[O
TCU certamente sabe das consequências de suas suspensões, muitas vezes anos depois provadas incorretas, mas...]
Da
Agência “Estado” [do jornal "O Estado de São Paulo", autodeclarado tucano-serrista em editorial antes das eleições de 2010]
No site do jornal “A Tarde” [do grupo tucano “Folha”]
CÉSAR BORGES ATACA TCU E ATRIBUI ATRASO DE OBRAS AO TRIBUNAL
Lu Aiko Otta, “Agência
Estado”
“Há um mês e meio no cargo, o
ministro dos Transportes, César Borges, não esconde sua perplexidade com os
obstáculos que o governo enfrenta para tocar seus projetos. "No passado, não se tinha dinheiro para
gastar em infraestrutura", comentou em entrevista à reportagem. "Agora, há recursos, mas não conseguimos
gastar". Entre os elementos que atrasam as obras, ele atacou,
principalmente, o Tribunal de Contas da União (TCU).
"O TCU, a cada dia, passa de órgão fiscalizador para gestor de obras",
afirmou. "Ele não apenas se contenta
em acompanhar os preços, a melhor utilização do recurso público".
Borges informou que o tribunal, às vezes, solicita informações e questiona
pontos que deveriam ser decisão do responsável pela obra.
Ele citou como exemplo um corte no
solo para a construção de uma estrada. "Tem de fazer uma sondagem que vai até o leito da estrada; se tiver dez
metros de rocha, eu tenho de ir até lá embaixo", explicou.
"Mas por que ir até o leito ? Às vezes, basta ir até o impenetrável, que
é a rocha [questiona o TCU]". Para Borges, esse tipo de decisão deveria ser do gestor, e
não do tribunal. "O gestor da obra é
o gestor da obra, o órgão público, e aí ele assume a responsabilidade",
afirmou. "Mas, se o tribunal quer
fazer gestão de obra, complica um pouco".
CUSTOS
Outro exemplo é a análise da
composição de custos de uma obra. "Isso
é subjetivo, engenharia civil não é ciência exata", disse. São também
comuns os questionamentos a respeito de preços. "Eles [no TCU] podem fazer uma cotação de preço por internet, mas o sujeito [do
TCU] nunca participou de uma concorrência", desabafou. "E aí ele acha que há sobrepreço, e vai [paralisar a obra e] exigir que a empresa reduza o custo".
As pressões pela redução de custos
geram outro problema. Muitas vezes, a empresa não aceita essa exigência e
prefere rescindir o contrato. Nesse caso, o governo pode chamar o segundo
colocado, mas, muitas vezes, se vê forçado a reiniciar o processo de licitação [anos se consomem nesse processo].
Apesar das críticas, o ministro orientou
sua equipe a atender a todos os pedidos do tribunal da forma mais célere e
transparente possível. "Não estamos
nos insubordinando, de forma nenhuma, contra o TCU", disse. "Mas é preciso que se saiba que o atendimento
de todas as solicitações faz com que as obras sejam executadas num tempo [exageradamente
longo e com consequente multiplicação de custos] que a sociedade não quer". Borges acrescentou que tem boa
relação com os ministros do TCU e o diálogo é bom.
O TCU não é o único empecilho aos
investimentos, informou o ministro. Existem as já conhecidas dificuldades em
obter licenças ambientais [IBAMA]. Muitas vezes, os estudos para a concessão
das autorizações demoram um ano [ou décadas], pois é preciso estudar a fauna e
a flora das áreas afetadas nas quatro estações. Dependendo do local, há [polêmicas] exigências
de estudos e medidas mitigadoras de impacto dos órgãos de proteção aos
indígenas [FUNAI], aos quilombolas [SEPPIR] e ao patrimônio histórico [IPHAN]. [Hoje,
no Brasil, é quase um milagre a autorização e a execução de uma obra pública].
P.S: Comentário: “Uma rápida pesquisa sobre os nomes dos
ministros que compõem o TCU revela que, quase todos, são oriundos do
Parlamento. Por coincidência, todos esses ex-parlamentares , creio que a exceção
era Ana Arraes, têm histórico de oposição ao PT.”
FONTE: reportagem de Lu Aiko Otta, da Agência
Estado (tucana). Publicada no site do jornal “A Tarde” e
transcrita no portal de Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/ministro-dos-transportes-atribui-atraso-de-obras-ao-tcu).
[Imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog
‘democracia&política’].
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