Como agir em face dos crimes da direita?
Por DOM ORVANDIL, editor do blog Cartas e Reflexões Proféticas, presidente da Ibrapaz, bispo da Diocese Brasil Central da Igreja Anglicana e professor universitário
"Convém lembrar que a história da direita no Brasil e no mundo se confunde com o fortalecimento de uma minoria congelada, que se apossa das riquezas e da renda da maioria da sociedade. Para tanto, edifica armadilhas em forma de leis, de corrupção e de justificativas para esconder a injustiça.
O que resta para a população são sacrifícios, destruição da dignidade e redução dos direitos humanos.
O Estado se torna forte na preservação dos privilégios dos poderosos e ineficiente para a maioria das pessoas.
No Brasil, a direita é cruel historicamente com o povo, com a oposição em tempos de chumbo, com as lideranças sociais, com os intelectuais, com os estudantes e com os trabalhadores. Nas ditaduras, exilou, prendeu, torturou e matou as melhores cabeças. No neoliberalismo, fraturou propositalmente a coluna material do Estado, vendendo o patrimônio público e deixando um rastro interminável de corrupção.
Sempre que no poder, destruiu todos os projetos de teor social e democrático, abandonando o povo nos vales das piores e danosas agruras.
É a causa do desemprego em massa, da concentração e empilhamento das populações nas cidades, jogadas como lixos e seres de terceira classe. Daí a origem da criminalidade, das drogas e da marginalidade deteriorante da vida. Nas ditaduras e no neoliberalismo com seu pensamento único, a direita deixou o País aos escombros.
Nas democracias, a elite de direita age de maneira a amarrar punhos e pernas dos filhos do povo.
A democracia causa arrepios e urticárias nos agentes de direita. Não admitem o crescimento de lideranças pensantes e com práticas sociais inclusivas do povo. Seu lema é: "não podem se candidatar, se se candidatarem não podem ganhar as eleições, se ganharem não podem ser empossados, se forem empossados não podem governar ou legislar em favor da justiça social".
Projetos de caráter inclusivo são sempre mal vistos e bombardeados. Um dos exemplos aparentemente bobos é o do Plano Cruzado de Sarney, que desencadeou fantástica onda de consumo e de produção. Pois a burguesia concentradora de riquezas e de renda não tardou em boicotá-lo e destruí-lo.
Agora, com Lula, perseguido ao estilo fera invasora.
Lula sempre foi perseguido pela direita. Mesmo que seu governo e partido mergulhassem num pragmatismo colorido e reformista, participando de eleições fantoches e viciadas, governando sem muitos avanços, é visado de modo criminoso pela direita encastelada na mídia, no judiciário, na polícia e na oposição lacerdista, que não tem escrúpulos em acusá-lo de tudo, sem provas e sem respeito por sua história. .
É evidente que não é somente Lula que interessa eliminar. O alvo da bestialidade da direita é o povo, é a distribuição da riqueza.
Portanto, sem tergiversar, é preciso que se diga que a direita é assassina, criminosa, perversa, bandida, desalmada, apodrecida e tudo o mais que se possa dizer para configurar o horror que é esse grupo minoritário e dominante, que vive do sangue da sociedade e sempre disposto a sangrar o povo.
A pergunta é o que fazer para curar a sociedade do câncer da direita?
Algumas respostas se revelam ineficazes e adoecidas, contaminadas em todas as ações da sociedade.
A educação, apontada como uma possibilidade, ainda está nas mãos do mercado corrupto, que lucra com a [de] formação das crianças e da juventude. Com as instituições de ensino nas mãos, a direita deforma e atrasa o processo da tomada do poder.
As eleições são ferramentas apodrecidas a cancerígenas, incapazes de levar ao poder os filhos e os projetos mudancistas do povo.
O poder é aparelho viciado e entulhado pelo desprezo ao povo e intenso de moscas que pousam nas consciências, corrompendo-as com suas picadas infectadas pelo uso patrimonialista e privado do que é público.
