quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Petrobras: MAIS UM MILHÃO DE BARRIS POR DIA DE CAPACIDADE DE PRODUÇÃO EM 2013!


Do blog “Fatos e Dados”, da Petrobras

“Pela primeira vez em nossa história, vamos receber nove unidades de produção em um único ano. A capacidade instalada de produção das plataformas totaliza 1 milhão de barris por dia e a entrada em operação das unidades será essencial para dobrarmos nossa atual produção e atingirmos a meta para 2020 de 4,2 milhões de barris de petróleo por dia". 


As informações foram destacadas pela presidente, Maria das Graças Silva Foster, durante almoço-palestra na "Offshore Technolgy Conference" (OTC Brasil 2013), no Rio de Janeiro.

Das nove unidades que entram em produção este ano, a presidente lembrou que já estão em produção os FPSO Cidade de São Paulo, Cidade de Itajaí e Cidade de Paraty. Outras duas unidades – os FPSO P-63 e P-55 – já estão na locação e a P-58 deve sair do estaleiro de Rio Grande em direção ao Parque das Baleias ainda este mês. Além destas, a P-61, a TAD (sigla para "Tender Assisted Drilling"), que foi construída na China, e a P-62 chegarão às locações em dezembro, informou a presidente na tarde de terça-feira (29 de outubro), na sessão “Planejamento e Gestão de Oportunidades Offshore no Brasil: a Perspectiva da Petrobras”. “Nos próximos cinco, seis anos, será mais importante para nós o “P” de produção do que o “E” de exploração”, afirmou a presidente, comparando os esforços e investimentos para aumentar a nossa produção de petróleo às atividades de exploração, que têm como objetivo novas descobertas.

A presidente ressaltou, também, o crescimento da indústria naval nos últimos anos. “Temos imenso orgulho dos estaleiros no Brasil. Há 10 anos, muitas pessoas riam quando falávamos em conteúdo local”, lembrou. “Além das 17 unidades estacionárias de produção que estão em obras hoje no Brasil, nós temos 28 sondas sendo construídas no país e 41 navios de transporte. Para cumprir essa curva (de produção), temos mais 12 contratações a fazer”, adiantou a executiva. Para ela, um dos motivos do sucesso dos estaleiros brasileiros é a associação com empresas estrangeiras experientes, critério que passou a ser exigência para firmar contratos.

Sucesso exploratório no pré-sal é “espetacular”, diz presidente

A presidente comemorou o sucesso exploratório no pré-sal, que atingiu 100% em 2013. Ela revelou que, este ano, foram perfurados 13 poços no pré-sal e, através de todos eles, encontramos petróleo, o que a executiva classificou como “espetacular”. Ao todo, contabilizou, foram perfurados 144 poços exploratórios no pré-sal e o índice de sucesso chegou a 82%. “Nosso sucesso exploratório impressiona. Se contabilizarmos poços offshore e onshore, nosso índice é de 65%, o que está muito acima da média mundial”, comparou. Ela ressaltou que o Brasil responde por 62% das grandes descobertas em águas profundas no mundo entre 2007 e 2012.

Sobre a recém-leiloada área de "Libra", em que teremos [a Petyrobras] 40% de participação, a presidente projetou extrair o primeiro óleo em 2020. “O marco regulatório (de partilha de produção) é claro, objetivo e inequívoco”, afirmou, lembrando que, em 2017, quando os investimentos em "Libra" passarão a ser mais expressivos, estaremos produzindo 750 mil barris por dia a mais do que os atuais 2 milhões de barris de petróleo produzidos hoje diariamente, o que reforçará o nosso caixa.

Graça Foster destacou, também, a importância de parcerias com universidades brasileiras e institutos de pesquisa de todo o mundo: “Temos universidades espetaculares no Brasil, temos uma rede de inteligência, investimos pesado em tecnologia no Brasil”. Entre 2006 e 2013, investimos US$ 1,1 bilhão em pesquisa e desenvolvimento. Por fim, a presidente falou da importância de investimento em qualificação profissional, principalmente em nível médio, a exemplo de técnicos, supervisores e mestres de oficina: “Formação de nível médio é um grande gargalo”, avaliou."

FONTE: do blog “Fatos e Dados”, da Petrobras  (http://fatosedados.blogspetrobras.com.br/2013/10/30/73173/).

AS BOAS NOTÍCIAS DE OUTUBRO


Por Lindbergh Farias

"Outubro foi um mês com notícias muito boas para o Brasil. Os índices econômicos mostraram que o país está com inflação controlada e reduzido desemprego.

No mês em que a Petrobras comemora 60 anos, o leilão do Campo de Libra foi importante para ampliar a produção brasileira e gerar receitas potenciais para a saúde e a educação. Outubro também tem outro aniversário importante, os 10 anos do "Bolsa-Família" que, junto com a sanção da lei do "Mais Médicos", reforça a proteção social no país.

A primeira boa notícia veio no dia 9 de outubro. A variação do IPCA de setembro ficou em 0,35%, o menor percentual para o mês desde 2009. A inflação acumulada em 12 meses ficou em 5,86% até setembro. Este é o terceiro mês consecutivo que o acumulado apresenta queda, mostrando que a inflação está sob controle.

A "Pesquisa Mensal do Comércio" do IBGE, divulgada em 15 de outubro, mostrou que o volume de vendas do comércio varejista em agosto subiu 6,23% em relação a julho e 5,11% sobre agosto de 2012. De 2003 até agosto de 2013, o volume de vendas no comércio mais que dobrou de tamanho.

A taxa de desemprego, divulgada pelo IBGE no dia 24, se manteve muito baixa. Ela ficou em 5,4% em setembro, foi a menor taxa para o mês desde que teve início a série em 2002. Enquanto isso, apenas para efeito de comparação, o desemprego nos Estados Unidos ficou em 7,3% em setembro.

Outra boa notícia do mercado de trabalho, divulgada pelo Ministério do Trabalho no dia 16, foi que, em setembro, foram criados 211.068 empregos com carteira assinada. Este foi o melhor resultado para o mês de setembro desde 2010 e reforça a trajetória de elevação do grau de formalização do trabalho no Brasil.

No mês de aniversário da Petrobras, com o leilão do Campo de Libra, o país se colocou numa posição para estar, nos próximos anos, na elite dos produtores mundiais de petróleo. No pico de sua produção, o campo deve atingir 1,4 milhão de barris por dia – hoje, o Brasil produz cerca de 2 milhões. Além disso, 85% da receita gerada em Libra ficarão com o Estado brasileiro, sendo 75% para a União. Somados, esses recursos passarão de R$ 1 trilhão nos próximos 35 anos.

O fim de outubro também reservou duas datas importantes. No dia 20, o "Bolsa-Família" completou 10 anos. Além de reduzir em 28% a extrema pobreza no Brasil na última década, o programa tem impacto na educação: a diferença na nota da "Prova Brasil" entre escolas com maioria dos alunos que recebem o benefício e escolas sem alunos beneficiários caiu 76%. O "Bolsa-Família", que em 2003 atendia 3,6 milhões de famílias e hoje beneficia 13,8 milhões, foi exemplo para a Prefeitura de Nova York implantar programa similar na cidade. O reconhecimento é mundial: a "Associação Internacional de Seguridade Social" concedeu ao programa o "I Prêmio para Desempenho Extraordinário em Seguridade Social".

No dia 22, a presidente Dilma sancionou a lei do "Mais Médicos". Só em setembro, foram realizadas 320 mil consultas pelo programa. A meta do governo é chegar em abril de 2013 com cerca de 13 mil profissionais, garantindo a, aproximadamente, 46 milhões de pessoas atendimento básico de qualidade – reduzindo, assim, a desigualdade no acesso aos serviços de saúde.

Ainda restam dois meses para findar 2013. A julgar pelos bons ventos de outubro e pelos resultados da economia, é provável que tenhamos outras boas notícias até o fim do ano.”

