Em 23 de janeiro, poucos dias após a inauguração deste blog, manifestamos que ocorre um uso abusivo e até mandatório de locuções e conjunções adversativas e concessivas por parte da nossa grande mídia. Relembro o texto:
“GRAMÁTICA NA MÍDIA: EXCESSO DE GERUNDISMOS E DE CONJUNÇÕES ADVERSATIVAS
"Há pouco tempo, recebeu destaque na nossa mídia o combate do governador do Distrito Federal (DEM) ao excesso no uso do gerúndio, especialmente em documentos oficiais: “vou estar mandando” em vez de “mandarei” etc.
Contudo, outro uso desmedido tem passado despercebido. Neste caso, parece até ser incentivado pelo PSDB e DEM. É o excesso, que também acomete a nossa mídia nos últimos cinco anos, de uso abusivo das conjunções coordenativas adversativas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto...
Essas conjunções e outras subordinativas concessivas ou locuções conjuntivas têm sido ultimamente muito empregadas, sempre associadas a uma boa notícia sobre o governo Lula: no entanto, ainda assim, não obstante, apesar de que, ainda que, em que pese, embora, conquanto...
Esse uso abusivo, contrariamente ao gerundismo, parece-me ser também incentivado pelas redações dos grandes jornais brasileiros escritos e falados. Até mesmo, obrigatório.”
Pinçei nos jornais de hoje (11/06), nas notícias sobre o bom crescimento do PIB no trimestre, apenas alguns exemplos, escolhidos aleatoriamente dentre centenas que observei:
FOLHA DE SÃO PAULO:
“PIB cresce 5,8%, mas indica desaceleração”
“A economia brasileira cresceu 5,8% no primeiro trimestre de 2008 ante o mesmo período de 2007. É a maior expansão desde 1996, segundo o IBGE; o acumulado em 12 meses (5,8%) também é recorde. Indústria (alta de 6,9%), investimentos (15,2%) e consumo das famílias (6,6%) formaram os carros-chefes do crescimento. O ritmo de alta do Produto Interno Bruto, porém, já dá sinais de desaceleração.”
“Contas Nacionais”: “Economia cresce 5,8%, mas reduz ritmo.” “Expansão no 1º trimestre é a maior desde 1996; no entanto, resultado anualizado, próximo a 3%, já dá sinais de desaceleração”. “Apesar de bom, o crescimento parece ter chegado a um pico momentâneo.
“PIB / Demanda: Consumo avança, mas já perde fôlego”
“Apesar de se manter aquecido, gasto das famílias cresce apenas 0,3% ante o resultado do quarto trimestre do ano passado.”
BBC BRASIL.com:
“Futuro do PIB depende de reformas, dizem analistas. O crescimento de 5,8% do PIB brasileiro, registrado no primeiro trimestre deste ano, pode ser sustentável, mas isso dependerá de reformas estruturais e de mais investimentos.”
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