O blog de Josias de Souza, na Folha Online, publica hoje, com texto de Valter Campanato, fatos que comprometem seriamente a administração do PSDB no Rio Grande do Sul.
Pergunto: serão essas as tais características do famoso “choque de gestão” que, repetidamente, o candidato tucano à presidência da república, Geraldo Alkmin, prometia durante a sua campanha em 2006? Ou, a exemplo do noticiado pelo Estadão e jornais estrangeiros, “choque de gestão” significa instalar, ligando governos do PSDB em São Paulo, uma eficiente rede de propinodutos fornecidos pela francesa Alstom? Nunca entendi bem qual era aquela abstrata promessa da campanha tucana. Por isso, prestei bastante atenção à noticia abaixo transcrita (parcialmente):
"VICE GAÚCHO DIVULGA FITA-BOMBA CONTRA GOVERNO YEDA"
"Gravação contém diálogo do vice com chefe da Casa Civil;
Falam sobre ‘esquemas’ partidários aboletados no Estado;
Discorrem sobre como legendas apropriam-se das verbas;
Em troca de apoio, Yeda seria conivente com malfeitorias;
O ‘aliado’ PP desvia verbas do Detran; o PMDB, do Banrisul.
A crise ética que rói a reputação da administração tucana do Rio Grande do Sul chegou, definitivamente, à sala da governadora Yeda Crusius.
Deve-se a escalada a uma gravação divulgada na tarde desta sexta-feira (6) por ninguém menos que o vice-governador do Estado, Paulo Feijó (DEM).
A fita tem duração de cerca de 20 minutos. Contém um diálogo do próprio vice-governador com o chefe da Casa Civil de Yeda, Cézar Busatto (PPS).
(...) Embora eleito na chapa de Yeda, Feijó afastara-se da governadora antes mesmo da posse, em janeiro de 2007. Por isso Busatto o procurou. Buscava uma reaproximação.
A conversa entre os dois ocorreu há 13 dias, em 26 de maio. Sem que o interlocutor soubesse, o vice Feijó gravou todo o diálogo. Agora, resolveu pôr a conversa na rua.
E o fez em grande estilo: providenciou para que a fita chegasse à CPI do Detran, instalada na Assembléia gaúcha para apurar desvios de R$ 44 milhões.
No curso do diálogo, o vice Feijó e o chefe da Casa Civil Busatto discorrem sobre os desvios com assombroso conhecimento de causa.
(...) Uma das razões que fizeram Busatto procurar Feijó foi o receio de que as críticas do vice-governador fomentassem uma nova CPI, dessa vez para vasculhar as arcas do Banrisul.
(...) No diálogo com Feijó, gravado às escondidas, Busatto repisa uma tese que, por repetitiva, é velha conhecida do eleitor brasileiro: a perversão política seria o preço a pagar pelo suporte legislativo.
Busatto sugere a Feijó que se coloque no lugar de Yeda: “Se tivesse sentado naquela cadeira e, se não tiver 30 votos, mas 27 votos, 28 votos na Assembléia, eu não governo... Entende? É uma opção difícil.”
Em resposta, o vice-governador insinua que a inação da governadora pode esconder algo mais cabeludo: “Ok, politicamente eu concordo. Agora, eu não posso ser conivente com isso. Não na questão política, mas com a questão de roubo, desvio. Não pode. E ela [Yeda] está sendo [conivente]. Por questões políticas? Não sei. Ou por interesse financeiro? Não sei. Ou pelos dois?”
(...) Repete-se no Rio Grande do Sul um fenômeno que vai se tornando enfadonho no Brasil: a apropriação privada de arcas públicas.
Um grupo de estudantes protestou defronte do Palácio Piratini. Pediu-se, desde logo, o impeachment da governadora.”
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