FONTE: escrito por Lindbergh Farias, senador pelo PT-RJ. Artigo originalmente publicado no site da revista Carta Capital. Transcrito no portal do PT  (http://www.pt.org.br/noticias/view/artigo_as_boas_noticias_de_outubro_por_lindbergh_farias).

PUTIN SUPERA OBAMA COMO HOMEM MAIS PODEROSO DO MUNDO NA LISTA DA "FORBES"


Vladimir Putin, o homem mais poderoso do mundo, segundo a Forbes (Foto: Beawiharta / Reuters)

“O presidente russo, Vladimir Putin, superou o colega americano, Barack Obama, como o homem mais poderoso do mundo no ranking 2013 da revista 'Forbes', que tem o papa Francisco em quarto lugar em um total de 72 personalidades.






A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, aparece na 20ª posição, dois postos abaixo do resultado do ano passado. 

A 'Forbes' justifica a decisão de situar Putin como o novo homem forte do mundo porque ele "continua solidificando seu controle sobre a Rússia e o cenário internacional", enquanto Obama perde espaço em seu segundo mandato na Casa Branca.  

"O período de Obama de 'pato manco' parece ter chegado antes do que o previsto para um presidente de dois mandatos. Último exemplo: o caos da paralisia do governo", afirma a revista. "Qualquer um que observe a partida de xadrez este ano sobre a Síria e os vazamentos da espionagem da NSA (Agência Nacional de Segurança) tem uma ideia clara da dinâmica de mudança de poder individual", completa. 

A lista tem o presidente chinês, Xi Jinping, em terceiro lugar, seguido do papa Francisco e da chanceler, alemã Angela Merkel


O filantropo e fundador da Microsoft Bill Gates ocupa o sexto lugar, à frente do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, e do rei Abdullah da Arábia Saudita (8º). 

Além de Dilma Rousseff e do Papa, o outro latino-americano em destaque é o magnata mexicano das telecomunicações Carlos Slim, classificado como o 12º mais poderoso do mundo, segundo a 'Forbes'. Um outro mexicano também chama a atenção: o narcotraficante Joaquín "El Chapo" Guzmán, considerado o criminoso mais poderoso do mundo, na 67ª posição. 

A revista americana levou em consideração quatro fatores para selecionar 72 pessoas: sobre quantas pessoas exercem poder; os recursos financeiros sob seu controle; se têm influência em mais de uma esfera; e como utilizam de maneira ativa seu poder para mudar o mundo. 

Esta é a primeira vez que Putin lidera o ranking da 'Forbes', criado em 2009, e a segunda oportunidade em que Obama perde a primeira posição: em 2010 ele foi superado pelo então presidente chinês Hu Jintao. 

Em relação ao papa Francisco, o primeiro latino a virar chefe da Igreja Católica, sua eleição "infundiu nova energia à maior religião do mundo, com 1,2 bilhão de adeptos em todo o planeta", destacou a 'Forbes' no perfil de Jorge Mario Bergoglio. 

"O primeiro jesuíta e latino-americano pastor de Cristo prega a compaixão pelos pobres e um papel maior para as mulheres, enquanto fez a Igreja deixar de se concentrar 'apenas em questões vinculadas ao aborto, ao casamento homossexual e o uso de anticoncepcionais", destaca. 

O ranking deste ano também mostra a presença de mais mulheres (nove), em comparação com as seis incluídas em 2011 e 2012. Na primeira lista, de 2009, havia apenas três.” 

PUTIN BRINCA COM CÃES DURANTE CAMINHADA NA NEVE 

EUA DESCUMPREM RESOLUÇÃO DA ONU SOBRE CUBA PELA 22ª VEZ


Nos 51 anos, prejuízo 
aos cubanos ocasionado pelo embargo chega a US$1,1 trilhão, estima governo

PELA 22ª VEZ, ASSEMBLEIA GERAL DA ONU PEDE FIM DE BLOQUEIO A CUBA

“A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou na terça-feira (29) o 22º projeto de resolução – em 22 anos – que pede o fim do bloqueio norte-americano a Cuba. Com voto de 188 dos 193 membros do organismo internacional, a decisão se baseou em um relatório do país caribenho sobre os impactos do embargo. Os pedidos [Resoluções da ONU] têm sido repetidamente ignorados pela Casa Branca.

O que se ganha com essa política velha e eticamente inaceitável que não funcionou nos últimos 50 anos?”, questionou o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, perante a plenária. O ministro ainda afirmou que o bloqueio piorou sob a administração de Barack Obama – ironicamente, eleito “para a mudança”.

A resolução se baseia nos princípios de soberania, igualdade entre os Estados e não interferência nos assuntos internos de outros países da Carta da ONU. Cuba, junto com outras nações, denunciaram os Estados Unidos por violações do direito internacional, lembrando as consequências do embargo na sociedade civil cubana.

Entre os afetados, estão os pacientes de um centro cardiológico em Havana que não podem ser atendidos com aparelhos de alta tecnologia porque sua compra não foi autorizada pelos EUA. Segundo o relatório formulado pelo governo cubano, o prejuízo ocasionado à ilha desde o começo do embargo, em 1962, chega a US$ 1,1 trilhão.

O documento também sustenta em suas conclusões que, durante os últimos cinco anos, ocorreu “persistente recrudescimento”, especialmente de sua “dimensão extraterritorial”. “Durante esse período, a pertinaz perseguição e obstrução das transações financeiras internacionais de Cuba se transformou na prioridade da política de asfixia econômica mantida contra o povo cubano”, diz.

A cada dia, há um número maior de bancos no mundo que, por pressões norte-americanas diretas ou indiretas, se negam a realizar transações com Cuba”, afirmou o vice-ministro de Relações Exteriores, Abelardo Moreno, na apresentação do relatório. De acordo com o documento, em dezembro de 2012, o "Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros" dos EUA multou o banco HSBC, com sede em Londres, por um montante de US$ 375 milhões, por realizar operações com Cuba."

FONTE: "Rede Brasil Atual". Transcrito no portal do PT (http://www.pt.org.br/noticias/view/pela_22_vez_assembleia_geral_da_onu_pede_fim_de_bloqueio_a_cuba).

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

POR QUE A GLOBO DERRUBOU A PEC-37 ? O Procurador De Grandis sabe...


Para De Grandis, uma Globo não basta ! São duas !

“PML consola os que ficaram tristes com o fim da PEC-37. Mas, o artigo 319 do Código Penal está lá …

O portal “Conversa Afiada” reproduz artigo do Paulo Moreira Leite [PML] sobre o Procurador (?) De Grandis, depois de recuperar importante contribuição de um economista da Bláblárina, que pretende majorar o preço da carne e do leite e arrolhar os bovinos :

DE GRANDIS E A PEC 37

Por Paulo Moreira Leite


“Se você acha que fez papel de bobo porque acreditou no slogan “PEC 37= impunidade”, não precisa ficar muito deprimido. Só um pouco.

A descoberta de que o inquérito sobre a Alston foi parcialmente interrompido, na Suíça, porque o procurador Rodrigo de Grandis [MP/SP] não atendeu a uma solicitação das autoridades daquele país é um fato que merece um minuto de reflexão.

A explicação de Grandis é bisonha. Ele não teria dado sequência ao pedido das autoridades suíças, feito em fevereiro de 2011, “porque a solicitação ficou guardada na gaveta errada” – e nunca mais pensou no assunto.

Há, é claro, uma suspeita de prevaricação no caso.

Código Penal Prevaricação (art. 319): Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Lei 8429/92 – Art. 11: Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
(…) II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;


Há três meses, em 25 de junho, o Congresso rejeitou, sob pressão que seria mais conveniente definir como chantagem, a PEC 37, que pretendia garantir aos delegados de polícia a exclusividade sobre a condução de um inquérito policial. A votação foi um massacre: 430 a 9.

