domingo, 26 de dezembro de 2010

TREM-BALA NO BRASIL É VIÁVEL


De Pequim

“Um dos principais especialistas em trem de alta velocidade do mundo, o espanhol Iñaki Barrón, afirma que o projeto entre Rio e São Paulo é viável, mas que o governo brasileiro ainda precisa definir melhor como será a sua participação.

Barrón é diretor do Departamento de Passageiro e Alta Velocidade da União Internacional de Ferrovias (UIC, na sigla em inglês), que reúne as principais empresas e entidades do setor. A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) acaba de se filiar.

A seguir, a entrevista concedida à Folha em Pequim, onde participou do congresso mundial do setor.

Folha - O governo adiou o leilão depois que só um consórcio se interessou pela construção do trem-bala. Qual a sua avaliação?

Iñaki Barrón -
Isso é normal, porque são projetos complexos, há muito dinheiro envolvido. O importante é que o governo esclareça a sua posição sobre quanto vai colocar e quanto quer receber como benefício social. Um projeto de trem de alta velocidade apenas privado não é possível. É preciso ter uma participação pública mínima de 50%.

Há dúvidas sobre qual é a parte do governo brasileiro?

Os que querem investir do setor privado precisam saber onde vão colocar o seu dinheiro e o que vão obter. E o Estado tem de justificar o dinheiro público, saber os benefícios sociais.

É viável adaptar a rede ferroviária já existente?

Não. A estrutura para o trem de alta velocidade não é facilmente adaptável. É preciso ver a eletrificação, as estações, o meio ambiente.

Dá tempo para a Olimpíada?

Sim, se começar já.

A China tem o sistema mais amplo, os trens mais rápidos e o custo mais baixo. Como isso foi possível?

A China se parece com o Japão pós-guerra. Eles foram copiando tudo e desenvolviam tecnologia. Sabemos que os chineses usaram tecnologias alemã e japonesa para o trem mais rápido do mundo.”

FONTE: Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me2512201017.htm).[imagem do Google adicionada por este blog].

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