. A produção do pré-sal contribuiu com 381 mil barris por dia, com recorde de produção diária de petróleo alcançada em 21 de dezembro, com 713 mil boed.
No refino, a produção total de derivados foi de 2 milhões 170 mil barris por dia, 2% acima de 2013. A carga processada também aumentou 2%, em função do bom desempenho operacional das refinarias. O volume de venda de derivados no mercado interno totalizou 2,4 milhões de barris por dia, crescimento de 3% em relação a 2013.
Leia [neste link] a íntegra da nota divulgada pela área de Relacionamento com Investidores.
Convite Webcast Resultados 2014
Webcast Resultados 2014
RMF 3T14 e 4T14 (IFRS)
DFP 2014 (IFRS)
Relatório da Administração 2014
Rio de Janeiro, 22 de Abril de 2015 - Petrobras divulga seus resultados consolidados do 4T-2014 e do exercício de 2014 auditados pelos auditores independentes, expressos em milhões de reais, de acordo com os padrões internacionais de contabilidade (International Financial Reporting Standards – IFRS). Adicionalmente, a Companhia divulga seus resultados consolidados do 3T-2014 e do período findo em 30 de setembro de 2014 revisados pelos auditores independentes, em substituição aos resultados consolidados não revisados pelos auditores independentes divulgados em 28 de janeiro de 2015.
Prejuízo de R$ 21.587 milhões no exercício de 2014 devido à perda de R$ 44.636 milhões por desvalorização de ativos (impairment). O valor da baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente no ativo imobilizado oriundos do esquema de pagamentos indevidos descoberto pelas investigações da Operação Lava Jato (baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente) foi de R$ 6.194 milhões.
Destaques
A Companhia apurou prejuízo de R$ 26.600 milhões no 4T-2014, principalmente como resultado dos seguintes fatores:
• Impairment de R$ 44.345 milhões (R$ 32.089 milhões, líquidos de impostos), principalmente em ativos de:
i) refino no país (R$ 30.976 milhões), devido à avaliação dos projetos do 2º trem da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ) separadamente da unidade geradora de caixa do refino, tendo em vista a postergação desses projetos por extenso período, motivada por medidas de preservação do caixa e problemas na cadeia de fornecedores oriundos das investigações da Operação Lava Jato. As perdas resultaram de problemas no planejamento dos projetos, utilização de taxa de desconto com maior prêmio de risco, postergação da expectativa de entrada de caixa e menor crescimento econômico;
ii) exploração e produção de petróleo e gás natural (R$ 10.002 milhões), reflexo do declínio nos preços do petróleo; e
iii) petroquímica (R$ 2.978 milhões), em decorrência do cenário de redução na demanda e nas margens.
Adicionalmente, a Companhia apresentou os seguintes destaques no 4T-2014:
• Reajuste de 5% no preço do diesel e de 3% no preço da gasolina em 7 de novembro de 2014.
• Maior produção de petróleo e LGN no país (3%, 60 mil barris/dia) devido ao ramp-up das plataformas P-55, P-62 e P-58 e dos FPSOs Cidade de São Paulo e Cidade de Paraty, além da entrada em operação dos FPSOs Cidade de Mangaratiba e Cidade de Ilhabela. Em dezembro, a Companhia atingiu recorde na produção mensal de petróleo de 666 mil barris por dia no pré-sal.
• Ganho de R$ 3.286 milhões obtido com a venda da participação total na empresa Petrobras Energia Peru S/A, com aumento de R$ 6.691 milhões no caixa da Companhia.
O prejuízo de R$ 5.339 milhões apurado no 3T-2014 refletiu, principalmente, a baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente (R$ 6.194 milhões) e o complemento de provisão para perdas com recebíveis do setor elétrico (R$ 1.602 milhões, líquidos de impostos) em relação ao lucro líquido de R$ 3.087 milhões divulgado em 28 de janeiro de 2015. O detalhamento do resultado do 3T-2014, assim como do período findo em 30 de setembro de 2014, está apresentado como Informações Adicionais do 3T-2014."
FONTE: do blog "Fatos e Dados", da Petrobras (http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/divulgamos-nossas-demonstracoes-contabeis-auditadas.htm).
COMPLEMENTAÇÃO
O balanço da Petrobras foi o resgate da chantagem da "Price"
Por Fernando Brito
"Afora os eventuais “sacolejos” diários, todos verão que o “mercado” não terá abalos permanentes com o balanço auditado da Petrobras, divulgado quarta-feira.
Porque sabe que ele não é “verdadeiro”, considerados os métodos de cálculo usados por outras empresas.