O monopólio dos delegados sobre uma investigação tampouco era uma boa ideia, quando se recorda o histórico de nossas corporações policiais. Mas a PEC 37 ajudava a fazer um debate necessário e poderia permitir correções úteis.

Nos bastidores de Brasília, policiais, procuradores e representantes do ministério da Justiça tentavam chegar a um acordo, a partir da PEC, para assegurar os direitos da polícia sobre a investigação sem deixar de atender os principais pleitos do Ministério Público. Pensava-se em criar uma nova divisão do trabalho de apuração, mais inteligente e produtiva.

Mas, com o apoio dos meios de comunicação, que passaram a tratar a rejeição à PEC 37 como se fosse uma reivindicação tão popular como a redução da passagem de ônibus, o Ministério Público garantiu a votação em bloco, sem qualquer concessão à outra parte. Confusos, e mesmo acovardados, vários parlamentares preferiam omitir-se e votar errado para não ser criticados pelos jornais nos dias seguintes.

Naquele momento, o procurador geral da República, Roberto Gurgel, travava uma luta de morte para fazer o sucessor. Seu prestígio atingia o ponto máximo em função do julgamento da ação penal 470.

A denúncia ainda não havia sofrido a primeira (e até agora única) derrota, representada pela aceitação dos embargos infringentes para 12 condenados.

Acreditava-se em junho que qualquer arranhão na imagem do Ministério Público poderia chamar a atenção para incongruências e falhas do julgamento. Foi essa a motivação que impediu uma discussão civilizada, com argumentos ponderados.

Três meses depois, comprova-se uma verdade fácil de reconhecer, mas que não era conveniente admitir.

Enquanto os manifestantes acreditavam estar berrando contra a impunidade em Brasília, o pedido das autoridades suíças era esquecido na gaveta de De Grandis em São Paulo...

Ergueu-se, ao longo de vários anos, um muro de aço contra a apuração de um dos mais prolongados escândalos de corrupção [tucana] da história política brasileira, formado por 45 inquéritos arquivados sem o devido esclarecimento (sim, 45!).

Ninguém ficaria sabendo o que estava acontecendo se não fosse o trabalho competente corajoso de meus colegas da revista "IstoÉ" Alan Rodrigues, Pedro Marcondes e Sérgio Pardellas sobre o propinoduto, capazes de produzir reportagens à altura dos fatos descobertos.

Não há instituição a salvo de pressões políticas nem de iniciativas estranhas a sua missão legal. Erros ocorrem. Desvios, também. E coisas piores, você sabe.

Se você acha que fez papel de bobo porque acreditou no slogan “PEC 37= impunidade”, não precisa ficar muito deprimido. Só um pouco.

Muita gente está se sentindo da mesma maneira.”

[OBS deste blog 'democracia&política': 


A "Globo", repetidamente, alardeou: "o povo ganhou", "derrubou a PEC 37"! Na realidade, grande parte dos manifestantes que, estimulados, carregaram cartazes nas ruas contra a tal PEC, que chegaram a chorar e cantar o Hino Nacional de mãos dadas após a derrota da PEC 37 no Congresso, nem sabia (e até hoje não sabe) o que essa enigmática sigla alfanumérica significava. 99% dos manifestantes não sabia o que propunha a tal "PEC 37" e 93% não sabe o que é "Ministério Público". 

Para os manipuladores, isso não importa. O que importa é a vitória dos espúrios interesses maiores que a "Globo" intermedeia. 

Vem dos tempos do governo FHC/PSDB o poder do PGR/Ministério Público de interferir, de impedir o prosseguimento de determinadas investigações da Polícia Federal (por coincidência, o MP tem histórico de agir na defesa dos tucanos e da direita em geral, escondendo suas falcatruas, engavetando, arquivando sob a desculpa de “falha administrativa”). Essa ação dolosa era apoiada pela imprensa, também direitista, que nada noticiava sobre os imensos casos de corrupção tucana. Assim, para os desavisados, parece que corrupção somente surgiu com o governo PT.

Isso ficou notório até no Exterior, mas aqui raramente é divulgado. Vejamos, por exemplo, o seguinte vídeo de entrevista com FHC feita na Inglaterra:



Todo esse poder arbirário, realmente, diminuiria se a PEC 37 fosse aperfeiçoada e aprovada pelo Congresso. Por isso, a “Globo” e outros órgãos da mídia direitista oposicionista, travestidos de "defensores da democracia", quiseram manter os poderes atuais do PGR/MP e usaram e estimularam as manifestações de rua de junho passado como sendo “contra a PEC 37” (ver exemplo abaixo):




(ver mais neste blog em “OS JOVENS CONTRA A CORRUPÇÃO E A PEC 37 SABEM DAS CONSEQUÊNCIAS?”
http://www.democraciapolitica.blogspot.com.br/2013/06/os-jovens-contra-corrupcao-e-pec-37.html)

FONTE (exceto a obs em azul deste blog): portal “Conversa Afiada”   (http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2013/10/29/por-que-a-globo-derrubou-a-pec-37-o-de-grandis-sabe/).

Marina e Campos: “SOCIEDADE DE AMBIÇÕES NÃO É UNIÃO”


Por Fernando Brito

“Jânio de Freitas, um dos raros colunistas que não se desmancha tolamente para a conversa fiada de “nova política” – até porque já viu passarem sob seus olhos vários exemplares dela, desde o seu xará Quadros até o meu xará Collor – escreve hoje um artigo na "Folha" indispensável à compreensão do noticiário sobre as “dificuldades” de formulação de um programa comum entre Eduardo Campos e a turma de Marina Silva.

Mesmo que o papel aceite tudo, dificilmente se irá além do que caracteriza a “velha política” brasileira: muitas declarações de intenção, muito rara sinceridade e menos ainda coerência entre o que se diz e o que se precisa fazer.

Porque o verdadeiro ponto comum entre Campos e Marina é a ambição e a ambição é sempre egoísta, jamais solidária. Dois ambiciosos podem andar juntos, jamais unidos."

DESUNIDOS PELA UNIÃO

Por Jânio de Freitas

"Mais do que “discutir um programa em conjunto”, a reunião de 120 integrantes autênticos do PSB e informais do quase-Rede da Marina Silva inicia uma tentativa de convivência entre os dois contingentes.

Esse artifício é, por si só, demonstração clara da extrema dificuldade, para não dizer da impossibilidade, de integração efetiva das duas correntes. Ao menos, agora para dizer alguma coisa positiva, enquanto não estiver decidido, de fato, quem será o candidato do partido à Presidência.

Nenhum programa autêntico sairá desses encontros planejados pelas cúpulas dos dois PSB, tamanhas são as diferenças de propostas. O que podem fazer é acrescentar mais um mal à artificialidade partidária brasileira, com outra contrafação de programa.

Só o propósito da Rede de suscitar um enfrentamento com o agronegócio, por exemplo, basta para impossibilitar entrosamento autêntico com o PSB de Eduardo Campos, que tem todo o interesse no entendimento com a riqueza e a força política desse setor.

Em sua oração pela unidade, diz a deputada Luiza Erundina que “Marina se juntou ao PSB para construir um caminho comum às duas forças, mas cada uma delas mantendo as identidades e os compromissos”. Uma beleza.

Mas, primeiro, Marina Silva juntou-se ao PSB para assegurar-se uma perspectiva que o seu frustrado partido não pôde dar. Se houvesse identificação com o PSB, “para construir um caminho comum”, Marina não precisaria “concentrar-se sozinha” para escolher sua adesão, uma vez negada a existência ao seu partido.

Além disso, as duas correntes “mantendo as identidades e os compromissos” é justamente o que as impedirá de serem “algo novo” como partido, ainda no dizer de Erundina. Ou “um jeito novo de fazer política”, nas palavras de Marina. A franqueza é um jeito velho, mas ainda é melhor.”