Os partidos mais populares são engessados por correntes que se estrangulam mutuamente, que disputam o poder interno e, quando chegam às instituições públicas, tropeçam nas próprias pernas, deixando a direita contente no trono. O descompromisso com o povo e com os movimentos sociais atinge parlamentares e executivos, que privilegiam detalhes de seus gabinetes ao todo social e nacional.
O que fazer para eliminar o câncer da direita?
A União Soviética criou a figura da Sibéria, que o imperialismo se encarregou de distorcer e mitificar, para fazer a direita trabalhar e se reeducar.
O objetivo era encaminhar os contrarrevolucionários, bandidos e terroristas da direita, sempre dispostos a boicotar e destruir os sonhos de justiça social do povo, e fazê-los trabalhar sob pesada disciplina e controle ferrenho. Em alguns casos, aplicando pena de morte, como acontece ainda hoje em alguns países, quando agentes de direita não têm solução.
Tais medidas se deparam com furiosas polêmicas do ponto de vista ético por parte de certos humanistas.
Outra correção foi a proposta pelos sandinistas que ocuparam o poder pelas armas na Nicarágua. Prenderam a direita composta pela orla de bandidos integrantes do governo do derrubado e corrupto Somoza. Os que participavam das forças armadas, da polícia e do judiciário eram criminosos e torturadores. Ocorreu ao governo revolucionário, antes com muitos de seus membros presos e torturados pelos atuais criminalizados, oferecer liberdade vigiada aos de boa vontade que quisessem participar da campanha de alfabetização usando o método de Paulo Freire. Muitos se somaram à vitoriosa alfabetização que zerou o analfabetismo no País.
Nas primeiras eleições os mesmos agentes golpearam a revolução e elegeram uma direitista para governar a Nicarágua, colocando os projetos populares e o compromisso com a soberania do País águas abaixo.
Outra solução foi a aplicada pelo lulismo no Brasil. A ideia da conciliação tentou dar ganhos para todos os lados, redundando em esmolas para os pobres e muita riqueza e poder para a direita, que empanturrou suas cobras para o golpe contra o povo.
Essa solução também se apresenta débil e de resultados pouco duradouros pelo seu caráter consumista e concentrador. Nessa perspectiva, o povo não acumula forças, consciência de cidadania e política para efetivamente avançar e ocupar o poder, extirpando a direita de seu núcleo.
O lulismo não tocou no cerne do poder, mesmo quando a opinião pública lhe era majoritariamente favorável.
Esse projeto peca pela ingenuidade e pela inocência de pensar que a direita é conciliável, que respeita as promessas, que é tratável, que é capaz de dialogar e colaborar socialmente.
A vida prova que a direita não é parceira do povo nem do País.
Qual é a solução?
É a velha fórmula: acumular apoio popular e desequilibrar a correlação de forças, construindo laços profundamente solidificados com o povo. Basta de dar comida cara para a direita alimentar suas cobras. Basta de engordar os vermes que a servem, os chamados intelectuais orgânicos do bloco dominante, como dizia Antonio Gramsci: seus jornalistas, seus "cientistas", seus "intelectuais", sua "classe média".
É chegada a hora de mostrar ao povo que os de cima nada fazem por ele e que os debaixo têm que se levantar, sem esperar doações e sem aguardar pelo pior em termos de derramamento de sangue e de crises ciclópicas sem fim!
Nem judiciário, nem polícia, nem parlamento, nem executivo por si sós e automaticamente por benevolência solucionam a democracia e as crises econômicas, políticas e sociais. O povo tem que tomar todos os poderes!"
FONTE: escrito por DOM ORVANDIL, editor do blog "Cartas e Reflexões Proféticas", presidente da Ibrapaz, bispo da Diocese Brasil Central da Igreja Anglicana e professor universitário. Artigo publicado no portal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/colunistas/domorvandil/216585/Como-agir-em-face-dos-crimes-da-direita.htm).
