quinta-feira, 3 de março de 2016

BENDITA INTERNET !!!




Bendita Internet 

Por RIBAMAR FONSECA, jornalista e escritor

"A absurda e vergonhosa caçada a Lula, que evidenciou o objetivo político das ações supostamente destinadas a "combater a corrupção", finalmente fez cair a máscara dos operadores da Lava-Jato, que confessaram em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal que há tempos estão investigando o ex-presidente operário. [Mentira, pois] recentemente eles mesmos declararam enfaticamente que Lula não era alvo de nenhuma investigação. 


Provavelmente, esperavam encontrar algo concreto que o incriminasse, para em seguida divulgá-lo como uma bomba. Tudo o que os diligentes investigadores têm contra ele, no entanto, são meras suposições, sem sustentação legal, que a mídia escandaliza como verdades na telinha da TV e nos jornalões. 

Certamente por isso, procuradores e policiais federais de São Paulo e do Paraná já estão se atropelando na caçada, todos entregues à insana tarefa de incriminar o maior líder popular deste país. O jornal "O Globo", que vem dando a sua valiosa contribuição, esta semana informou que os pedalinhos do lago do sitio em Atibaia tem os nomes dos netos do ex-presidente!!! Sem dúvida um crime hediondo.

Os Marinho, que provavelmente não estão conseguindo dormir direito tamanha é a sua preocupação com a possibilidade de Lula voltar à Presidência da República em 2018, temem agora que a mudança no Ministério da Justiça possa obrigar a Policia Federal a atuar dentro da lei, sem excessos e sem preferências políticas[partidárias], o que certamente se refletiria na caçada ao ex-presidente.


 No editorial de terça-feira última, em que usa cinco vezes a expressão "lulopetismo", o jornalão carioca faz uma ameaça velada ao novo ministro Wellington Lima e Silva caso interfira na ação da PF contra Lula, dizendo: "Cabe a ele zelar por direitos constitucionais, e não favorecer ou prejudicar alguém por meio da PF, algo digno de velhas ditaduras latino-americanas". É precisamente isso o que todos esperam que ele faça: "zelar por direitos constitucionais e não favorecer ou prejudicar alguém", ao contrário do seu antecessor, José Eduardo Cardozo, que deixava o barco correr ao sabor das preferências político-partidárias dos investigadores, despreocupado do cumprimento da Constituição.

O editorial, sob o título de "São nítidos os limites do ministro", seria cômico, se o tema não fosse tão sério. Ao mesmo tempo em que elogia o ex-ministro Cardozo por sua postura de mero espectador à atuação da PF e adverte o novo ministro para não interferir no trabalho [partidário] dos policiais, acrescenta que "Wellington, por óbvio, não poderá agir sem o aval da presidente, porque, nessa história, estará em questão a própria autoridade dela sobre seu governo". Ou seja, os Marinho reconhecem, mesmo sem querer, que se a Policia Federal tem atuado com autonomia é porque Dilma permitiu, em cumprimento ao seu programa de combate à corrupção. Se ela quisesse interferir nas investigações, controlando o trabalho da PF – como fez o ex-presidente Fernando Henrique quando ocupava o Palácio do Planalto, impedindo qualquer investigação sobre pessoas ou órgãos do seu governo – obviamente há tempos já o teria feito, independentemente de quem estivesse ocupando o Ministério da Justiça. A postura de Cardozo, portanto, apenas atendia à orientação dela.

O senador Aécio Neves, que não perde oportunidade para aparecer, com declarações que são mera chuva no molhado, também se manifestou na mesma linha do editorial do "Globo", com o qual está afinado, dizendo que "o país não aceitará qualquer tentativa de interferência na autonomia da Policia Federal ou de cerceamento das nossas instituições". Na sua visão, "o País" é ele, o seu partido e a mídia. Ele sabe, como de resto todo mundo, que se a Presidenta quisesse interferir há muito teria feito, não necessitando trocar de ministro, porque a Policia Federal não é autônoma, mas subordinada ao Governo Federal. A "Associação de Delegados da PF" comete o mesmo erro de avaliação [de Aécio] ao divulgar nota manifestando "extrema preocupação" com a saída do ministro "em razão de pressões políticas para que controle os trabalhos da Polícia Federal". Na verdade, há muito que Dilma já deveria ter agido com a autoridade que o cargo lhe confere, contendo os excessos que transformaram a PF numa polícia política [partidária].

Todos os brasileiros em todos os recantos deste país aprovam e apoiam o combate à corrupção, com a punição dos corruptos e corruptores, mas não dessa forma seletiva, nitidamente político-partidária, onde só se investiga pessoas ligadas ao PT e se busca, de maneira canina, algo que possa derrubar a Presidenta e inviabilizar a candidatura de Lula nas eleições de 2018. 


Constata-se hoje, infelizmente, que todo esse circo de combate à corrupção foi armado com o objetivo de afastar o ex-presidente operário da cena política e, ao mesmo tempo, abrir caminho para a conquista do poder pelos tucanos, legítimos representantes da Direita [instrumento do grande capital financeiro internacional], e, desse modo, atender à cobiça internacional por nossas riquezas naturais. E nessa operação se acumpliciaram com a mídia impatriótica a oposição, mais especificamente o PSDB, partes do Ministério Publico e do Poder Judiciário e a Policia Federal. Se a presidenta Dilma Rousseff tivesse reagido no princípio a esse cerco, certamente a situação não teria chegado a este ponto, que não está pior porque, felizmente, existe uma coisa chamada Internet.

Graças à Internet, a Grande Mídia perdeu muito da sua força e, consequentemente, da sua hegemonia na formação da opinião pública. O brasileiro hoje não está mais escravizado ao noticiário tendencioso da imprensa familiar, pois dispõe de blogs e sites, das redes sociais para receber outras informações, conhecer outras opiniões e tirar suas próprias conclusões. O Brasil não engole mais, à falta de outras opções, o noticiário indigesto da Grande Mídia, que escandaliza a compra de pedalinhos e esconde acusações de propina a tucanos. Graças aos blogs e sites todos agora sabem dos objetivos políticos[partidários] das operações, que se acreditava destinadas a "combater a corrupção". Bendita Internet!"

FONTE: escrito por RIBAMAR FONSECA, jornalista e escritor. Publicado no portal "Brasil 247"   (http://www.brasil247.com/pt/colunistas/ribamarfonseca/219350/Bendita-Internet.htm).  [Imagem do google e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

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