sexta-feira, 24 de abril de 2015

"GLOBO" E PSDB EM FORTE CAMPANHA PARA ENTREGAR O PRÉ-SAL ÀS MULTINACIONAIS




O Globo e PSDB em campanha para entregar o pré-sal

Por Altamiro Borges, em seu blog

"Os entreguistas de plantão e a mídia privatista não estão muito preocupados com as denúncias de corrupção na Petrobras. Na esteira de mais este escândalo, que envolve ex-diretores da estatal e poderosas empreiteiras, ambos visam outros objetivos. Um é mais imediato: a sangria do governo Dilma, apesar do seu esforço para apurar todas as irregularidades. Outro é mais estratégico: a entrega das riquezas do petróleo às multinacionais do setor. Esse segundo intento ficou ainda mais explícito no último fim semana. Em editorial no domingo (19), o jornal "O Globo" defendeu abertamente a abertura do pré-sal para as empresas estrangeiras. Já o tucano Aloysio Nunes Ferreira, o aloprado vice do cambaleante Aécio Neves, pregou o fim do modelo de partilha do petróleo.

Para o jornalão da famiglia Marinho, “o atual modelo para a exploração das novas áreas na camada do pré-sal restringe fortemente a possibilidade de atrair investidores e gerar mais receitas para o país. A situação financeira da Petrobras é um dos maiores obstáculos, porque o modelo exige que a estatal seja operadora única dos futuros blocos a serem explorados e ainda com a obrigação de participar em pelo menos 30% do consórcio vencedor, qualquer que seja… São regras que não combinam com a necessidade de a Petrobras escolher sócios e projetos de acordo com seus interesses”.

Diante desse cenário, "O Globo" explicita sua proposta entreguista: “Essas regras poderão ser modificadas por iniciativa do Poder Executivo ou do Congresso. O ideal é que as questões técnicas prevaleçam sobre as ideológicas para que vários objetivos simultâneos possam ser atingidos: autonomia operacional da Petrobras, diversificação de investimentos (com consequente transferência de tecnologia), aumento de produção e arrecadação de royalties, ampliação da cadeia produtiva do setor etc.”.

Chevron, Exxon e outras multinacionais do setor devem ter aplaudido o editorial do velho entreguista "O Globo", entreguista e bajulador de FHC.

Elas também devem ter adorado o artigo do senador Aloysio Nunes Ferreira, publicado na "Folha" de terça-feira (21). Ele é autor do projeto de lei 417/14, que propõe a extinção do regime de partilha para os contratos de exploração do pré-sal. Sem papa na língua, o ex-motorista do guerrilheiro Carlos Marighela que se converteu num expoente da direita nativa afirma que “a escolha do regime de partilha, estabelecido no governo Lula, trouxe problemas desde o início. No leilão do pré-sal em 2013, apenas 11 empresas se inscreveram. O número ficou abaixo das 40 esperadas pela Agência Nacional de Petróleo. Vale lembrar que as duas gigantes do setor, Exxon e Chevron, desistiram de participar da disputa”.

Além de defender as multinacionais, em detrimento dos interesses nacionais, o tucano também aproveita para bajular o modelo de concessões de FHC. “O modelo – instituído no governo Fernando Henrique Cardoso –, aliado à abertura do capital da empresa, foi o que nos aproximou da autossuficiência… Foi o modelo de concessão que contribuiu para gerar lucro de R$ 62 bilhões na Petrobras durante o governo FHC e que abriu caminho para uma ascensão da empresa nos anos seguintes… A concessão traz mais competição entre as empresas e torna a Petrobras mais eficiente. Além disso, a população não fica refém das vontades de grupos de burocratas. E já está claro: aparelhar uma estatal de acordo com o interesse de certos partidos políticos só gera prejuízos”.

Os inimigos da Petrobras

Os argumentos exibidos pelo senador Aloisio Nunes (PSDB-SP) e pelo jornal "O Globo" servem apenas para reforçar a investida especulativa das multinacionais contra o petróleo brasileiro. Nos últimos meses, essa ofensiva tornou-se brutal. No final de fevereiro, os abutres da "Agência Moody’s" rebaixaram a nota da estatal com o nítido objetivo de acelerar a votação do projeto que extingue o regime de partilha. A urubóloga Miriam Leitão e outros “calunistas” deram o maior destaque à desacreditada e corrupta agência estadunidense. Pouco depois, a revista britânica "Economist", a bíblia dos neoliberais, publicou um texto apocalíptico, intitulado “O atoleiro do Brasil”, afirmando que os investidores abandonariam a Petrobras em decorrência das denúncias de corrupção.

Na ocasião, o "Jornal do Brasil" questionou, em editorial, a violenta pressão externa. “Assim como a agência americana 'Moody’s', que rebaixou a nota da Petrobras, a revista 'The Economist' também concedeu a si mesma o papel de juíza do Brasil. Não é a primeira vez que a 'Economist' dá seus palpites. A mesma publicação havia recomendado em seu editorial de 18 de outubro de 2014 o voto em Aécio Neves (PSDB) quando faltavam menos de dez dias para as eleições presidenciais. Nessa edição, a capa trazia a ilustração de uma mulher estilizada como Carmen Miranda, mas com ar de tédio e com frutas apodrecidas sobre a cabeça. Com o título ‘Por que o Brasil precisa de mudança’, o texto fazia um balanço pessimista dos quatro anos de governo da presidente Dilma Rousseff (PT)”.


FONTE: escrito por Altamiro Borges, em seu blog e transcrito no portal "Viomundo"  (http://www.viomundo.com.br/denuncias/o-globo-e-psdb-em-campanha-para-entregar-o-pre-sal.html).

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