FONTE: escrito por Fernando Brito no seu blog "Tijolaço"  (http://tijolaco.com.br/index.php/sociedade-de-ambicoes-nao-e-uniao/).

A PROTESTOMANIA COXINHA, O DESESPERO DA DIREITA E A MÁSCARA 'BLACK BLOC' DA 'GLOBO'


Por Davis Sena Filho, no “Brasil 247” 

Nunca, jamais os 'Black Blocs' e os 'Anonymous' apresentaram, de fato e pontualmente, quaisquer pautas de reivindicações. Sempre se conduziram de maneira aleatória, ridiculamente alienada e perigosamente violenta.

Ligo a televisão e me deparo com o 'Mau Dia Brasil'. Os apresentadores do jornal matutino e conservador da 'Globo' e de oposição ao Governo trabalhista, Chico Pinheiro e Ana Paula Araújo, bem como a apresentadora de São Paulo, Giuliana Morrone, mostram-se inconformados ao tempo que irritados com os protestos de segunda-feira em São Paulo, quando centenas de pessoas mascaradas quebraram dezenas de lojas de pequenos empresários, além de incendiarem caminhões e ônibus na importante Rodovia Raposo Tavares, o que prejudicou enormemente um dos trânsitos mais caóticos que é o da cidade de São Paulo.

Os jornalistas do 'Mau Dia Brasil' também se mostraram irritados com a “passeata” de apenas 15 pessoas que protestavam por causa de moradia, em uma das avenidas mais importantes da capital bandeirante, o que gerou enorme engarrafamento, a prejudicar milhares de pessoas, que de manhã se dirigem para seus trabalhos. A resumir: 15 pessoas (o número é esse mesmo!) no meio de uma enorme via, a parar o trânsito e a impedir que as pessoas cheguem a seus empregos com menos tensão ou estresse.

Contudo, a imprensa de negócios privados, à frente o jornalismo da 'Globo', assopra e morde e essa conduta é perceptível desde as primeiras manifestações acontecidas em junho, quando parcela da classe média coxinha e reacionária percebeu que tinha uma grande oportunidade, juntamente com o 'Anonymous' e os 'Black Blocs', de protestar na carona do 'Movimento Passe Livre' (MPL), grupo organizado em um tempo de dez anos, que apresenta pautas sociais, de esquerda, como, por exemplo, o passe livre para os estudantes, melhor mobilidade, meios de transportes limpos e confortáveis, além de horários pontuais e transparência das contas dos empresários desse segmento tão importante para a sociedade.

Nunca, jamais os 'Black Blocs' e os 'Anonymous' apresentaram, de fato e pontualmente, quaisquer pautas de reivindicações. Sempre se conduziram de maneira aleatória, ridiculamente alienada e perigosamente violenta. Aliás, a violência contra as polícias Civil e Militar foi a tônica, porque essas corporações ficaram e ainda estão de mãos atadas. Os agentes de segurança não podem responder à altura a violência perpetrada pelos mascarados, que, em cada “protesto”, inclusive os de conotação trabalhista e de categoria profissional, a exemplo dos professores e bancários, aproveitam para destruir o patrimônio público e privado de forma, irrefutavelmente, criminosa.

Não há sentido para as últimas quebradeiras, a não ser para os meios de comunicação privados, que fomentam e apóiam as passeatas e os protestos, para logo depois falar mal deles, em um círculo vicioso, que atinge, inclusive, os que depredam e cometem todo tipo de violência. De fato, trata-se de uma estratégia muito bem elaborada pela direita midiática e pelos seus aliados do PSDB. Essas perspectivas não se concretizam à toa, pois a luta pelo poder é dura e renhida, pois a direita brasileira jamais vai ceder espaço ou se conformar em não ter em seu poder a cadeira da Presidência da República. A instituição-chave para a classe social e econômica que controla os meios de produção e luta, intermitentemente, para evitar a distribuição de renda, de riqueza, de empregos e de terras.

Os homens e as mulheres chamados de “especialistas” do establishment, e, comprometidos com sua suposta hegemonia de classe, perceberam que a direita brasileira, da qual eles fazem parte, está a experimentar uma decadência política e eleitoral como nunca antes aconteceu neste País, apesar da força do dinheiro e do patrimônio adquiridos no decorrer de séculos de todas as formas legais e ilegais por esses grupos sociais dominantes.

A crise é evidente nesse campo político, e, consciente disso, a direita se recoloca e se apruma em entidades conservadoríssimas e exemplificadas no 'Instituto Millenium', dentre outras, que ideologicamente fazem o papel dos partidos conservadores, a exemplo do DEM, e, principalmente, do PSDB. Tais partidos fracassaram como matrizes e porta-vozes da ideologia conservadora, tanto nos aspectos políticos quanto nos econômicos. O castigo veio a galope: há quase doze anos não vencem as eleições presidenciais. Sendo que, de acordo com os institutos de pesquisas, alguns deles propriedades de barões magnatas bilionários de imprensa, o candidato favorito é a socialista e trabalhista do PT, a atual presidenta Dilma Roussef.

A intenção da direita empresarial é se reorganizar, pois perceberam que o PSDB fracassou com sua política neoliberal, de entrega dos bens públicos [a grandes grupos privados, na maior parte estrangeiros] e voltada para os interesses dos ricos, subserviente e subordinada aos ditames de uma ordem mundial que sugava, e muito, as riquezas dos povos dos países pobres e emergentes, que levou o Brasil ser quebrado três vezes e, por conseguinte, ficar vergonhosamente sob a tutela do FMI e do Bird, ou seja, dos Estados Unidos e de meia dúzia de países hegemônicos da Europa. A direita está desesperada, ao ponto de pensar, inclusive, em criar um partido militar e até mesmo refundar a 'Arena', agremiação extinta e que durante muitos anos deu sustentação à ditadura militar.

Ano após ano, os direitistas por ideologia e a parcela conservadora da sociedade, que está estratificada em todas as camadas sociais, inclusive nas pobres e principalmente na classe média e rica, observam que estão a perder influência sobre o povo brasileiro, pois ele sabe que, apesar de faltar ainda muita coisa para o Brasil ser um Pais igualitário e justo, as conquistas sociais e econômicas são, inquestionavelmente, realidades que não podem ser bloqueadas como as águas de um rio frente às barragens.

Aconteceram, na última década, conquistas sociais e econômicas tão profundas, que o povo brasileiro vai pensar inúmeras vezes para se aventurar em votar em um candidato de direita. Se um conservador assumir o poder, certamente vai dar início a uma política de privatização, de diminuição do Estado e de bloqueio de investimentos estruturais, além de efetivar, sem sombra de dúvida, o fim de programas e projetos de distribuição de renda e de riqueza, que são considerados sucessos reconhecidos e consagrados internacionalmente, porque se tornaram, indelevelmente, o calcanhar de Aquiles da direita brasileira colonizada, violenta, de passado golpista e escravocrata.

Com a ascensão do PT ao poder, a direita começou a perder, paulatinamente, o controle sobre as instituições republicanas, bem como seu poder de influência e barganha. Primeiro, perdeu a maioria na Câmara dos Deputados a partir de 2003. Com o tempo e após o fim da Era Lula e início do Governo Dilma, o Senado, que era tratado pela imprensa de mercado como 'o Olimpo da moral, da honestidade e dos bons costumes', passou a ser, recorrentemente, alvo do sistema midiático privado.

O Governo de Dilma Rousseff, igualmente à Câmara, passou a ter maioria no Senado, e se tornou um entrave político para a direita midiática e partidária, que, incessantemente, transformou o Senado em uma 'Casa de malfeitores' ao tempo que, concomitantemente, começou tratar o Supremo Tribunal Federal como 'o templo sagrado das virtudes humanas e, quiçá, divinas'.


Certamente, ora veja, coisa que o STF não o é, como comprovam as inúmeras decisões e ações de juízes de direita. Gilmar Mendes, Luiz Fux, Marco Aurélio de Mello, Celso de Mello e Joaquim Barbosa transformaram a Corte mais importante do Brasil em um partido conservador e determinado a fazer política de combate ao Governo trabalhista, além de apoiar nitidamente o PSDB, o DEM e o PPS. Esses mandatários do Judiciário são bajulados pela imprensa cartelizada e monopolizada por meia dúzia de famílias, que pensam, pois presunçosas e arrogantes, que o Brasil de mais de 200 milhões de habitantes e a sexta economia do mundo é o quintal das casas delas.

Nos últimos 11 anos, a direita sentiu o golpe. Conforme o tempo passa, o número de governadores, prefeitos e parlamentares diminui. Quem duvida sobre o que eu afirmo que tenha a disposição de pesquisar no portal do TSE. Com a distribuição de renda e a efetivação dos programas sociais, as velhas oligarquias regionais estão a perder influência e poder. É visível. Por causa desse enfraquecimento, se verifica um menor número de políticos eleitos por esses grupos oligarcas e que a ferro e fogo dominaram durante séculos as prefeituras do interior brasileiro e, consequentemente, controlavam o dinheiro público, pois são oligarquias, sobretudo, patrimonialistas, que, em forma piramidal, aglutinavam-se em âmbito estadual, depois interestadual até conquistar o controle do Governo Federal.

E assim foi feito durante séculos, até o PT chegar ao poder. O partido rompe com as oligarquias, que combateram ferozmente os trabalhistas Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola, ao tempo que mantém certos grupos oligarcas como aliados, a ter o PMDB, partido que ainda funciona como uma grande frente de diferentes grupos políticos e regionais, como o principal aliado da base de sustentação da presidenta trabalhista Dilma Rousseff. O que mais importa ao PT é efetivar uma estratégia de governar em forma de coalizão. Por seu turno, o que interessa também é manter o programa de Governo e projeto de País do PT, que propostas generosas, reformistas, mas não revolucionárias e que mesmo assim são combatidas tenazmente e digo até perversamente pela oligarquia brasileira, uma das mais cruéis do mundo e que escravizou seres humanos por quase 400 anos.

E é esse processo que a direita e sua caixa de ressonância, a imprensa corporativa, não entendem ou fingem não entender para que os coxinhas reacionários de classe média sejam cooptados e apoiem seus interesses inconfessáveis e, obviamente, não deixem, entre muitas outras coisas, de se manifestarem em passeatas que, no fundo, têm o propósito de realizar ações políticas, muitas delas violentíssimas, que a imprensa de negócios privados tem a insensatez e a maledicência de chamar de “justas e pacíficas” quando a verdade é que elas são violentas, despolitizadas, pois grande parte dessas pessoas se diz “apolítica” e “apartidária”, o que, sobremaneira, não condiz com a verdade dos fatos. Ponto.

A direita perdeu. Os coxinhas até então enrustidos, reaças de classe média, e as “elites” em geral, perceberam que as manifestações iniciadas pelo MPL, uma entidade de esquerda que luta pelo passe livre, seria uma grande oportunidade para elas irem às ruas e botar suas diatribes para fora. Porque se tem gente recalcada, rancorosa e inconformada com a ascensão econômica e social dos mais pobres, essa gente se chama classe média e classe alta. Vejo, ouço e sinto isso todo dia nas ruas, nos restaurantes e bares, no trabalho, nos táxis e no metrô e nas reuniões sociais.

Os coxinhas são de amargar o que já é amargo. Eles são o egoísmo em toda sua plenitude, a ausência de compaixão em toda sua essência e a impiedade em toda sua ferocidade. Depois, eles e elas retornam para suas casas; beijam seus filhos, muitos deles rezam antes de dormir e vão descansar sob o sono dos que, equivocadamente, consideram-se justos. Durma com um barulho desse e acorde com o silêncio da hipocrisia.

Desde junho, acontecem manifestações. Devem ser aos milhares a contabilização desses eventos que a mídia comercial cinicamente chama de “pacíficos e justos” até que os mascarados cheguem novamente, como já aconteceu, às portas da Editora Abril — a Última Flor do Fáscio —, da Rede Globo e de O Globo — aqueles que fizeram um “mea culpa” mequetrefe e nada sincero no Jornal Nacional e em editorial impresso sobre o enriquecimento e a cumplicidade com a ditadura militar — e mais uma vez joguem cocô em suas portarias e paredes.

Além disso, quem não sabe que os repórteres da Globo (e de outras emissoras) não foram alvos de cantorias e palavras de ordem contra suas empresas, incluindo-se a CBN. Receberam ordem da direção para parar de cobrir pessoalmente os protestos, retiraram dos microfones o logotipo da empresa, bem como passaram a fazer as coberturas jornalísticas a voar em helicópteros, porque sabe como é, né? “O povo não é bobo; abaixo a Rede Globo!”

Então, vamos à pergunta teimosa que se recusa a se calar: “Se as manifestações são pacíficas, porque os repórteres da Globo cobriram e ainda cobrem os protestos de longe?” Respondo: Porque há décadas os trabalhadores, os manifestantes de todas as épocas, inclusive os de agora, e o povo em geral sabem que o jornal 'O Globo' e a 'TV Globo', em particular, e a imprensa de mercado em geral nunca e jamais vão ser a favor dos interesses dos trabalhadores, porque essas empresas de passados golpistas pertencem ao outro lado, o campo da direita, a mesma que no decorrer dos séculos luta contra a independência e autonomia do Brasil e a emancipação do povo brasileiro.

O que está a acontecer no Brasil é o que as pessoas, as que têm a compreensão do que é ser de esquerda, bem como entendem o processo político e econômico em andamento e colocado em prática pelo PT, chamam de 'esquerdismo infantil' praticado por partidos de esquerda, a exemplo do PSOL, do PSTU e do PCO. Essas agremiações, apesar de serem antagônicas aos partidos direitistas, unem-se a eles em um frenesi político, que lembra a ferocidade dos tubarões ou dos leões na hora de se alimentar. É surreal ao tempo que real.

Para quem não sabe ou não conhece esse processo de se equivocar ou se deixar manipular pela imprensa burguesa, fatos como esses já aconteceram em outros episódios da história política do Brasil, principalmente nos tempos de Getúlio Vargas e de João Goulart. Posteriormente, muitos esquerdistas “infantis”, depois de perseguidos quando a direita conquistou o poder por meio de golpes, arrependeram-se e fizeram também um mea-culpa, o que aconteceu com mais frequência após a Anistia de 1979.

Não concordo quando dizem que essas pessoas são 'inocentes úteis', como também considero a mesma coisa em relação aos 'Black Blocs', grupos que descambaram simplesmente para o crime e a violência gratuita. Ações mostradas quase todos os dias nas televisões e consideradas, equivocadamente e cinicamente, como manifestações 'justas e pacíficas', quando a verdade é que grande número dos protestos não foi pacífico, bem como nem sempre é justa toda manifestação. Até porque a maioria também erra, como já foi comprovado inúmeras vezes na história da humanidade. Ponto.

O brasileiro tem essa característica. Passa anos a fio sem gritar, quebrar, marchar, incendiar, protestar e quebrar o patrimônio público e privado. Sinceramente, fico feliz quando o cidadão toma consciência e passa a ter discernimento sobre as coisas da vida, da sociedade e do Brasil. Contudo, nítido e visível se tornou a realidade quando existe a percepção de que um grande número das atuais manifestações perdeu o sentido político. E por quê? Porque quando as pessoas protestam sabemos que tais eventos são ações e atos reivindicantes, porque os seres humanos são animais políticos, inclusive aqueles que dizem odiar a política, bem como o analfabeto político tão decantado no texto do poeta e dramaturgo alemão, Bertolt Brecht.

