Por José Dirceu, no "O Globo"
“A Petrobras é e
continuará sendo uma empresa estratégica para o desenvolvimento do país. Alvo
de críticas constantes da imprensa e da oposição, a maior estatal do país
continua dando mostras de sua vitalidade, de que é uma empresa sólida e
estabelecida, desmontando a campanha infundada que dirigem contra ela.
As ações da empresa que,
nos últimos dez anos, obtiveram rentabilidade acima da média do mercado, e
sofreram com a grande desvalorização das ações em todo o mundo por conta do
subprime nos EUA, demonstram agora forte capacidade de recuperação e tendência
de ascensão.
Em abril, depois da
divulgação dos resultados da empresa referentes ao primeiro trimestre deste ano
-- acima das expectativas do mercado
-- as ações preferenciais da Petrobras tiveram bom desempenho, com alta de 5%,
e voltaram a figurar entre as mais indicadas pelos analistas do mercado.
Seguindo seu plano de
investimentos, neste mês de maio, a companhia concluiu a captação de US$ 11
bilhões com a emissão de títulos no mercado internacional -- a maior captação externa da história já
feita por um emissor de mercados emergentes.
Segundo a presidenta da
empresa, Maria das Graças Foster, esse resultado demonstra que o mercado de
capitais tem confiança na Petrobras e trata-se de um endividamento que mira o
crescimento.
Além dessa grande
conquista, a empresa liderou a disputa por áreas licitadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para
exploração de petróleo e gás na última semana. A estatal arrematou 34 blocos,
12 deles como operadora e sete atuando sozinha.
Aliás, o êxito absoluto
do leilão -- que arrecadou R$ 2,82
bilhões, acima da marca máxima anterior de R$ 2,1 bilhões em 2007, e contou com
a presença de 18 empresas estrangeiras de 11 países entre os 30 vencedores
-- comprova o acerto da política de energia, petróleo e gás do governo, que
mudou radicalmente o modelo anterior, direcionando a Petrobras para servir aos
objetivos do país, e não aos interesses privados nacionais ou estrangeiros.
Com a expectativa de que
venha a dobrar de tamanho até 2020, tendo como carro-chefe as reservas do
pré-sal, a estatal, que praticamente quadruplicou sua receita líquida nos
últimos dez anos, a cada dia supera novos desafios tanto para produzir e
explorar, quanto para aumentar sua capacidade de refino.
A expectativa é de que a
produção diária de petróleo e gás natural do Brasil, que hoje é de 2,2 milhões
de barris, chegue a 5,7 milhões em 2020. As reservas da estatal também têm
potencial para dobrar de tamanho e atingir 31,5 bilhões de óleo equivalente nos
próximos anos.
Os excelentes resultados
são fruto da evolução dos investimentos, que aumentaram 21,5% ao ano desde
2000, atingindo US$ 42,9 bilhões em 2012, e da demanda do mercado brasileiro,
que está acima da média mundial.
A partir do governo
Lula, a Petrobras avançou como nunca em pesquisa, tornando-se pioneira e um dos
maiores centros de tecnologia do mundo para prospecção em águas profundas.
Também foi a grande
responsável pelo desenvolvimento da indústria de petróleo e naval brasileira,
fortalecendo e gerando grande valor e possibilidade de inovação à cadeia
produtiva, que têm atendido às demandas da estatal em patamares que, por vezes,
superam 85% de conteúdo nacional, especialmente nos projetos de refino.
A ampliação e
modernização do parque de refino e a retomada dos investimentos em novas
unidades pela companhia, o que não ocorria desde 1980, é fundamental para a
economia brasileira.
Além de reduzir
continuamente a nossa dependência do produto final estrangeiro, o início das
operações da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, prevista para 2014, e de
outras que constam no plano da empresa para o período entre 2012 e 2016,
agregará valor enorme ao nosso petróleo.
E os surpreendentes
números do pré-sal contradizem totalmente as avaliações pessimistas de que a companhia
não teria condições de operar sozinha nessa camada.
A produção nos
reservatórios do pré-sal nas bacias de Campos e Santos já superou a marca de
300 mil barris de petróleo por dia, tendo dobrado entre 2011 e 2012. São
resultados excelentes, obtidos apenas sete anos depois da primeira descoberta
de petróleo do pré-sal, em 2006. No Golfo do México, por exemplo, foram
necessários 17 anos para se alcançar essa produção.
Sem nenhuma dúvida, os
números, os êxitos e as excelentes perspectivas calam e mostram o quanto são
despropositadas as críticas e a campanha da oposição contra a companhia, que
vive hoje situação bastante diferente da que apresentava até 2003, totalmente
dependente da importação de navios e equipamentos pesados, sem investimentos em
tecnologia e inovação, operando com poucas reservas, na iminência de ser
privatizada.
O sentimento de
pessimismo em relação a Petrobras, transmitido em discursos e matérias
editorializadas, visando apenas à oposição ao governo e não aos interesses do
país, definitivamente não correspondem à realidade de uma empresa que cresce e
se reinventa a cada dia, apostando em Tecnologia e Inovação, descobrindo novas
vocações, gerando empregos e capacitando profissionais, contribuindo de forma
decisiva para o projeto de desenvolvimento do país.”
FONTE: escrito por José Dirceu, 67, advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro
do Diretório Nacional do PT. Publicado no jornal “O Globo” e no blog do Noblat (http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2013/05/24/exitos-da-petrobras-497826.asp).
[Imagem obtida no Google e acrescentada por este blog ‘democracia&política’].
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