"Convém lembrar que a história da direita no Brasil e no mundo se confunde com o fortalecimento de uma minoria congelada, que se apossa das riquezas e da renda da maioria da sociedade. Para tanto, edifica armadilhas em forma de leis, de corrupção e de justificativas para esconder a injustiça.
O que resta para a população são sacrifícios, destruição da dignidade e redução dos direitos humanos.
O Estado se torna forte na preservação dos privilégios dos poderosos e ineficiente para a maioria das pessoas.
No Brasil, a direita é cruel historicamente com o povo, com a oposição em tempos de chumbo, com as lideranças sociais, com os intelectuais, com os estudantes e com os trabalhadores. Nas ditaduras, exilou, prendeu, torturou e matou as melhores cabeças. No neoliberalismo, fraturou propositalmente a coluna material do Estado, vendendo o patrimônio público e deixando um rastro interminável de corrupção.
Sempre que no poder, destruiu todos os projetos de teor social e democrático, abandonando o povo nos vales das piores e danosas agruras.
É a causa do desemprego em massa, da concentração e empilhamento das populações nas cidades, jogadas como lixos e seres de terceira classe. Daí a origem da criminalidade, das drogas e da marginalidade deteriorante da vida. Nas ditaduras e no neoliberalismo com seu pensamento único, a direita deixou o País aos escombros.
Nas democracias, a elite de direita age de maneira a amarrar punhos e pernas dos filhos do povo.
A democracia causa arrepios e urticárias nos agentes de direita. Não admitem o crescimento de lideranças pensantes e com práticas sociais inclusivas do povo. Seu lema é: "não podem se candidatar, se se candidatarem não podem ganhar as eleições, se ganharem não podem ser empossados, se forem empossados não podem governar ou legislar em favor da justiça social".
Projetos de caráter inclusivo são sempre mal vistos e bombardeados. Um dos exemplos aparentemente bobos é o do Plano Cruzado de Sarney, que desencadeou fantástica onda de consumo e de produção. Pois a burguesia concentradora de riquezas e de renda não tardou em boicotá-lo e destruí-lo.
Agora, com Lula, perseguido ao estilo fera invasora.
Lula sempre foi perseguido pela direita. Mesmo que seu governo e partido mergulhassem num pragmatismo colorido e reformista, participando de eleições fantoches e viciadas, governando sem muitos avanços, é visado de modo criminoso pela direita encastelada na mídia, no judiciário, na polícia e na oposição lacerdista, que não tem escrúpulos em acusá-lo de tudo, sem provas e sem respeito por sua história. .
É evidente que não é somente Lula que interessa eliminar. O alvo da bestialidade da direita é o povo, é a distribuição da riqueza.
Portanto, sem tergiversar, é preciso que se diga que a direita é assassina, criminosa, perversa, bandida, desalmada, apodrecida e tudo o mais que se possa dizer para configurar o horror que é esse grupo minoritário e dominante, que vive do sangue da sociedade e sempre disposto a sangrar o povo.
A pergunta é o que fazer para curar a sociedade do câncer da direita?
Algumas respostas se revelam ineficazes e adoecidas, contaminadas em todas as ações da sociedade.
A educação, apontada como uma possibilidade, ainda está nas mãos do mercado corrupto, que lucra com a [de] formação das crianças e da juventude. Com as instituições de ensino nas mãos, a direita deforma e atrasa o processo da tomada do poder.
As eleições são ferramentas apodrecidas a cancerígenas, incapazes de levar ao poder os filhos e os projetos mudancistas do povo.
O poder é aparelho viciado e entulhado pelo desprezo ao povo e intenso de moscas que pousam nas consciências, corrompendo-as com suas picadas infectadas pelo uso patrimonialista e privado do que é público.