O povo foi às ruas. É verdade. Mas 'os coxinhas da classe média' tradicional e os filhos dos ricos se retiraram, porque são conservadores e reacionários iguais aos barões magnatas bilionários da imprensa de mercado e sobraram os grevistas das categorias profissionais e os 'Black Blocs', sem ideologia, “apartidários”, “apolíticos” e com uma pauta de reivindicações inexistente, porque aleatória e, consequentemente, sem sentido. Eles se dizem anarquistas, mas ser anarquista é outra coisa bem diferente. A violência das manifestações tem a máscara dúbia da 'Globo', que fala mal dos eventos ao tempo que os apóia, pois no ano que vem o Brasil vai ter eleições presidenciais. É tempo de 'protestomania! É isso aí.”

FONTE: escrito por Davis Sena Filho, no “Brasil 247”
(http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/119213/A-protestomania-coxinha-o-desespero-da-direita-e-a-máscara-black-bloc-da-Globo.htm). [Imagem do google e trecho entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].

terça-feira, 29 de outubro de 2013

"BRASIL SERÁ SUPERPOTÊNCIA COMO CHINA"


“O Ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra rechaça críticas sobre privatização em relação ao leilão do pré-sal e defende que "capital estrangeiro que vem investir em infraestrutura e gerar empregos no Brasil é bem-vindo"; para ele, "o que não é bem-vindo é o capital especulativo, que vem atrás da ciranda financeira, de juros altos e que vem aqui receber um dinheiro e vai embora". Segundo Dutra, que hoje é diretor corporativo e de serviços da estatal, mesmo com a participação de investidores estrangeiros, o Campo de Libra manteve intacta a soberania do Brasil

Por Valter Lima, do "Sergipe 247"

O ex-presidente da Petrobras e ex-senador José Eduardo Dutra (PT), em passagem por Sergipe no último final de semana, para participar de uma plenária de apoio à candidatura do deputado federal Márcio Macêdo a presidente estadual do PT, aproveitou o ato para municiar os petistas sobre o leilão do campo de Libra. De forma didática, Dutra apresentou argumentos contrários às críticas feitas pela oposição e também rechaçou posicionamentos de grupos de esquerda. Após o evento, o atual diretor corporativo e de serviços da Petrobras concedeu entrevista exclusiva ao "Sergipe 247" sobre o tema.

Tanto em seu discurso quanto na entrevista, Dutra diz que, mesmo com a participação de investidores estrangeiros, o "campo de Libra" manteve intacta a soberania do Brasil, rebatendo a declaração do senador Aécio Neves, presidenciável do PSDB, de que o leilão representou a privatização do pré-sal. “Isso é conversa fiada e é uma incoerência muito grande, porque, quando da discussão do modelo de partilha no Congresso, o PSDB e o Aécio disseram que iriam votar contra o 'modelo de partilha', porque diziam que era um modelo estatizante. Agora, a gente faz um leilão no 'modelo de partilha', e eles falam que foi privatização. Na verdade, o que eles querem esconder é que o que eles gostariam que tivesse ocorrido, que é que o modelo voltasse a ser o 'de concessão', que é o modelo deles, que é quando o petróleo sai debaixo da terra, não é propriedade da União, mas sim da empresa que colocou ele para fora”, afirmou.

Dutra também rebateu o artigo produzido pelo cientista político André Singer, publicado pela "Folha de S. Paulo", no último sábado (26), que afirma que a presidente Dilma Rousseff (PT) perdeu o discurso de 2010, ao passo que permitiu a entrada de empresas estrangeiras no leilão. “O capital estrangeiro é bem-vindo porque vai contribuir para que essa riqueza saia de debaixo da terra. Porque o petróleo enquanto está lá embaixo não vale nada. Ele só vale alguma coisa quando sai. E para fazer com que ele saia tem que se investir muito dinheiro. E, portanto, são bem-vindas a Shell, a Total, que venham investir e que vão ter também o seu lucro, mas do ponto de vista estratégico, as riquezas do petróleo vão estar no Brasil. O 'sistema de partilha' não significa de modo algum perder o controle estratégico da indústria do pré-sal”, afirmou.

Confira a entrevista na íntegra:

247 – Como o senhor avalia o resultado do leilão do campo de Libra, o primeiro do pré-sal, e o que tem a dizer sobre as críticas de que pode ter representado a perda de soberania do país sobre o petróleo, diante da entrada do capital estrangeiro?

José Eduardo Dutra –
O que define a soberania de um país sobre os seus recursos naturais não é a nacionalidade do dinheiro que vai ser investido para fazer aquela produção. O que define a soberania de um país é se o país tem o controle estratégico desse desenvolvimento. E foi isso que foi construído com o novo modelo 'de partilha'. O modelo antigo [de FHC/PSDB], 'de concessão', que é um modelo até bom quando você tem um risco muito grande de achar o petróleo, não poderia ser aplicado no pré-sal, porque, no pré-sal, o risco é mínimo. Quando você recebe o direito de explorar um bloco no pré-sal, como no caso do "Campo de Libra" agora, você já sabe que tem petróleo. A partir daí, você tem que garantir uma parcela para o Estado já que, constitucionalmente, o petróleo é de propriedade da União, do povo brasileiro. O 'modelo de partilha' vai ter como resultado que, entre a parcela da União e a parcela da Petrobras, 85% da riqueza do petróleo que vier a ser produzido em 'Libra' vão para o povo brasileiro e para a Petrobras. Então, se eu posso fazer isso porque é que eu vou espantar o capital estrangeiro? O capital estrangeiro é bem-vindo porque vai contribuir para que essa riqueza saia de debaixo da terra. Porque o petróleo, enquanto está lá embaixo, não vale nada. Ele só vale alguma coisa quando sai. E para fazer com que ele saia tem que se investir muito dinheiro. Portanto, são bem-vindas a Shell e a Total, que venham investir e que vão ter também o seu lucro, mas do ponto de vista estratégico, as riquezas do petróleo vão estar no Brasil. E tem mais uma coisa que as pessoas não estão falando: o modelo agora da exploração de 'Libra' exige um percentual de conteúdo nacional em torno de 60%, ou seja, de todos os equipamentos que vão ser utilizados (a sonda, os navios, as interligações do poço do fundo do mar até a plataforma), 65% do volume total em dinheiro têm que ser construído no Brasil. Isso vai estar gerando empregos no nosso país. Ao contrário do governo anterior, em que a Petrobras construía suas plataformas em Cingapura, na Coréia, na China, ou seja, gerava empregos para coreanos e chineses, agora, pelo menos, 65% do volume de investimentos têm que ser feito em indústria nacional. E a indústria nacional já está se preparando para isso. A indústria naval brasileira, na década de 80, chegou a ser a segunda mais importante do mundo. Só ficou atrás do Japão. Veio Fernando Henrique/PSDB e destruiu a indústria naval brasileira. Quando Lula assumiu, se tinha 3 mil empregos em estaleiros. Só tinha estaleiro no Rio de Janeiro. Hoje, há mais de 70 mil trabalhadores nos estaleiros nacionais, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul, em Pernambuco. Em Alagoas e na Bahia, vai se construir também. Enfim, é você ter uma indústria de base que vem sendo implantada desde o petróleo, mas, que a partir daí, desenvolve toda a economia e a engenharia nacional, gerando empregos para os brasileiros. É um projeto que visa a transformar o Brasil numa potência, mas não apenas uma potência produtora de petróleo, até porque temos exemplos de países que produzem muito petróleo, mas depois quando acaba o recurso natural, o povo fica na miséria. Nós estamos construindo uma base para utilizar a receita do petróleo para mudar o Brasil.

247 – Durante o seu discurso, o senhor comparou o atual momento do Brasil ao que já foi vivido pela China, que transformou aquele país em superpotência. O senhor realmente acredita que o Brasil pode alcançar o mesmo patamar?

