terça-feira, 29 de junho de 2010

INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA

LIVRO RETOMA POLÊMICA SOBRE INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA

“Amazônia, esse mundo à parte” é o livro lançado pelo deputado estadual Eron Bezerra (PCdoB-AM) que traz uma compilação de uma série de artigos escritos pelo parlamentar para debater questões sobre Amazônia envolvendo aspectos econômicos, políticos e sociais.

Entre os temas mais polêmicos estão às táticas adotadas pelo imperialismo para internacionalizar a Amazônia, que segundo o autor sempre estiveram presentes na história da região.

Eron Bezerra diz que escrever sobre uma região como a Amazônia, que possui mais de 5,5 milhões de km² de extensão territorial, é falar de um mundo a parte. Rica em minerais, espécies vegetais e animais, a biodiversidade e auto-sustentabilidade da Amazônia atraem a cobiça de potências mundiais, que ao longo dos anos vêm adotando as táticas do imperialismo para internacionalizar essa região.

Para isso, usam como recurso e pano de fundo as questões ambientais defendidas pela corrente dos santuaristas, para quem a preservação é tudo e o crescimento é nada. Embora argumentem motivação ambiental, o que lhes anima efetivamente é a concepção de que a Amazônia é patrimônio da humanidade e, portanto, deve ser gerida por toda a humanidade.

O autor diz que por essa concepção qualquer uso da Amazônia deve ser evitado para assegurar que seus abundantes recursos naturais permaneçam intocáveis como reserva estratégica de seus "donos".

“De um lado uma região com riquezas inexploráveis, do outro, uma região explorada e marcada pela cobiça capitalista dos produtivistas, para quem o crescimento é tudo e a preservação é nada. Esse grupo defende a anistia geral e irrestrita para o uso inadequado das reservas legais e, especialmente, uma legislação ambiental concorrente sem regras gerais nacional, como preconiza a atual constituição brasileira”, explicou.

“Nesse trabalho destaco as vertentes de três grupos: sentuaristas, produtivistas e ruralistas, que atuam na região amazônica e ditam os caminhos dela”, comentou o autor.

SUSTENTABILIDADE

Eron argumentou que dentro desta Amazônia cabe ainda outro pensamento ideológico que trabalha com o papel da ciência e da tecnologia chamando a atenção para a importância desse tema dentro da implantação de um desenvolvimento pleno e sustentável.

“Explorar as riquezas de forma sustentável, sem causar grandes danos a biodiversidade da Amazônia, é defendida pelos sustentabilistas, que em contraposição aos produtivistas e santuaristas, partem da premissa de que não há ação humana ou natural sobre a face da terra que não provoque impacto ambiental e, também, que não há recurso natural inesgotável”, diz.

Ele afirmou que não apenas o uso desses recursos deve ser racionalizado como a sua utilização deve ser em consonância com o mais elevado conhecimento científico e tecnológico contemporâneo.

OUTRO TEMAS

Outros temas são destacados como a disputa por áreas territoriais, a exploração de recursos minerais e o papel da região no cenário nacional. Mais tópicos destacam a vida do caboclo, do ribeirinho, do povo indígena e as relações sociais e culturais do povo amazônico.

O deputado explica que o livro é a junção de uma série de artigos escritos por ele ao longo dos anos. “Artigos escritos na década dos anos 80 e 90 foram trabalhados para este livro e representam uma visão sobre a Amazônia naquele período. Outros artigos inéditos foram escritos para este livro e refletem as mudanças que ocorreram nesta região ao longo dos anos”, explicou”.

FONTE: reportagem de Iram Alfaia, com informações da assessoria do deputado Eron Bezerra, publicada no portal “Vermelho”.

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