Essa boa notícia foi divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil nos 12 meses encerrados em março, também foi de 5,8%. É o maior já registrado para períodos equivalentes desde 1996, quando o IBGE iniciou essa série de cálculos (fonte: UOL).
A informação auspiciosa já foi reproduzida em vários portais e blogs. Escolhi, para transmiti-la aos nossos leitores, uma interessante e coloquial entrevista do coordenador de contas nacionais do IBGE, Roberto Olinto, concedida para o jornalista Paulo Henrique Amorim. Ela foi postada hoje à tarde no blog “Conversa Afiada”:
“IBGE: DEMANDA CRESCE HÁ 15 TRIMESTRES”
“Os dados do IBGE mostram que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu 5,8% no primeiro trimestre deste ano em relação ao primeiro trimestre de 2007.
O coordenador de contas nacionais do IBGE, Roberto Olinto, disse, em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta terça-feira, dia 10, que os destaques desse crescimento são: construção civil (indústria), bens de capital (investimento) e demanda.
Olinto disse, também, que a demanda das famílias brasileiras cresce há 15 trimestres consecutivos. “O lado da demanda é interessante também, porque você tem o consumo das famílias com uma taxa de 6,6%, e crescendo já há 15 trimestres seguidos”, disse Olinto.
No acumulado dos últimos 12 meses, o crescimento do PIB também foi de 5,8%.
Eis a íntegra da entrevista com Roberto Olinto:
Paulo Henrique Amorim – Roberto Olinto, o IBGE acaba de divulgar que a economia brasileira cresceu 5,8% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Eu pergunto: o que puxou esse crescimento vigoroso?
Roberto Olinto – Olha, Paulo, primeiro a parte produtiva. Você tem toda a indústria, você tem a agropecuária e a indústria crescendo bastante bem. Um destaque seria, na parte da indústria, a construção civil crescendo, na taxa trimestral, na ordem de 8%, quer dizer, na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o que já é um impacto bastante forte. Daí, você tem toda a parte de gastos públicos, quer dizer, também a renda, mais o crescimento da massa salarial, mais o crédito habitacional que está crescendo vinte e poucos por cento.
Paulo Henrique Amorim – O crédito está crescendo?
Roberto Olinto – O crédito residencial está crescendo vinte e pouco por cento. Eu não estou com o número aqui na minha frente, mas é nessa ordem de grandeza. Juntando esses fenômenos, você tem a construção sendo um bom destaque. Na parte de serviços, a telefonia móvel também foi um fator que aumentou no grupo de comunicação, que também teve um rendimento alto. Agora, tem um outro lado, que é o lado da demanda, que é interessante também, porque você tem o consumo das famílias com uma taxa de 6,6%, crescendo já há 15 trimestres seguidos.
Paulo Henrique Amorim – O consumo das famílias cresceu 6% no primeiro trimestre?
Roberto Olinto – 6,6%, quase 7%.
Paulo Henrique Amorim – 6,6% no primeiro trimestre contra o primeiro trimestre de 2007. Isso com quantos trimestres consecutivos?
Roberto Olinto – Você está com 15 trimestres consecutivos de crescimento no consumo das famílias, o que é um indicador forte.
Paulo Henrique Amorim – Na indústria, tirando a construção civil, onde se observa o crescimento mais vigoroso?
Roberto Olinto – É na parte da indústria de transformação, que está com 7,3%.
Paulo Henrique Amorim – Você não pode distinguir entre bens de capital e bens de consumo?
Roberto Olinto – Isso a gente não tem no momento. Na verdade, o que eu posso dizer é: se eu for olhar a parte de investimento, aí é basicamente a construção de bens de capital, máquinas e equipamentos. Está com 15,2% de crescimento. Quer dizer, você tem um crescimento forte na parte de investimento, que está muito forte.
Paulo Henrique Amorim – Com relação ainda à demanda, vocês têm como calcular, por exemplo, o que está acontecendo (quando você fala em consumo das famílias) com a massa salarial, a renda das pessoas?
Roberto Olinto – A renda das pessoas, pela Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, está crescendo em termos reais 7%.
Paulo Henrique Amorim – No trimestre?
Roberto Olinto – No trimestre. Quer dizer, você tem um crescimento da massa salarial, da renda, muito alto em termos reais. Isso está mais ou menos compatível com o crescimento do consumo.
Paulo Henrique Amorim – E nos últimos 12 meses, como é que está crescendo a economia?
Roberto Olinto – A taxa nos últimos 12 meses está acumulada em 5,8%. Por coincidência, 5,8%. Essa tendência, mais ou menos, se mantém com taxas um pouco mais baixas no acumulado.
Paulo Henrique Amorim – Está ótimo. Você destacaria então a construção civil como o motor desse crescimento impressionante?
Roberto Olinto – É, construção civil e os bens de capital, pela parte de transformação. E pela demanda, que 60% a 80% do PIB é o consumo, o que é um crescimento forte, e o investimento, que estão mais ou menos associados.
Esses são os lados mais positivos da divulgação de hoje.”
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