Os partidos mais populares são engessados por correntes que se estrangulam mutuamente, que disputam o poder interno e, quando chegam às instituições públicas, tropeçam nas próprias pernas, deixando a direita contente no trono. O descompromisso com o povo e com os movimentos sociais atinge parlamentares e executivos, que privilegiam detalhes de seus gabinetes ao todo social e nacional.
O que fazer para eliminar o câncer da direita?
A União Soviética criou a figura da Sibéria, que o imperialismo se encarregou de distorcer e mitificar, para fazer a direita trabalhar e se reeducar.
O objetivo era encaminhar os contrarrevolucionários, bandidos e terroristas da direita, sempre dispostos a boicotar e destruir os sonhos de justiça social do povo, e fazê-los trabalhar sob pesada disciplina e controle ferrenho. Em alguns casos, aplicando pena de morte, como acontece ainda hoje em alguns países, quando agentes de direita não têm solução.
Tais medidas se deparam com furiosas polêmicas do ponto de vista ético por parte de certos humanistas.
Outra correção foi a proposta pelos sandinistas que ocuparam o poder pelas armas na Nicarágua. Prenderam a direita composta pela orla de bandidos integrantes do governo do derrubado e corrupto Somoza. Os que participavam das forças armadas, da polícia e do judiciário eram criminosos e torturadores. Ocorreu ao governo revolucionário, antes com muitos de seus membros presos e torturados pelos atuais criminalizados, oferecer liberdade vigiada aos de boa vontade que quisessem participar da campanha de alfabetização usando o método de Paulo Freire. Muitos se somaram à vitoriosa alfabetização que zerou o analfabetismo no País.
Nas primeiras eleições os mesmos agentes golpearam a revolução e elegeram uma direitista para governar a Nicarágua, colocando os projetos populares e o compromisso com a soberania do País águas abaixo.
Outra solução foi a aplicada pelo lulismo no Brasil. A ideia da conciliação tentou dar ganhos para todos os lados, redundando em esmolas para os pobres e muita riqueza e poder para a direita, que empanturrou suas cobras para o golpe contra o povo.
Essa solução também se apresenta débil e de resultados pouco duradouros pelo seu caráter consumista e concentrador. Nessa perspectiva, o povo não acumula forças, consciência de cidadania e política para efetivamente avançar e ocupar o poder, extirpando a direita de seu núcleo.
O lulismo não tocou no cerne do poder, mesmo quando a opinião pública lhe era majoritariamente favorável.
Esse projeto peca pela ingenuidade e pela inocência de pensar que a direita é conciliável, que respeita as promessas, que é tratável, que é capaz de dialogar e colaborar socialmente.
A vida prova que a direita não é parceira do povo nem do País.
Qual é a solução?
É a velha fórmula: acumular apoio popular e desequilibrar a correlação de forças, construindo laços profundamente solidificados com o povo. Basta de dar comida cara para a direita alimentar suas cobras. Basta de engordar os vermes que a servem, os chamados intelectuais orgânicos do bloco dominante, como dizia Antonio Gramsci: seus jornalistas, seus "cientistas", seus "intelectuais", sua "classe média".
É chegada a hora de mostrar ao povo que os de cima nada fazem por ele e que os debaixo têm que se levantar, sem esperar doações e sem aguardar pelo pior em termos de derramamento de sangue e de crises ciclópicas sem fim!
Nem judiciário, nem polícia, nem parlamento, nem executivo por si sós e automaticamente por benevolência solucionam a democracia e as crises econômicas, políticas e sociais. O povo tem que tomar todos os poderes!"
FONTE: escrito por DOM ORVANDIL, editor do blog "Cartas e Reflexões Proféticas", presidente da Ibrapaz, bispo da Diocese Brasil Central da Igreja Anglicana e professor universitário. Artigo publicado no portal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/colunistas/domorvandil/216585/Como-agir-em-face-dos-crimes-da-direita.htm).
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