É claro que o balanço teria de registrar perdas, porque não é possível deixar de falar em perdas quando as petroleiras tiveram de amargar uma redução do preço médio de seu produto de uma média de US$ 109 por barril no terceiro trimestre de 2014 para US$ 77 dólares/barril no quarto trimestre, também na média. Média, porque o ano terminou com 62 dólares por barril.
Mas as perdas por reavaliação de ativos – o tal "impairment" - pelas métricas usadas nos balanços das demais petroleiras, é muito menor e o mercado sabia disso, tanto que as estimava em, no máximo R$ 20 bilhões, em lugar dos mais de R$ 40 bilhões divulgados. E as perdas de R$ 6 bilhões com corrupção, todos sabem, não vão além de uma “conta de chegar”.
Ambos são números que a "Price", que audita os balanços da Petrobras, está determinando, com o pé no pescoço que a exigência de apresentação do balanço auditado lhe permite fazer, desde que a presidência da petroleira era exercida por Graça Foster.
Foi a "Price" quem forçou o cálculo dos tais R$ 88 bilhões de prejuízo com o "impairment", que a acuada Graça Foster aceitou e que, afinal, foram reduzidos para R$ 44 bilhões, que é exatamente a metade de algo que não tinha pé nem cabeça.
Daí também a fórmula estapafúrdia de considerar 3% a perda por corrupção sobre o valor dos contratos sobre os quais a “Lava-Jato” levantou suspeitas. Nem sua Excelência, o Dr. Sérgio Moro, chega sequer perto disso, e pode-se ver isso até pela sentença que prolatou quarta-feira sobre os prejuízos que a dupla Paulo Roberto Costa, onde estabelece que, em relação à “lavagem de dinheiro” operada por Youssef, o desvio foi de R$ 18,6 milhões no caso da Refinaria Abreu e Lima.
Um baita assalto, mas que precisaria ser multiplicado por 330 vezes para chegar ao valor estimado em balanço.
Os dois valores foram o preço que a "Price" exigiu para assinar o balanço sem “ressalvas” e, portanto, assumir a responsabilidade solidária que tem no caso de eventuais ações judiciais e, claro, limpar sua fachada diante do mercado pelo “não tinha nem visto” que praticou sobre as contas da companhia até o terceiro trimestre passado.
Se não assinasse, a Petrobras teria de pagar antecipadamente suas dívidas, o que quebraria até mesmo uma gigante com caixa de [dezenas de] R$ bilhões.
Se assinasse com ressalvas, manteria a empresa sob seu poder.
A opção foi a de ceder à chantagem da "Price", mas exigindo que não houvesse ressalvas e, assim, desaparecesse o seu poder de pressão sobre a companhia.
Decisão, é claro, que teve o “de acordo” de Joaquim Levy e o diagnóstico de que “não há outro jeito” levado a Dilma.
É assim que funciona o “limpo” mercado. Empresas de auditoria, classificadoras de riscos, certificadoras, tudo é parte de uma imensa máquina de ganhar dinheiro, longe de qualquer “santidade contábil”.
Como disse, pode haver um “chacoalhão” no mercado, sobretudo pela negativa de pagamento de dividendos.
Mas, depois dele, a tendência seguirá sendo a de lenta recuperação da empresa, que teve de aceitar encolher em investimentos e patrimônio.
Torçamos que não – e acho que não – esse encolhimento não represente cessão de alguma parcela dos campos do pré-sal.
Mas a "Price", desde quarta-feira, deixou de ser uma faca de ponta para exigir isso."
FONTE da complementação: escrito por Fernando Brito em seu blog "Tijolaço" (http://tijolaco.com.br/blog/?p=26413).
A geração de caixa operacional alcançou R$ 59,1 bilhões em 2014 e o lucro bruto, de R$ 80,4 bilhões, foi 15% superior ao de 2013. Esses valores refletem o aumento da demanda e maiores preços de venda de derivados no mercado interno. Terminamos o ano com R$ 68,9 bilhões em caixa.
O valor referente aos pagamentos indevidos identificados foi calculado a partir de metodologia baseada nos depoimentos tornados públicos no âmbito da Operação Lava Jato. Foi aplicado percentual de 3% sobre contratos com 27 empresas citadas como membros do cartel, entre 2004 e 2012. No caso de pagamentos para empresas fora do cartel, foram considerados valores específicos citados nos depoimentos. Essa baixa foi reconhecida no 3º trimestre de 2014, período no qual foi apurado prejuízo de R$ 5,3 bilhões.
