sexta-feira, 6 de novembro de 2015

COMO FAZER CARREIRA NA MÍDIA



                    Charge do Bessinha

Nogueira ensina como fazer carreira no PiG

"Faltaram as fanhas da Fel-lha...

O portal "Conversa Afiada" reproduz artigo de Paulo Nogueira, extraído do "Diário do Centro do Mundo":

Para fazer sucesso numa redação hoje você tem que bater em Lula

Por Paulo Nogueira

O que um jornalista deve ter para fazer carreira, hoje, nas grandes organizações?

Num mundo menos imperfeito, a resposta seria: os atributos clássicos, mais familiaridade com o meio digital.

Isso significa sobretudo gosto pela leitura, capacidade de se expressar num português elegante, discernimento para distinguir a manchete da nota de pé de página e curiosidade intelectual.

Mas o mundo em que vivemos é demasiadamente imperfeito.

As qualidades clássicas não são hoje requisito para nada.

Para conquistar um lugar numa redação e nela ascender, o jornalista tem que estar disposto a matar Lula.

Em sua conta no Twitter, Xico Sá falou exatamente isso estes dias, com enorme repercussão.

Como eu, Xico Sá não pode ser desqualificado como petista, petralha ou o que for. É, como eu, um jornalista independente. Mas não cego. Na campanha presidencial, ele bateu em retirada da "Folha", depois de chegar a seu limite de tolerância diante de uma cobertura francamente enviesada.

O talento importa muito menos, nestes dias, do que a disposição de caçar Lula por que meios for, incluídas aí a calúnia e a mentira.

É um movimento que se iniciou, como era de esperar, na "Veja" no primeiro mandato de Lula. O que era uma chuva localizada se transformaria, com o passar dos tempos, numa tempestade generalizada.

Os primeiros símbolos dos novos tempos foram Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo. Inexpressivos em tempos normais, se tornaram pistoleiros conhecidos quando a "Veja" inaugurou a perseguição a Lula.

Lula fez os dois. Sem Lula os dois seriam o que sempre foram, jornalistas do segundo escalão.

Hoje, há uma multidão de Mainardis e Azevedos. Um dos mais barulhentos é um quase xará de Mainardi, Diego Escosteguy, editor-chefe da "Época".

Com Escosteguy, a "Época" se transformou numa réplica da "Veja". São tantas as denúncias – Escosteguy anuncia “furos” constantemente no Twitter — que você não consegue distinguir umas das outras.

Uma das leis essenciais do jornalismo é que, quando tudo é denúncia e furo, nada é. Este é o caso da "Época" de Escosteguy.

A "Época" é uma revista tão incompetente que, mesmo se esforçando, não consegue bater a "Veja" sequer em canalhice.

Existem Mainardis extemporâneos, também. São jornalistas veteranos que, para manter o emprego, se reinventaram e passaram a atacar Lula alucinadamente.

O blogueiro do "Globo" Ricardo Noblat é um deles. Lula se tornou uma mania de Noblat. Esperto, ele sabe que suas chances de sobrevivência no "Globo" aumentam com a campanha anti-Lula.

Assim como diminuem se ele mirar em outros alvos. Em nenhuma redação você consegue imaginar a cena de um repórter chegando ao editor com uma denúncia explosiva contra Alckmin, ou Aécio, ou qualquer político expressivo do PSDB.

Os repórteres não são bobos. Sabem que serão malvistos com esse tipo de coisa.

O exército anti-Lula só vai correr risco se um dia os donos das empresas chegarem à conclusão de que as pessoas contratadas para destruí-lo recebem muito dinheiro para resultados tão pífios.

Eu teria pensado nisso já, se fosse dono da "Globo", ou da "Abril", ou da "Folha". Meritocracia é entregar resultados.

Se Lula está firme, é porque seus caçadores têm sido ineptos, de Mainardi e Azevedo a Escosteguy e Noblat, entre tantos outros.

Talvez seja essa a maior sorte de Lula: a incompetência dos recrutados para eliminá-lo."
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O "Conversa Afiada", modestamente, incluiria, nessa lista de "carrreiristas" do Paulo Nogueira, colonistas da "Fel-lha" - aquela Ilustrada, que é um canhão... contra os petistas e um poodle com os tucanos; aquela fanha, que dá complexidade ao óbvio; e a que vai longe: se tudo der certo, vai acabar na "GloboNews".

Para que a lista do Paulo não fique machista...

Como diz o sábio Mino Carta, no Brasil, os jornalistas são piores que os patrões...

Em tempo: esse Bessinha..."

FONTE: postado pelo jornalista Paulo Henrique Amorim em seu portal "Conversa Afiada"  (http://www.conversaafiada.com.br/pig/nogueira-ensina-como-fazer-carreira-no-pig).

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