domingo, 26 de dezembro de 2010
TIETÊ-PARANÁ TERÁ EXPANSÃO HISTÓRICA A PARTIR DE 2011
“PLANO DE TRANSPORTE DE ÁLCOOL DA TRANSPETRO VAI MAIS QUE DOBRAR VOLUME DE CARGA QUE CRUZA A HIDROVIA
Até meados da década, volume deve superar 12 milhões de toneladas, o que aproxima hidrovia da capacidade final.
O transporte na hidrovia Tietê-Paraná vai mais do que duplicar até meados da próxima década. Dos 5,7 milhões de toneladas alcançados neste ano, o volume de carga vai superar 12 milhões de toneladas, e pode levar a estrutura ao limite.
Um contrato para a construção de 20 novos comboios será o novo impulso. O acordo foi assinado entre a estatal Transpetro e o consórcio Estaleiro Rio Tietê.
O negócio restabelece a construção naval na hidrovia paulista e cria bases para o transporte hidroviário de álcool combustível, item até agora fora dessa modalidade de transporte.
São 80 barcaças e 20 empurradores. O valor do negócio será de US$ 239,1 milhões (R$ 404 milhões). Os equipamentos serão construídos em Araçatuba (SP).
O estaleiro começa a ser montado em janeiro, e os primeiros comboios começam a ser entregues no final do ano que vem.
Hoje, o escoamento da produção de álcool ocorre, em grande parte, por rodovia. O projeto da Transpetro transfere cerca de 7 milhões de toneladas pelo rio Tietê até a rede de alcoolduto, através da qual o combustível é bombeado para Paulínia e para Santos.
Para Frederico Bussinger, diretor do DH (Departamento Hidroviário), órgão ligado à Secretaria de Transportes de São Paulo, o projeto da Transpetro altera as perspectivas da hidrovia no Estado.
A modalidade de transporte é parte essencial do plano estadual para redução das emissões de gases de efeito estufa até 2020. Das emissões de São Paulo, 55% são de responsabilidade do setor de transporte.
O crescimento que será imposto pela Transpetro, no entanto, pode levar a hidrovia ao limite rapidamente. Hoje, a Tietê-Paraná tem capacidade para movimentar 10 milhões de toneladas por sentido. Bussinger admite que o transporte de álcool nos próximos anos vai exigir um novo ciclo de investimentos.
INVESTIMENTO
O DH tem hoje um pacote de pequenas obras que totalizam R$ 300 milhões. O principal esforço neste momento é alargar os vãos das pontes que cortam o canal de navegação ao longo dos 650 quilômetros da hidrovia no trecho paulista.
Hoje, a maior parte das 17 pontes que cruzam o rio em São Paulo possui vão inferior a 50 metros, o que torna a navegação dos comboios excessivamente lenta.
"Em cada ponte, o comboio precisa parar, ancorar as barcaças e manobrar uma a uma. Isso retarda em horas o transporte na hidrovia e reduz a produtividade", diz Bussinger.
O DER (Departamento de Estradas e Rodagem), responsável pelas pontes, vai contratar agora as obras para alargar as pontes das rodovias SP-333 e SP-425. Com essas, serão agora dez pontes com pilares reposicionados. Em oito, o trabalho foi feito.
HIDROVIA PODE GANHAR MAIS 200 KM EM SP
A hidrovia Tietê-Paraná pode ganhar mais 200 quilômetros de extensão e mais cinco pequenas centrais hidrelétricas nos próximos anos. O trecho paulista de 650 quilômetros pode chegar a 850 quilômetros.
Um estudo encomendado pelo Departamento Hidroviário de São Paulo e a EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) vai avaliar a viabilidade econômica e ambiental da proposta de tornar o Tietê navegável no trecho entre as cidades de Anhembi e Salto.
O edital para o estudo foi lançado no início deste mês e a abertura das propostas está prevista para a segunda quinzena de janeiro. O estudo poderá gerar um edital para a concessão das obras.
Com as barragens, serão criados cinco "degraus" no Tietê, viabilizando o transporte de carga até Salto. Ali, o plano é fazer a integração com rodovias e a ferrovia.
O transporte hidroviário é apontado como parte da solução para a redução das emissões em São Paulo. Sem um plano alternativo para o transporte de grandes volumes, o Estado vai emitir 65 milhões de toneladas em 2020. Até lá, pode baixar para 32 milhões de toneladas de CO2 com a ajuda da hidrovia.”
FONTE: reportagem de Agnaldo Brito publicada na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me2512201011.htm) e (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me2512201012.htm).[imagem do Google colocada por este blog].
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