O prejuízo de R$ 26,6 bilhões no 4º trimestre de 2014 refletiu a perda por desvalorização de ativos (impairment). As atividades mais impactadas foram as de refino (R$ 31 bilhões), devido principalmente à postergação do 2º complexo de unidades da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Na atividade de Exploração e Produção, o impairment (R$ 10 bilhões) ocorreu em função do declínio dos preços do petróleo.
Consideramos cuidadosamente todas as informações disponíveis e não acreditamos que novas informações oriundas das investigações poderão impactar ou mudar de forma relevante a metodologia adotada.
Nós ainda não recuperamos nenhum valor referente aos pagamentos indevidos identificados e não podemos estimar de maneira confiável qualquer valor recuperável neste momento. Estão sendo tomadas as medidas jurídicas necessárias para buscar ressarcimento pelos prejuízos sofridos.
Alta de 5% na produção
A produção de petróleo e gás natural (Brasil e exterior) cresceu 5% em relação a 2013, atingindo a média de 2 milhões 699 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2014. A produção do pré-sal contribuiu com 381 mil barris por dia, com recorde de produção diária de petróleo alcançada em 21 de dezembro, com 713 mil boed.
No refino, a produção total de derivados foi de 2 milhões 170 mil barris por dia, 2% acima de 2013. A carga processada também aumentou 2%, em função do bom desempenho operacional das refinarias. O volume de venda de derivados no mercado interno totalizou 2,4 milhões de barris por dia, crescimento de 3% em relação a 2013.
Leia [neste link] a íntegra da nota divulgada pela área de Relacionamento com Investidores.
Convite Webcast Resultados 2014
Webcast Resultados 2014
RMF 3T14 e 4T14 (IFRS)
DFP 2014 (IFRS)
Relatório da Administração 2014
Rio de Janeiro, 22 de Abril de 2015 - Petrobras divulga seus resultados consolidados do 4T-2014 e do exercício de 2014 auditados pelos auditores independentes, expressos em milhões de reais, de acordo com os padrões internacionais de contabilidade (International Financial Reporting Standards – IFRS). Adicionalmente, a Companhia divulga seus resultados consolidados do 3T-2014 e do período findo em 30 de setembro de 2014 revisados pelos auditores independentes, em substituição aos resultados consolidados não revisados pelos auditores independentes divulgados em 28 de janeiro de 2015.
Prejuízo de R$ 21.587 milhões no exercício de 2014 devido à perda de R$ 44.636 milhões por desvalorização de ativos (impairment). O valor da baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente no ativo imobilizado oriundos do esquema de pagamentos indevidos descoberto pelas investigações da Operação Lava Jato (baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente) foi de R$ 6.194 milhões.
Destaques
A Companhia apurou prejuízo de R$ 26.600 milhões no 4T-2014, principalmente como resultado dos seguintes fatores:
• Impairment de R$ 44.345 milhões (R$ 32.089 milhões, líquidos de impostos), principalmente em ativos de:
i) refino no país (R$ 30.976 milhões), devido à avaliação dos projetos do 2º trem da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ) separadamente da unidade geradora de caixa do refino, tendo em vista a postergação desses projetos por extenso período, motivada por medidas de preservação do caixa e problemas na cadeia de fornecedores oriundos das investigações da Operação Lava Jato. As perdas resultaram de problemas no planejamento dos projetos, utilização de taxa de desconto com maior prêmio de risco, postergação da expectativa de entrada de caixa e menor crescimento econômico;
ii) exploração e produção de petróleo e gás natural (R$ 10.002 milhões), reflexo do declínio nos preços do petróleo; e
iii) petroquímica (R$ 2.978 milhões), em decorrência do cenário de redução na demanda e nas margens.
Adicionalmente, a Companhia apresentou os seguintes destaques no 4T-2014:
• Reajuste de 5% no preço do diesel e de 3% no preço da gasolina em 7 de novembro de 2014.
• Maior produção de petróleo e LGN no país (3%, 60 mil barris/dia) devido ao ramp-up das plataformas P-55, P-62 e P-58 e dos FPSOs Cidade de São Paulo e Cidade de Paraty, além da entrada em operação dos FPSOs Cidade de Mangaratiba e Cidade de Ilhabela. Em dezembro, a Companhia atingiu recorde na produção mensal de petróleo de 666 mil barris por dia no pré-sal.
• Ganho de R$ 3.286 milhões obtido com a venda da participação total na empresa Petrobras Energia Peru S/A, com aumento de R$ 6.691 milhões no caixa da Companhia.
