As agências de notícias Associated Press e Efe, norte-americana e espanhola, respectivamente, divulgaram ontem (09/06), e a Folha Online publicou, artigo sobre o relatório anual do instituto sueco Sipri. Transcrevo a matéria lida na Folha, acrescentando entre colchetes subtítulos e algumas informações adicionais:
“GASTO MUNDIAL EM ARMAMENTO MILITAR CRESCE 6% EM 2007, DIZ RELATÓRIO”
[US $ 1,339 TRILHÃO EM 2007]
A despesa mundial em armamento militar aumentou 6% em 2007 com relação ao ano anterior, passando para US$ 1,339 trilhão (R$ 2,179 trilhões), informa o relatório anual do Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês) divulgado nesta segunda-feira. Este número corresponde a 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial e representa um aumento de 45% desde 1998.
Segundo o instituto, apesar do gasto mundial com armamento ter continuado a crescer no ano passado, há uma crescente expectativa para que tenham início discussões sobre o controle de armas, que dependem muito dos Estados Unidos, país que mais gasta com armas no mundo.
Em seu relatório anual, o instituto afirma que espera por novas conversas sobre controles de armas e desarmamento nos próximos 12 meses por causa de "um ampliado consenso (...) que medidas mais sérias e efetivas sobre o controle de armas e desarmamento" precisam ser implementadas.
"Vozes do espectro político têm reconhecido de novo o valor do controle de armas em face das ameaças contra a humanidade", disse o diretor do instituto de pesquisa, Bates Gill. "É claramente do interesse dos cidadãos e dos governos dar passos pragmáticos e positivos na direção certa", afirmou.
[EUA: 45% DOS GASTOS MUNDIAIS]
Do US$ 1,339 trilhão do gasto mundial com armamento militar, os Estados Unidos encabeçam a lista dos países que mais destinam fundos para o armamento, com 45% desse valor. Desde a Segunda Guerra Mundial, 2007 foi o ano em que os EUA mais gastaram com armamento (US$ 547 bilhões), segundo o relatório, um crescimento de 3,4% com relação ao ano anterior.
[EUA, INGLATERRA, CHINA, FRANÇA E JAPÃO – OS 5 MAIORES EM 2007]
Logo depois dos EUA na lista dos países que mais gastam com armamento vêm o Reino Unido (US$ 59,7 bilhões) e a China (US$ 58,3 bilhões), com 5% do total cada um. A China subiu mais uma posição, ultrapassando a França, que agora ocupa a quarta posição no ranking. No ano passado, o governo chinês havia ultrapassado o Japão e ficado com a quarta posição.
[BRASIL: 12º LUGAR?]
O Brasil ocupa o 12º lugar, com gastos de US$ 15,3 bilhões ou 1% do total mundial.
[Todavia, esse dados do instituto sueco sobre o Brasil estão muito inflados e distorcidos por conta das nossas peculiaridades. O país está, na realidade, em muito pior situação de capacidade de defesa. São considerados pelo Sipri “gastos com armamento” as nossas despesas bilionárias com fins civis, como, por exemplo, a proteção ao vôo, o controle do tráfego aéreo e a infra-estrutura aeroportuária civil, encargos esses da Aeronáutica e do Ministério da Defesa. Além disso, também estão incluídas no montante de gastos “com armamento” as despesas com soldos, aposentadorias e pensões, que consomem a maior parte do orçamento militar brasileiro. Essa situação, completamente dissonante em relação ao tamanho do PIB e do patrimônio a defender, coloca o Brasil em situação vulnerável e submissa às grandes potências militares].
[25.000 ARMAS ATÔMICAS]
A organização sueca disse ainda que as oito potências nucleares do mundo [EUA, Rússia, França, Inglaterra, China, Índia, Paquistão e Israel] tinham, juntas, mais de 25 mil armas nucleares no começo de 2008, sendo que mais de 10 mil estavam disponíveis para serem usadas. A instituição não inclui a Coréia do Norte na lista.
DESARMAMENTO [NUCLEAR, DA RÚSSIA E DOS EUA]
Gill disse que o desarmamento das maiores potências nucleares --Rússia e Estados Unidos-- será particularmente importante nos próximos anos e ele espera que esses países tomem passos decisivos, que pode incluir uma renovação do Tratado de Redução de Armas Estratégicas entre os EUA e a Rússia em 2009 e o Tratado sobre Reduções Estratégicas Ofensivas em 2012.
Uma conferência internacional de não-proliferação em 2010 também deverá pressionar os Estados nucleares a se desarmarem, disse Gill. "As prioridades da próxima administração dos EUA terão uma função crítica na formação do progresso para o controle de armas", disse ele. "Ambos os prováveis candidatos para a Presidência dos EUA disseram que têm intenção de reduzir o arsenal nuclear da América e que vão considerar levar adiante o Tratado Abrangente de Proibição de Testes Nucleares para a ratificação do Senado", disse.
[GASTOS GLOBAIS EM 2006]
No ano passado, o relatório elaborado pelo mesmo instituto mostrava que os gastos militares globais em 2006 alcançaram US$ 1,2 trilhão, um aumento de 3,5% com relação ao ano anterior. Os Estados Unidos investiram US$ 529 bilhões em armas em 2006, mantendo a primeira posição no ranking dos países com maiores gastos militares mundiais.
Uma das novidades do relatório divulgado no ano passado é que a China ultrapassou o Japão como o maior investidor em armas na Ásia, chegando à quarta posição no ranking com gastos de US$ 50 bilhões. O Reino Unido e a França foram o segundo e terceiro colocados, respectivamente, e o Japão ficou com a quinta posição, com US$ 43,7 bilhões em gastos.”
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