sábado, 11 de julho de 2015

PETROLEIROS SE UNEM CONTRA A ENTREGA DO PRÉ-SAL À CHEVRON (EUA)




Petroleiros se unem contra venda de ativos e entrega do pré-sal à Chevron

Por Emmanuel Cancella

"De tão tendenciosa, a 'Lava Jato' já está sendo chamada de “milícia nacional”. A contestação aos seus métodos vem da OAB, de juristas renomados e até de ministros do STF. A própria Polícia Federal denunciou a presença de grampos ilegais na delegacia do Paraná onde estão os presos da operação.


No entanto, a “milícia” mantém firme um de seus braços fortes, a grande mídia que há mais de um ano martela na cabeça dos leitores e telespectadores notícias sensacionalistas que têm a Petrobrás e a corrupção como centro.

Enquanto o juiz Sérgio Moro, que comanda a "Operação Lava Jato", recebe o título de personalidade do ano, oferecido pela TV Globo, seus vínculos familiares com a emissora dos Marinho, com a política entreguista e os políticos do PSDB são cada vez mais notórios.

Com a mesma cara de pau com que ataca deliberadamente a Petrobrás, há mais de um ano nas manchetes, a mídia se cala diante de escândalos maiores, com mais dinheiro desviado: casos Zelotes, Swissleaks, Trensalão, Corrupção na FIFA. Faz sentido. Tais escândalos envolvem banqueiros e grandes empresários, principalmente os da área de comunicação.

Portanto, cabe ao povo cobrar, nas ruas, a apuração de toda essa lama, sem excluir nem privilegiar corruptos e corruptores. A corrupção é intrínseca ao sistema. As mudanças não virão pela via do Judiciário onde grande parcela de seus representantes também está comprometida com os desvios das elites, da qual faz parte.

Aqueles que tentam destruir a Petrobrás para favorecer as empresas estrangeiras não estão preocupados com os nossos empregos, muito menos com o papel que a estatal representa no desenvolvimento da nação.

A Petrobrás é responsável por 80% das obras do país, através do PAC. Parte dos recursos que gera destina à educação e à saúde, por meio dos royalties, do Fundo Soberano, das participações especiais.

As elites econômicas, unidas em torno da 'Lava Jato', tão bem representadas pelas 'Organizações Globo' e pelo PSDB, são as mesmas que apoiam o projeto do senador José Serra/PSDB, visando entregar o nosso pré-sal à Chevron e a outras petrolíferas estrangeiras.

O projeto do Serra/PSDB subtrai todos os recursos que, por meio dos impostos pagos pela Petrobrás, hoje vão para obras públicas e sociais (com destaque para a educação e a saúde). Quem apóia esse projeto rouba o Brasil e os brasileiros, numa proporção infinitamente maior do que qualquer dinheiro que tenha sido desviado para a corrupção até agora.

Perto daquilo que o povo brasileiro vai perder, se o projeto dos tucanos for aprovado, os corruptos da Petrobrás podem ser comparados a “ladrões pés de chinelo”. Serra, entreguista de carteirinha de nosso petróleo, está mancomunado com a petroleira Chevron americana.

A proposta de PSDB/Serra, que a qualquer momento será votada, retira a Petrobrás da condição de operadora única do pré-sal. A Lei de Partilha, em vigor, garante à nossa empresa a participação mínima de 30% em cada campo. Serra quer acabar com tudo isso. Quer derrubar, também, a exigência do conteúdo nacional, que objetiva estimular a indústria local, com todos os benefícios que daí decorrem para a empregabilidade etc.

O complô está montado. O Brasil é o segundo maior canteiro de obras do mundo. Só perde para a China. Apesar disso, cedendo às pressões, o presidente da companhia, Aldemir B(V)endine, anunciou à jornalista Miriam Leitão a venda de ativos num montante US$ 15.1 bilhões. Ou seja, Vendine repete a fórmula de PSDB/FHC que vendeu as ações da Petrobrás em Nova Iorque quando os papéis da empresa estavam em baixa, com enormes prejuízos para nós e lucro certo para os compradores. Uma traição ao país e à Petrobrás.

A categoria petroleira não vai aceitar a venda de ativos importantes e lucrativos sem resistência. Vamos realizar assembléias em todo o país para impedir essa entrega.

A campanha “O petróleo é nosso!” resultou na criação da Petrobrás. Na greve de 32 dias, em 1995, no governo FHC, conseguimos barrar a privatização da empresa. Novamente vamos precisar do apoio popular para barrar a venda de ativos. Defender a Petrobrás é defender o nosso futuro.

FONTE: escrito por Emmanuel Cancella Emanuel Cancella, coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). http://emanuelcancella.blogspot.com.br/. Publicado no "Jornal GGN"  (http://jornalggn.com.br/noticia/petroleiros-se-unem-contra-venda-de-ativos-e-entrega-do-pre-sal-a-chevron).

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