terça-feira, 29 de junho de 2010

LULA FALA SOBRE CHUVAS NO NORDESTE E ORÇAMENTO DAS FAMÍLIAS BRASILEIRAS



Programa de rádio “Café com o Presidente”, com o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Rádio Nacional, 28 de junho de 2010

“Luciano Seixas: Olá, você em todo o Brasil. Eu sou Luciano Seixas e começa agora o “Café com o Presidente”, o programa de rádio do presidente Lula. Olá, Presidente, como vai? Tudo bem?

Presidente:
Tudo bem, Luciano.

Luciano Seixas: Presidente, as fortes chuvas castigaram cidades dos estados de Alagoas e Pernambuco. Nessa semana o senhor esteve em algumas áreas atingidas, não é isso?

Presidente:
Olha, Luciano, nós fomos visitar algumas cidades que foram atingidas pelas enchentes nos estados de Pernambuco e de Alagoas, e ficamos todos estarrecidos com a gravidade do problema, com a quantidade de água que caiu num único dia. A maior enchente da história, que envolveu mais de 30 cidades, e que agora nós estamos num processo de reconstrução. Eu fiz questão de visitar a região e de levar vários ministros, para que a gente veja in loco a situação em que as pessoas estão vivendo e para que a gente tome medidas mais rápidas do que aquelas que a própria legislação permite que a gente tenha que tomar. Se nós formos cumprir todo o ritual de decretação de calamidade, de exigência de todos os papéis que precisa para dar recurso para as cidades, nós vamos demorar aí seis, sete, oito meses para resolver o problema, quando, na verdade, nós temos cidades praticamente destruídas. Nós tomamos a decisão de dar R$ 275 milhões para cada governador, foram depositados na conta do estado de Alagoas e na conta do estado de Pernambuco R$ 275 milhões. Depois é que nós vamos contabilizar isso e vamos querer documentação para provar onde esse dinheiro foi gasto, porque não é possível que a gente fique perdido na burocracia, enquanto milhares de pessoas estão perdidas, sem casa, sem endereço, cidade sem igreja, cidade sem prefeitura, cidade sem cartório. Ou seja, nós temos que reconstruir o máximo possível e o mais rapidamente possível. Nós precisamos, então, agora, apressar as atitudes do governo com saúde, com educação, reconstruir as escolas, reconstruir hospitais, levar vacinas, levar remédios e colocar dinheiro à disposição, para que as coisas possam começar a acontecer nessa região, sobretudo para despertar, outra vez, esperança no povo que mora nessas cidades. Obviamente que para reconstruir as casas, para reconstruir as cidades nós não poderemos gastar o dinheiro reconstruindo no mesmo local que teve enchente. Daí porque a responsabilidade dos prefeitos, dos governadores, de procurarem locais fora da área das enchentes, para que a gente possa utilizar os recursos do governo federal e reconstruir casas, reconstruir as cidades que precisam ser reconstruídas.

Luciano Seixas: Quais os próximos passos agora, Presidente?

Presidente:
Na medida em que nós depositamos R$ 275 milhões na mão de cada governador, o que nós esperamos é que os governadores juntem os prefeitos e comecem a refazer e a reconstruir as cidades. Da parte do governo federal, por exemplo, nós colocamos R$ 1 bilhão de financiamento para financiar o comércio e a indústria. Ou seja, essas cidades têm pequenos e grandes comércios que precisam voltar a funcionar, e parte do comércio na beira do rio foi extinto, acabou. Então, é preciso que a gente permita que as pessoas se reconstruam e que possam voltar a ter uma atividade econômica para fazer a cidade crescer. Depois, nós também tomamos a atitude de liberar o Fundo de Garantia para aqueles trabalhadores que tenham Fundo de Garantia e, ao mesmo tempo, o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal, através do programa Minha Casa, Minha Vida, vão trabalhar para a reconstrução das cidades. Para isso, é importante que os prefeitos e os governadores nos ofereçam os terrenos fora da área de risco, para que a gente possa reconstruir as cidades que foram dizimadas pelas enchentes.

Luciano Seixas: Você está ouvindo o “Café com o Presidente”, o programa de rádio do presidente Lula. Presidente, agora mudando um pouco a pauta, o IBGE divulgou na quarta-feira passada pesquisa sobre os orçamentos das famílias brasileiras. O que os números mostram, Presidente?

Presidente:
Olha, o que os números mostram, Luciano, é que a vida do povo brasileiro está melhorando. Eu, como cidadão brasileiro, como ex-metalúrgico, como ex-dirigente sindical e como presidente da República fico extremamente feliz quando eu percebo que as pessoas estão tendo um pouco mais de dinheiro para fazer a sua compra no final do mês. Isso, para mim, é motivo de orgulho: saber que o povo está comendo mais e está comendo melhor. Eu acho que isso é a compensação das políticas públicas que o governo tem feito, sobretudo na área de inclusão social, na área de distribuição de renda, na área de transferência de renda. Eu acho que está valendo a pena a gente dizer ao mundo que a gente tem que distribuir para a economia crescer, e não esperar a economia crescer para distribuir. Ou seja, quando você dá um pouco de dinheiro às pessoas mais pobres elas não compram dólares, elas não aplicam na Bolsa; elas vão ao supermercado comprar comida, comprar roupa, comprar as coisas que elas precisam para sobreviver. E é isso que me deixa muito feliz: saber que o nosso povo está melhorando a sua condição de vida.

Luciano Seixas: Muito obrigado, presidente Lula, e até a próxima semana.

Presidente:
Obrigado a você, Luciano, e até a próxima semana.

Luciano Seixas: Você pode acessar este programa em www.cafe.ebc.com.br.

Presidente:
Lembrando, Luciano, que no domingo que vem eu estarei falando com vocês de Guiné-Bissau, ou da Guiné Equatorial, porque eu estarei viajando. No sábado eu estarei em Cabo Verde, no domingo eu estarei em Guiné-Bissau, e à tarde estarei em Guiné Equatorial. Então, ou de Guiné-Bissau ou de Guiné Equatorial, eu estarei falando com o programa “Café com o Presidente”.

Luciano Seixas: Isso. O programa “Café com o Presidente” volta na próxima segunda-feira. Até lá.”

FONTE: publicado no Blog do Planalto http://imprensa.planalto.gov.br/download/Informe_da_Hora/pr1918-2@.doc

Nenhum comentário: