sábado, 11 de julho de 2015

ÍNTEGRA DO DISCURSO DE DILMA NA REUNIÃO DOS BRICS NA RÚSSIA



Prioridades na relação bilateral com a Rússia são adesão à missão Aster e a cooperação comercial e na área de parceria sobre lançamento de satélite. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Defender o pré-sal! Dilma faz acordo com Putin

A Amazônia Azul é nossa ! 

No Blog do Planalto:

DILMA DIZ QUE CÚPULA DE UFA CONSOLIDA BRICS E DESTACA PARCERIA COM A RÚSSIA NA ÁREA ESPACIAL

A presidenta Dilma Rousseff congratulou, na quarta-feira (8), o presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, pela organização da 7ª Cúpula dos BRICS, afirmando que este é um momento especial, quando Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul assinarão a conclusão do processo de ratificação do "Tratado para o Estabelecimento de um Arranjo Contingente de Reservas dos BRICS"(CRA), que entrou em vigor na semana passada.

Eu acho que esse é um momento especial nessa 7ª Cúpula, porque consolida-se o Grupo BRICS”, disse a presidenta, durante reunião bilateral com Putin na cidade de Ufá, local do encontro e capital da República do Bascortostão.

Sobre a relação Brasil-Rússsia, Dilma destacou a área de ciência e tecnologia, recordando que, em 2004, foi estabelecida uma parceria estratégica nesse setor entre o governo russo e o governo brasileiro, e que, desde então, esse tema tornou-se um dos elementos propulsores da parceria entre os dois países.

Para nós, são prioridades importantes, na nossa relação bilateral, a adesão à 'missão Aster'; a cooperação comercial e na área de parceria sobre lançamento de satélite”, enfatizou. A primeira "Missão Brasileira de Espaço Profundo" (Aster) é um projeto multi-institucional da Agência Espacial Brasileira (AEB). A presidenta acrescentou que o ministro brasileiro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, está participando da visita à Rússia, buscando aproximar as áreas científicas brasileira e russa.

Dilma Rousseff acrescentou que Rússia e Brasil devem desenvolver o comércio bilateral, que tem potencial de crescimento. “Nós devemos continuar trabalhando para atingir a meta dos US$ 10 bilhões no fluxo do nosso comércio”.

E destacou que a área da infraestrutura brasileira representa grande oportunidade de investimento. “Nós temos também grande interesse em ampliar os nossos investimentos recíprocos. O Brasil tem agora uma oportunidade ímpar, com o seu plano de investimento em logística, de atrair empresas russas, que são grandes especialistas, tanto em portos como em ferrovias”.

A presidenta lamentou não ter ido à Rússia durante a comemoração dos 70 anos da vitória sobre os nazistas, celebrada em maio deste ano.

Discurso da Presidenta Dilma​:

VII CÚPULA DO BRICS – ENCONTRO COM O CONSELHO EMPRESARIAL

Ufá, 9 de julho

"Neste momento de crise internacional, devemos reforçar o papel do BRICS no desenvolvimento global.

Para tanto, o comércio e os investimentos serão fundamentais. Os BRICS têm sido responsáveis por cercade 40% do crescimento mundial e a intensificação dos fluxos econômicos entre nós trará benefícios ainda maiores para a economia global.

Cientes de suas responsabilidades para favorecer o desenvolvimento sustentável e a estabilidade econômica internacional, os BRICS deram em Fortaleza, no ano passado, o grande passo de criar o Novo Banco de Desenvolvimento e o Arranjo Contingente de Reservas dos BRICS.

Nesta cúpula, temos a satisfação de constatar que os Acordos constitutivos foram ratificados e as novas instituições estão prontas para funcionar.

Até 2020, os países em desenvolvimento precisarão de um volume de investimentos em infraestrutura de cerca de US$ 1 trilhão por ano. Atingir essa cifra não será tarefa simples: o IED mundial caiu quase 50% nos últimos cinco anos. Nesse cenário, o Novo Banco de Desenvolvimento terá um papel importante na intermediação de recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, inicialmente em nossos países e posteriormente em outros países em desenvolvimento. Nossos Bancos Nacionais de Desenvolvimento também estão articulados e assinam aqui em Ufa um acordo de cooperação para promover sua interação com o Novo Banco de Desenvolvimento.

