sábado, 11 de fevereiro de 2012

AS GREVES DAS PM E O MOVIMENTO DOS MARINHEIROS EM 1964


O TUCANO PRISCO E A DESMORALIZAÇÃO DA GREVE DA PM BAIANA

[OBS deste blog ‘democracia&política’:

Segundo o ‘Blog do Miro’ e o ‘Jornal Nacional’ de quinta-feira (9), o presidente da Associação de Policiais e Bombeiros [militares] da Bahia (ASPRA), Marcos Prisco, foi expulso da corporação em 2002 e é filiado ao PSDB. Foi derrotado nas últimas eleições para deputado. Ele já manifestou intenção de disputar pelo partido as eleições municipais deste ano.

Políticos de outros partidos, por interesses pessoais eleitoreiros, por ignorância ou ingenuidade, também incentivam essas inconstitucionais rebeliões militares. Por exemplo, a deputada estadual do PSOL, Janira Rocha, foi flagrada, em gravações telefônicas, tramando para que não fosse concordado o fim da greve da Polícia Militar (PM) na Bahia e para que houvesse deflagração do movimento no Rio de Janeiro e o seu espraiamento pelas polícias militares dos demais estados.


A conspiradora confessa Janira Rocha
Contudo, esses fatos ainda não permitem assegurar de que tenha havido, por interesses político-partidários, insuflamento do motim na Bahia e em outros Estados.

A Constituição é clara ao proibir greve e sindicalização aos militares. Tergiversações existem, dizendo que as polícias militares não são militares. Que o bombeiro é militar, mas o policial militar não é; por isso tem o direito de fazer greve. Muito filosófico.

O passado brasileiro permite algumas elucubrações preocupantes. Tenho medo de que algumas cobras venenosas já estejam próximas, quietas, torcendo para que a presa caia na sua armadilha e prontas para o bote.

Primeiro, existe a conhecida estratégia golpista da direita de quanto pior agora melhor para facilitar a sua volta ao poder. Tem sido frequentemente tentada nos últimos nove anos.

Segundo, e mais grave, há 47 anos ocorreu fato com algumas semelhanças com esses movimentos das PMs. Foi um também motim de militares, de marinheiros da Marinha do Brasil, ocorrido em 25 de março de 1964. Fizeram uma assembléia, com mais de dois mil marinheiros de baixa patente (marinheiros e taifeiros) no prédio do Sindicato dos Metalúrgicos no Rio de Janeiro. Os marinheiros exigiam melhores condições para os militares e apoio às reformas políticas de base propostas pelo presidente João Goulart. A assembléia foi chefiada por José Anselmo dos Santos, mais conhecido como Cabo Anselmo. Foi essa assembleia o pretexto que a direita esperava para justificar o bote seis dias depois, em 31 de março de 1964. O golpe permitiu que ela ficasse absoluta no poder por 20 anos. Preocupo-me.

Vejamos a seguir, sobre as atuais greves, o texto de Wálter Fanganiello Maierovitch]:

GREVE BAIANA: TERRORISMO PREGADO POR LÍDER DESMORALIZOU MOVIMENTO

“Marco Prisco, líder da greve dos policiais militares da Bahia, ficou desmoralizado quando apanhado —por gravações telefônicas interceptadas com autorização judicial — transmitindo ordens voltadas à pratica de atos de matriz terrorista e atuação em causa própria ao buscar, em eventual acordo, a anistia e o recolhimento dos mandados de prisão expedidos pela Justiça.

Sua rendição com prisão negociada, por evidente, enfraqueceu o movimento grevista, que afronta a Constituição da República. A Constituição garante a greve, mas o princípio não é absoluto. Os integrantes das Forças Armadas e das polícias militares, pela norma constitucional, não podem fazer greve. Prevaleceu aí o direito do cidadão à tranquilidade social.

Com a prisão de Prisco e a desocupação do quartel-general que armou ilegalmente no prédio da Assembleia Legislativa da Bahia, a tendência é de aceitação da proposta remuneratória feita pelo governo da Bahia, deixando a anistia para um segundo momento. A propósito, a anistia foi conseguida por participantes da recente parede dos bombeiros, no Rio de Janeiro.

Já o risco de a greve “pipocar” para outras unidades federativas é bem menor, pois a solidariedade seria vista pela população como apoio ao terrorismo incitado por Prisco, que deveria ser expulso imediatamente do PSDB, partido do qual é militante.”

FONTE: escrito por Wálter Fanganiello Maierovitch e transcrito no portal de Luis Nassif  (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/prisco-e-a-desmoralizacao-da-greve-da-pm-baiana#more). [título, imagens do Google e introdução entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

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