O prejuízo de R$ 5.339 milhões apurado no 3T-2014 refletiu, principalmente, a baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente (R$ 6.194 milhões) e o complemento de provisão para perdas com recebíveis do setor elétrico (R$ 1.602 milhões, líquidos de impostos) em relação ao lucro líquido de R$ 3.087 milhões divulgado em 28 de janeiro de 2015. O detalhamento do resultado do 3T-2014, assim como do período findo em 30 de setembro de 2014, está apresentado como Informações Adicionais do 3T-2014."
FONTE: do blog "Fatos e Dados", da Petrobras (http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/divulgamos-nossas-demonstracoes-contabeis-auditadas.htm).
COMPLEMENTAÇÃO
O balanço da Petrobras foi o resgate da chantagem da "Price"
Por Fernando Brito
"Afora os eventuais “sacolejos” diários, todos verão que o “mercado” não terá abalos permanentes com o balanço auditado da Petrobras, divulgado quarta-feira.
Porque sabe que ele não é “verdadeiro”, considerados os métodos de cálculo usados por outras empresas.
É claro que o balanço teria de registrar perdas, porque não é possível deixar de falar em perdas quando as petroleiras tiveram de amargar uma redução do preço médio de seu produto de uma média de US$ 109 por barril no terceiro trimestre de 2014 para US$ 77 dólares/barril no quarto trimestre, também na média. Média, porque o ano terminou com 62 dólares por barril.
Mas as perdas por reavaliação de ativos – o tal "impairment" - pelas métricas usadas nos balanços das demais petroleiras, é muito menor e o mercado sabia disso, tanto que as estimava em, no máximo R$ 20 bilhões, em lugar dos mais de R$ 40 bilhões divulgados. E as perdas de R$ 6 bilhões com corrupção, todos sabem, não vão além de uma “conta de chegar”.
Ambos são números que a "Price", que audita os balanços da Petrobras, está determinando, com o pé no pescoço que a exigência de apresentação do balanço auditado lhe permite fazer, desde que a presidência da petroleira era exercida por Graça Foster.
Foi a "Price" quem forçou o cálculo dos tais R$ 88 bilhões de prejuízo com o "impairment", que a acuada Graça Foster aceitou e que, afinal, foram reduzidos para R$ 44 bilhões, que é exatamente a metade de algo que não tinha pé nem cabeça.
Daí também a fórmula estapafúrdia de considerar 3% a perda por corrupção sobre o valor dos contratos sobre os quais a “Lava-Jato” levantou suspeitas. Nem sua Excelência, o Dr. Sérgio Moro, chega sequer perto disso, e pode-se ver isso até pela sentença que prolatou quarta-feira sobre os prejuízos que a dupla Paulo Roberto Costa, onde estabelece que, em relação à “lavagem de dinheiro” operada por Youssef, o desvio foi de R$ 18,6 milhões no caso da Refinaria Abreu e Lima.
Um baita assalto, mas que precisaria ser multiplicado por 330 vezes para chegar ao valor estimado em balanço.
Os dois valores foram o preço que a "Price" exigiu para assinar o balanço sem “ressalvas” e, portanto, assumir a responsabilidade solidária que tem no caso de eventuais ações judiciais e, claro, limpar sua fachada diante do mercado pelo “não tinha nem visto” que praticou sobre as contas da companhia até o terceiro trimestre passado.
Se não assinasse, a Petrobras teria de pagar antecipadamente suas dívidas, o que quebraria até mesmo uma gigante com caixa de [dezenas de] R$ bilhões.
Se assinasse com ressalvas, manteria a empresa sob seu poder.
A opção foi a de ceder à chantagem da "Price", mas exigindo que não houvesse ressalvas e, assim, desaparecesse o seu poder de pressão sobre a companhia.
Decisão, é claro, que teve o “de acordo” de Joaquim Levy e o diagnóstico de que “não há outro jeito” levado a Dilma.
É assim que funciona o “limpo” mercado. Empresas de auditoria, classificadoras de riscos, certificadoras, tudo é parte de uma imensa máquina de ganhar dinheiro, longe de qualquer “santidade contábil”.
Como disse, pode haver um “chacoalhão” no mercado, sobretudo pela negativa de pagamento de dividendos.
Mas, depois dele, a tendência seguirá sendo a de lenta recuperação da empresa, que teve de aceitar encolher em investimentos e patrimônio.
Torçamos que não – e acho que não – esse encolhimento não represente cessão de alguma parcela dos campos do pré-sal.
Mas a "Price", desde quarta-feira, deixou de ser uma faca de ponta para exigir isso."
FONTE da complementação: escrito por Fernando Brito em seu blog "Tijolaço" (http://tijolaco.com.br/blog/?p=26413).
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