JED –
Eu acredito. A China, na década de 60, era um dos países mais miseráveis do mundo. Houve a Revolução Comunista em 1945, ficou um país muito fechado durante muito tempo. Houve uma mudança em que o novo dirigente chinês chamado Deng Xiao Ping disse uma frase que foi muito interessante: “Não me interessa a cor do gato, me interessa que ele casse rato”. Isso ele falou em relação ao capital estrangeiro. Então, a China atraiu investimentos britânicos, espanhóis, franceses e ingleses-americanos, que foram para lá investir, mas o controle estratégico ficava nas mãos do governo chinês. Isso fez com que, em 40 anos, a China se tornasse a segunda potência do mundo, com perspectiva de, em 15 anos, ultrapassar os Estados Unidos. Esse é o destino do Brasil. Agora com um desafio maior: a China fez isso com um governo ditatorial, fechado, com um partido só. Nós vamos ter o desafio de transformar o Brasil dentro da democracia. Mas eu acredito nisso.

247 – O senhor rechaçou também a ideia do PSDB, de Aécio Neves e de demais setores da oposição, de consideraram o leilão de Libra como privatização.

JED –
Isso é conversa fiada e é uma incoerência muito grande, porque, quando da discussão do 'modelo de partilha' no Congresso, o PSDB e o Aécio disseram que iriam votar contra o 'modelo de partilha', porque diziam que era estatizante. Agora, a gente faz um leilão no 'modelo de partilha', e eles falam que foi privatização. Na verdade, o que eles querem esconder é que o que eles gostariam é que o modelo voltasse a ser o 'de concessão', que é o modelo deles, que é quando o petróleo sai de debaixo da terra, não é propriedade da União, mas sim da empresa que colocou ele para fora. É um modelo que prevê uma participação muito menor para o Estado brasileiro e beneficia, fundamentalmente, as empresas estrangeiras. É um modelo que até é aplicável – e vai continuar sendo – em algumas áreas do Brasil quando o risco de não achar petróleo é muito maior. Então, se o risco é muito grande, é natural que a empresa que fará o investimento tenha retorno proporcional. Só para dar um exemplo, a média de acerto de poços que acham petróleo no mundo é de três em cada dez. Ou seja, há cada dez poços que se perfura atrás de petróleo em todo o mundo, apenas três dão petróleo. Os outros sete dão seco. No Brasil, a média da Petrobras é de seis em cada dez. Ou seja, a média de sucesso aqui é o dobro da média mundial. No caso do pré-sal, a média é nove em cada dez. Ou seja, há cada dez poços que você fura no pré-sal, em nove se acha petróleo. A margem de risco é de apenas 10%. Num cenário como esse, como a propriedade do óleo, pela Constituição, é da União, do governo, do povo brasileiro, então não é justo que com um risco tão pequeno, tão baixo, uma empresa que venha a produzir o petróleo fique com maior parte dele. É fundamental que o governo fique com a maior parte. A empresa que investiu tem que ficar com uma parte também. Mas o governo vai ficar com a maior parte e investir. Não é ficar com a maior parte para gastar em coisas supérfluas. É investir na educação e saúde, como está na lei. É um modelo que vai gerar riquezas de forma consistente para o Brasil. Não podemos fazer igual a alguns países que produzem petróleo durante 20 anos e, depois que acaba, fica lá a terra arrasada e não fica nada, nenhuma infraestrutura para o povo. Então, esse modelo vai garantir a exploração econômica, a atração de capitais estrangeiros. O capital estrangeiro que vem investir em infraestrutura e gerar empregos no Brasil é bem-vindo. O que não é bem-vindo é o capital especulativo, que vem atrás da ciranda financeira, de juros altos e que vem aqui recebe um dinheiro e vai embora. Não. O capital investido de forma produtiva é bem-vindo. E é isso que estamos fazendo.

247 – O senhor também rechaçou em seu discurso o artigo de André Singer, que diz que a presidente Dilma perdeu o discurso de 2010, quando afirmou que “seria um crime privatizar o pré-sal”, mas agora abriu o campo para empresas estrangeiras. O que há de errado na declaração de Singer?

JED –
Eu respeito muito o companheiro André Singer, mas esse discurso, que é pela esquerda, digamos assim, é equivocado. O 'sistema de partilha' não significa de modo algum perder o controle estratégico da indústria do pré-sal, porque a questão é a seguinte: eu posso ser purista, posso dizer que não aceito capital estrangeiro, que só a Petrobras que irá fazer, só que a Petrobras tem limites financeiros também. Então, significa que o petróleo vai ficar debaixo da terra. É muito bonito eu falar que está cheio de petróleo, mas está debaixo da terra, não rende um centavo, não rende nenhum emprego, não gera um tostão para educação, para saúde. O que é melhor para o país? É ficar com 100% do petróleo, mas debaixo da terra, para dizer que tem, mas não poder usufruir dele, ou você atrair outras empresas, capital estrangeiro, para achar o petróleo, produzir e tirar ele debaixo da terra, e a União ficar com 85% e o resto ser distribuído proporcionalmente de acordo com investimentos benéficos para o país? Essa é a lógica.”

FONTE: reportagem de Valter Lima, do "Sergipe 247"   (http://www.brasil247.com/pt/247/sergipe247/119041/Dutra-ao-247-Brasil-ser%C3%A1-superpot%C3%AAncia-como-China.htm).

Ex-diretor-geral da ANP RESPONDE CRÍTICAS AO LEILÃO DE LIBRA


“Observando sugestões de dirigentes políticos, alguns do PCdoB, de líderes sindicalistas e de amigos, procurei recolher algumas formulações centrais que localizei em artigos críticos ao leilão de Libra e comentá-las uma a uma. Usei onze pensamentos com as mesmas palavras constantes de artigos e documentos sindicais a que tive acesso, que retratam as críticas mais usuais até agora feitas e da forma que têm sido apresentadas.

Por Haroldo Lima, especial para o “Vermelho”

1) Entregar Libra não foi a melhor saída.

Entregar Libra” seria uma formulação correta se Libra tivesse sido entregue, vendida, alienada, doada, privatizada, em outras palavras, se a propriedade de Libra passasse das mãos da União brasileira para as de um grupo privado qualquer. Como isso não aconteceu, a formulação é falsa, demonstra apelo retórico que, inconscientemente e às vezes conscientemente, embeleza as privatizações de Collor e FHC, tratando o que foi feito em Libra como se fosse a mesma coisa do que foi feito com a Vale do Rio Doce, Usiminas, Embraer, Volta Redonda, Banespa, Telebrás, Light, Escelsa, Embraer, Caraíba Metais, Cosipa, Ultrafértil, Acesita, Goiasfértil, Siderúrgica Tubarão, Cia Nacional de Álcalis, Copersul e muitas mais. 

Em cada uma dessas empresas, o Estado perdeu, de forma completa e definitiva (salvo futuro processo excepcional ou revolucionário), a titularidade que detinha do seu capital social, vale dizer, o Estado, que era o proprietário da empresa, deixou de sê-lo, e um grupo econômico assumiu essa propriedade. Essa é a essência da privatização capitaneada por Collor e FHC/PSDB. Só muita ignorância, má-fé ou motivação política pode achar que o que aconteceu com Libra é a mesma coisa que o sucedido com as empresas citadas. Em Libra, todo o campo, com todo o petróleo lá existente, continua do Estado; todo o petróleo retirado é imediatamente recolhido pelo Estado, que o reparte entre os agentes de acordo com as cláusulas do contrato de partilha, que, como veremos abaixo, dá ampla vantagem à União. [Esta semana], o senador Aécio Neves declarou à imprensa que as privatizações de FHC e o que foi feito em Libra, “é tudo a mesma coisa e Dilma deveria se orgulhar disso”. Em Aécio Neves compreendemos perfeitamente as razões que tem para defender a tese da “privatização” de Libra. A posição é falsa, é de direita, mas Aécio tem razões políticas para defendê-la.

