Para o Exército, somente foi "terrorista" quem não for demotucano?
São muito estranhas as recentes manifestações que implicitamente são pró-Serra, por parte de altas patentes das Forças Armadas. Será que gostariam de ter Serra como "Comandante Supremo"!?! Gostariam de submeter-se à arrogância, espezinhação, ao desprezo, deboche, aperto salarial com que Serra e seus amigos FHC/PSDB/DEM tratam os militares e servidores em geral? É resultado da doutrina de testar e aguentar sofrimentos? Será que o Ministro Jobim está sendo usado pelos demotucanos?
Durante o governo demotucano, os comandantes militares batiam continências respeitosas para o Ministro da Justiça de FHC e hoje Chefe da Casa Civil e candidato de Serra para o Governo do Estado de São Paulo. Nenhuma crítica faziam e fazem.
Será que "esqueceram" que Aloísio Nunes Ferreira ("BETO") é ex-assaltante, ex-guerrilheiro? Segundo farta documentação disponível na internet, o ex-Ministro da Justiça de FHC, atual chefe da Casa Civil do governo José Serra e candidato preferido deste para o governo do estado, foi membro da ALN (Ação Libertadora Nacional), grupo guerrilheiro liderado por Marighella que participou da Resistência armada contra a Ditadura Militar. Aloisio Nunes teria participado até de assaltos com mortes de terceiros. Será que não se lembram da biografia do ex-militante da Ação Popular, José Serra? Outros "terroristas" ou "guerrilheiros" também participaram e participam, sem nehuna celeuma dos militares, de governos demotucanos.
Muito estranho o "esquecimento" segmentado, unilateral do Exército... Será doloso?
Essas dúvidas me assomaram ao ler hoje (11/02) a coluna da ultrasserrista Eliane Cantanhêde, do jornal tucano Folha de São Paulo:
"Rápidos no gatilho
Eliane Cantanhêde
BRASÍLIA - Jobim foi rápido no gatilho e acertou o general-de-Exército Maynard Marques de Santa Rosa, que chamou a comissão da verdade (para apurar torturas na ditadura militar) de "comissão de calúnias", cheia de "fanáticos que, no passado recente, adotaram o terrorismo, o sequestro de inocentes e o assalto a bancos". Adivinha a quem ele se referia?
Jobim leu a Folha, ligou para o comandante do Exército, Enzo Martins Peri, falou com Lula e ajustou a mira. O tiro em Santa Rosa, porém, não foi no coração. Ele está sendo exonerado da chefia do Departamento Geral de Pessoal e indo fazer nada no gabinete do comandante até 31 de março, quando cai na reserva por tempo.
A exoneração, assim, foi um ato político para mostrar que: 1) Militar não pode brincar com explosivos, nem ameaçar o poder civil, nem questionar publicamente o presidente (que assinou o decreto da comissão da verdade); 2) Ninguém quer confusão, a ponto de abrir um longo e rumoroso julgamento para expulsar o general com base no "Regimento Disciplinar do Exército". O risco seria transformá-lo em herói.
Jobim teve pressa para evitar que oficiais se solidarizassem tanto com Santa Rosa como com o que ele escreveu. O general é "porta-voz" da "linha dura" do Exército e já tinha criado caso duas vezes antes, provocando Jobim. Numa, por causa da reserva Raposa/Serra do Sol. Noutra, por causa da Estratégia Nacional de Defesa.
No caso das críticas à comissão da verdade, a dúvida do próprio governo é se foi realmente "em nome pessoal", como disse Enzo Peri a Jobim, ou se Santa Rosa aproveitou a proximidade da ida para a reserva para manifestar um sentimento disseminado no Exército. Nesse caso, ele sai do departamento, mas a insatisfação continua."
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