“Com 47
milhões de beneficiados, o Brasil está na segunda colocação na relação de
países onde mais crianças são alimentadas nas escolas.
De acordo com o relatório “Estado Mundial da
Alimentação Escolar 2013”, o Brasil está na segunda colocação na relação de
países onde mais crianças são alimentadas nas escolas. Atualmente, 47 milhões
de meninos e meninas recebem refeições nas escolas brasileiras, perdendo apenas
para Índia, com 117 milhões. Atrás do Brasil estão os Estados Unidos, com 45
milhões de crianças, e a China, com 26 milhões.
O estudo é uma realização do “Programa Mundial de Alimentos” da ONU (PMA) e analisa mundialmente
os programas de alimentação escolar em países desenvolvidos e em
desenvolvimento, bem como dados sobre a forma como os governos usam a merenda
como um fator de segurança em tempos de crise.
De acordo com o PMA, em torno de 368 milhões de
crianças — cerca de uma em cada cinco —
obtêm uma refeição na escola todos os dias em 169 países desenvolvidos e em
desenvolvimento. No entanto, apesar da alimentação escolar ser global, sua
cobertura é menor onde a comida é mais necessária. Em países de baixa renda,
apenas 18% recebem uma refeição diária entre as aulas em comparação com quase
49% das crianças dos países de renda média.
“As refeições
escolares são um investimento que compensa no futuro, com adultos mais
escolarizados, mais fortes e mais saudáveis, e é também uma rede de segurança
para prevenir que os mais vulneráveis sofram em tempos de crise”, disse a
diretora executiva do PAM, Ertharin Cousin.
BRASIL COMO REFERÊNCIA
BRASIL COMO REFERÊNCIA
O documento afirma que o principal fator para o bom
desempenho brasileiro está relacionado ao “Programa
Nacional de Alimentação Escolar”, que abrange todas as escolas públicas e
comunitárias do sistema de ensino básico — incluindo
creches, jardim de infância, ensino fundamental e médio e educação para jovens adultos
— e atinge 47 milhões de estudantes a cada ano.
O programa foi lançado em 1955 e é o segundo maior
do mundo em alimentação escolar.
O estudo também ressalta o vínculo entre a
alimentação escolar, a produção de comida e participação da comunidade no País.
Desde 2009, por lei, pelo menos 30% dos recursos transferidos pelo “Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação” devem ser usados para adquirir alimentos de agricultores
familiares.
O relatório destacou também o “Programa de Aquisição de Alimentos” (PAA), outro pilar brasileiro
na luta contra a fome e a pobreza, que promove compras de produtos alimentícios
diretamente da agricultura familiar para os programas alimentares do governo. O
PAA ajudou a criar, de acordo com a ONU, um vínculo entre os pequenos
agricultores e as refeições escolares, barateando os custos da comida e
aumentando a disponibilidade de frutas e vegetais.
O estudo também citou o “Centro de Excelência contra a Fome no Brasil”, localizado em
Brasília e dedicado à discussão de políticas e aprendizado Sul-Sul para a
alimentação escolar, nutrição e combate à fome e desnutrição. O centro foi
criado em 2011 e é uma parceria entre o PMA e o governo brasileiro para apoiar
soluções sustentáveis contra a fome em países da África, América Latina e Ásia.
DOAÇÕES
O PMA ressaltou o importante papel do Brasil como
doador nos programas de alimentação de países de baixa renda. Nestes, o apoio
internacional conta por 83% de todo o investimento na alimentação escolar e,
além do Brasil, são doadores importantes a Austrália, Canadá, Egito, Estados
Unidos, Honduras, Luxemburgo e Rússia, entre outros. De acordo com a agência da
ONU, a parceria com os doadores é importante não apenas pelo financiamento, mas
também pela experiência e compartilhamento de aprendizado.
O investimento global nos programas alimentares
escolares é de cerca de 75 bilhões de dólares, com a maioria proveniente de
orçamentos de governos. Embora possam parecer um grande investimento, os
benefícios são ainda maiores, pois, segundo o relatório, para cada um dólar
gasto pelo governo e doadores, pelo menos três dólares são adquiridos em
retorno econômico.
Nos últimos cinco anos, pelo menos 38 países têm
ampliado os seus programas de alimentação escolar em resposta a uma crise – seja relacionada com os preços dos
alimentos, conflitos, desastres naturais ou a volatilidade financeira,
aponta o estudo.
“Durante as
crises de alimentos e combustíveis, em 2008, muitos governos se esforçaram para
proteger os mais vulneráveis da fome e olharam para a merenda para conseguir
isso. Na atual recessão, mesmo os países ricos estão examinando como a merenda
pode impedir as famílias de serem atingidas pela pobreza e a fome”, disse
Carmen Burbano, principal autora do relatório.”
FONTE: do “Portal
Brasil”. Transcrito no portal do PT (http://www.pt.org.br/noticias/view/brasil_e_referencia_global_em_refeicoes_escolares_aponta_estudo_da_onu).
[Imagem do Google acrescentada por este
blog ‘democracia&política’].
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