Trago para os leitores uma anotação que fiz em 2006, a qual revejo na pasta que reencontrei. Esse reencontro com o arquivo perdido originou esta série “recortes”.
Trata-se de um trecho do livro “Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes”, do embaixador Samuel Pinheiro Guimarães.
O tema é muito atual. Está relacionado com um artigo nosso que postamos em 17 de fevereiro com o título: “O petróleo e a pergunta: Forças Armadas para quê?” (sugiro a leitura).
O Brasil está se tornando mais importante no mundo (petróleo, Amazônia, espaço econômico e geopolítico etc).
Especialmente na década do governo PSDB/FHC/PFL, tomou força a política de enfraquecimento da nossa capacidade de defesa. Diziam que, para o Brasil “moderno”, a prioridade era “o social” (na prática, priorizaram somente a comunicação “social” pró-governo).
Aquilo estava em consonância com interesses externos. O ideal seria termos Forças Armadas frágeis, incapazes de oporem reação contra interesses danosos das grandes potências, principalmente os EUA. No máximo, nossas Forças Armadas poderiam ter capacidade de conter o narcotráfico e propiciar a segurança interna.
Ainda não nos livramos desse quadro antinacional. Mas não há casa segura se ela não possuir, pelo menos, investimento em portas, janelas e ferrolhos para a sua defesa.
O referido recorte reencontrado trata desse assunto. É o seguinte:
“A vulnerabilidade política e militar brasileira decorre:
-- da inexistência ou insuficiência de produção doméstica de material bélico e de pesquisa tecnológica na área de armamentos;
--da convicção ideológica, por parte de certas “elites”, da escassez de poder do Brasil e da conseqüente – ainda que inconfessada – necessidade de alinhamento político; e, finalmente,
--do complexo de inferioridade político-militar, de natureza e origem colonial, que inclui o medo do “pecado mortal” que é, para uma colônia, ter armas.
Na doutrina que nos impingiram e que adotamos, "a racionalização do complexo de inferioridade na colônia “moderna” se faz a partir da idéia de que a defesa é inútil e impossível diante da megametrópole, ou um desperdício, diante dos problemas sociais internos.”
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