Mas é um setor empresarial dinâmico com o apoio dos bancos de investimento – como o novo banco de desenvolvimento dos BRICS, os nossos bancos de desenvolvimento, e as instituições multilaterais – que poderão criar uma dinâmica virtuosa no relacionamento econômico entre nós e aproveitar da melhor maneira esses instrumentos.

Senhores Presidentes das Seções Nacionais do Conselho Empresarial,

Esse Conselho é interlocutor ativo e complementa os esforços de nossos Governos na área empresarial.

Tive grande satisfação em receber seu Segundo Relatório Anual. Ele elenca prioridades para nossa cooperação, como agilização dos vistos de negócios; implementação da facilitação de comércio; cooperação regulatória; infraestrutura e investimentos; e cooperação industrial. Apresenta, igualmente, lista de mais de 40 projetos de interesse dos países dos BRICS, com ênfase nas áreas de indústria, energia, transporte, logística e tecnologias da comunicação e informação. Trata-se de acervo importante de iniciativas que serão analisadas com toda a seriedade por nossos governos e, eventualmente, contarão com o apoio do Novo Banco de Desenvolvimento.

Senhoras e Senhores,

No Brasil, estamos fortalecendo nossas políticas macro e microeconômicas, para retomar o mais breve possível o crescimento sustentável da economia. Para estimular os investimentos, buscamos diminuir o risco regulatório e aumentar a transparência e a governança das relações entre empresas e governo.

Lançamos um plano ambicioso na área da infraestrutura de logística, o PIL, e estimulamos ampla presença de investidores dos países do BRICS, em setores como ferrovias, rodovias, portos e aeroportos.

Caros Presidentes do Conselho Empresarial,

Hoje adotaremos a “Estratégia para a Parceria Econômica do BRICS”, que organiza a nossa cooperação econômica e contribuirá para um ambiente de negócios favorável aos fluxos econômicos recíprocos.

Quero saudar, também, o lançamento do "Portal de Negócios do BRICS", que ampliará o acesso às informações e oportunidades sobre comércio e investimentos entre nossos países.

Em Fortaleza, adotamos o "Plano de Facilitação de Comércio e Investimentos", e estamos trabalhando para a simplificação de procedimentos, previsibilidade e harmonização de padrões técnicos.

Na área da tecnologia, estamos promovendo iniciativas em recursos hídricos; tecnologia espacial; e energias renováveis e eficiência energética. Também devemos aprofundar a cooperação em pesquisa e desenvolvimento; parques industriais; nanobiotecnologia; e sistemas nacionais de inovação, entre outras.

Estou de acordo com o Conselho empresarial sobre a importância da Educação para o momento atual de nossos países. A educação garante dois ganhos econômicos e sociais básicos: a inclusão social permanente; e o salto qualitativo na nossa competitividade em direção à economia do conhecimento. Tendo adotado como lema para meu Governo o dístico “Brasil, pátria educadora”, não poderia estar mais de acordo com a cooperação entre os BRICS nessa área.

​Senhoras e Senhores,​ o BRICS não reúne apenas os Governos dos países que o integram.

A crescente participação das empresas nesta nova fase da economia mundial, com ênfase em infraestrutura, conhecimento e novas tecnologias, será fundamental para a garantia do desenvolvimento sustentável.

Esses são objetivos que compartilhamos e pelos quais devemos trabalhar em conjunto."

COMPLEMENTAÇÃO deste blog 'democracia&política':

Ouça a íntegra (10min12s) do discurso da Presidenta. E veja o vídeo:



FONTE: do "Blog do Planalto". Transcrito no portal "Conversa Afiada"  (http://www.conversaafiada.com.br/politica/2015/07/09/defender-o-pre-sal-dilma-faz-acordo-com-putin/).
FONTE da complementação:  (http://www2.planalto.gov.br/acompanhe-o-planalto/discursos/discurso-da-presidenta-da-republica-dilma-rousseff-durante-o-encontro-de-chefes-de-estado-e-de-governo-dos-brics-com-o-conselho-empresarial-do-grupo) e (http://blog.planalto.gov.br/atuacao-do-brics-e-determinante-para-reforcar-desenvolvimento-global-afirma-dilma/).

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