O jornal tucano Folha de São Paulo analisa hoje (11/02), em artigo de Ricardo Melo, a situação eleitoral de José Serra. Apesar de evidentes e tradicionais maquiagens para embelezar os tucanos e enfear os petistas, é interessante a leitura do texto da 'Folha':
"Inferno astral
SÃO PAULO - José Serra está diante de uma decisão política dramática. Lideranças tucanas dão como favas contadas a sua candidatura à Presidência da República. Já falam em comparar a biografia do ex-militante da Ação Popular com a da ex-militante da VAR-Palmares e colocam Serra em um tour país afora e Estado adentro para ampliar sua visibilidade -com direito a Madonna e recadinhos via Twitter.
Os resultados, no entanto, têm sido magérrimos. As pesquisas eleitorais, todas elas, exibem Serra na descendente e Dilma ladeira acima. Aliados do tucano alegam que a trajetória atual era esperada, uma vez que Dilma é candidata assumida, tem o apoio de um campeão de popularidade e conta com a máquina federal. Já os rivais veem uma tendência irresistível a favor da petista.
De todo modo, os lances mais recentes do xadrez eleitoral são desfavoráveis ao governador. O presidente do PSDB, Sergio Guerra, adora falar, mas, quando fala, gela a espinha dos correligionários. A entrada em cena do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, se fez algum barulho, irritou os tucanos que aceitam tudo, menos o que o FHC propôs: o tal debate plebiscitário com o governo Lula.
No Congresso, a refrega mostra-se previsível e desanimadora, com oposição e governo trocando xingamentos.
Num cenário em que inclusive a meteorologia parece atrapalhar, Serra tem cada vez menos tempo para escolher entre uma possível reeleição estadual e o imponderável no plano nacional. Além dos números das pesquisas; da água que sobra na propaganda da Sabesp, mas falta nas torneiras de contribuintes; e da fragilidade do discurso do partido que o abriga, não escapa ao governador o fato de que o principal aliado do PSDB, o DEM, carrega o fardo de um megaescândalo de Brasília.
Serra nunca foi daqueles de ir para o sacrifício "em nome do partido", até porque um partido como o PSDB nunca faria isso por ele ou qualquer de seus caciques. Não será surpresa se, na hora H, o refúgio dos Bandeirantes falar mais alto."
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