2) Seria melhor entregar Libra à Petrobras, sem leilão prévio, para ela assinar um contrato de partilha com a União, em melhores bases para a sociedade.

As “melhores bases” para a sociedade, vale dizer para o Brasil, implicava em aceitar que a União ficasse com uma parcela grande do “excedente em óleo”, que é o que resta depois de pago o custeio e os royalties. A ANP fixou em 41,65% o mínimo aceitável para uma proposta ser apreciada no leilão. A proposta vitoriosa, articulada e definida pela Petrobras, sabia que não teria concorrente e, se quisesse, poderia aumentar a parte da União. Na hora da apresentação da oferta, muitos acharam que o consórcio vencedor, com a Petrobras à frente, elevaria para 45% a parcela do excedente em óleo para a União. O consórcio vencedor, articulado pela Petrobras, preferiu oferecer à União o mínimo estipulado, 41,65%. Não estou aqui criticando a Petrobras, estou aqui mostrando aos incautos que o interesse nacional nem sempre coincide com o interesse de uma empresa.

3) Se a Petrobras tivesse, no seu portfólio, um campo com mais de 10 bilhões de barris, não teria a mínima dificuldade para obter financiamentos.

O pré-sal foi descoberto quando, em 2007, a Petrobras anunciou ter chegado a grandes acumulações petrolíferas, de 5 a 8 bilhões de barris, no prospecto de "Tupi". Na continuidade, isto virou o "campo de Lula", com 8,3 bilhões de barris, contratados com a Petrobras, sob forma de concessão. A Petrobras tinha outras concessões na província do pré-sal onde localizou "Iara" (3 a 4 bilhões de barris), "Guará", "Ogum", "Carioca", "Júpiter", "Caramba", "Bem-te-vi" e outras. Em 2009, a ANP localizou, em áreas da União, fora das concessões da Petrobras, dois pontos e autorizou a Petrobras a perfurá-los. Foram os poços 2-ANP-1-RJS e 2-ANP-2-RJS. Em maio de 2010, o primeiro poço descobriu "Franco", o segundo, em outubro, "Libra". Inicialmente, pensava-se que cada um tinha de 5 a 8 bilhões de barris de petróleo; depois, viu-se que as acumulações eram maiores. O governo deliberou, com relação a "Franco", cedê-lo integralmente à Petrobras, sem licitação, sem bônus de assinatura, sem cobrança de Participações Especiais e com uma alíquota de royalties de apenas 10%. Era para capitalizar a estatal com 5 bilhões de barris de petróleo e prepará-la para enfrentar os desafios do pré-sal. A Petrobras fez com isso a maior capitalização da história do capitalismo no mundo, arregimentando US$ 70 bilhões. Com relação a "Libra" o governo deliberou levá-lo a leilão, sob forma de partilha, com alto bônus de assinatura, royalties de 15%, participação mínima de 41,65% da União no excedente em óleo, operação da Petrobras, que teria garantida presença de 30% no consórcio ganhador, e supervisão geral de uma empresa 100% estatal criada para isso, a PPSA. Quando se diz que as coisas seriam diferentes se a Petrobras tivesse em seu portfólio campo com 10 bilhões de barris, verifica-se que, só no pré-sal, sem contar "Libra", a Petrobras, antes do leilão de "Libra", já tinha no seu portfólio mais de 15 bilhões de barris de petróleo.

4) O governo trocou, com um superbônus, o benefício de satisfazer o superávit primário, de curtíssimo prazo, por perdas que irão durar 35 anos.

Imagine só um governo com tradição de esquerda, com apoio da esquerda, inclusive da esquerda comunista, com o respaldo do mais popular líder do Brasil, e talvez das Américas, a trocar um “benefício de satisfazer o superávit primário, de curtíssimo prazo, por perdas que irão durar 35 anos”. Não há porque fazer esforço para se imaginar como foi possível essa contradição. Ela não existe. É fantasia retórica, como foi a fantasia da “doação”, a “preços de banana” às multinacionais dos “blocos azuis”, na VI Rodada da ANP, em 2004. Naquela oportunidade, as multinacionais não apareceram para receber a “doação”, exceto uma que participou do leilão apenas em três blocos, associada à Petrobras. Esta, a grande estatal brasileira, arrematou, só ou com outros sócios, 94% dos blocos em mar, onde estavam todos os “blocos azuis”. As “perdas que irão durar 35 anos” serão o acumulado pela União na fase produtiva do contrato de partilha, quando ela receberá, de todo o óleo extraído em Libra, o equivalente a 80% ou a 85%. No meio desse prejuízo “enorme”, estarão R$ 270 bilhões em royalties, 75% dos quais já comprometidos em lei com a educação dos brasileiros e 25 % com a saúde; R$ 736 bilhões do excedente em óleo contratado na partilha; R$ 15 bilhões, pagos como bônus de assinatura, tudo isso totalizando mais de R$ 1 trilhão! O futuro contará a história dos que, na hora crucial dessas decisões estratégicas que podem mudar para muito melhor a vida de todos os brasileiros e fazer do Brasil uma nação desenvolvida e próspera, ficaram contra.

5) Se a Petrobras recebesse sozinha Libra, poderíamos ficar com 100% do lucro.

A acumulação de "Franco", da bitola de "Libra", ficou 100% para a Petrobras, com o entusiástico apoio nosso, na época na diretoria-geral da ANP. Foi importantíssimo para a capitalização da estatal. Mas, não há hipótese de “100% do lucro” ficar com a Petrobras, nem muito menos o Brasil. Garantido mesmo, o Brasil fica com royalties de 10% (só em "Libra" é que aumentamos para 15%), não receberá PE, não receberá bônus, receberá imposto de renda, contribuição sobre lucro líquido e só. Ademais, do lucro da Petrobras, 48% serão do Estado brasileiro, incluindo parte do BNDESPAR, e 52% de capital privado. Isto porque o capital social da Petrobras é repartido dessa forma, 48% do Estado brasileiro, 52% de capital privado, a maior parte estrangeiro [graças a medidas de FHC/PSDB].

6) O leilão consistiu em um “meio fracasso” ou um “meio sucesso”.

As conclusões que não se fundamentam em dados objetivos, por desconhecê-los, deformá-los ou menosprezá-los, podem ser refutadas com facilidade. Seus autores nem sempre mudam de opinião, pois desconsideram os fatos, cuja evolução têm dificuldade em acompanhar, preferindo apegar-se a esquemas políticos anacrônicos. Mas as opiniões, aí cada qual pode ter a sua. Daí os que acham o leilão “meio fracasso” e os que o acham “meio sucesso”. Até agora, todos os contratos firmados no Brasil, mais de 90% com a Petrobras, dão ao Poder público brasileiro cerca de 52% do equivalente em óleo extraído. Nos campos gigantes, "Marlim", "Roncador", "Albacora", isto chega perto de 60%. "Libra" poderá nos dar de 80% a 85%. Seguramente, os brasileiros comuns acham isso um grande sucesso. Estou com eles.

7) Os amigos de esquerda dirão que foi um fracasso total.


É sempre bom caracterizar com cuidado esses “amigos de esquerda”. No passado de 1920, Lênin, o homem que encabeçou talvez o acontecimento mais importante do século 20, a Revolução Soviética, dirigiu-se a diversos desses “amigos de esquerda” da Alemanha, da França e da Inglaterra, que se diziam seus seguidores, para dizer-lhes que, do jeito que eles procediam, aferrados a dogmas e sectarismos, ele, Lênin, dizia que aqueles amigos não eram seus verdadeiros seguidores, pois seguiam uma forma de raciocinar que não era a dele, da esquerda consequente, mas de uma outra corrente, a que Lênin chamou de “esquerdismo, doença infantil do comunismo”. A meu juízo, os “meus amigos de esquerda” mais consequentes, mais informados e mais radicais (no sentido daqueles que vão à raiz dos problemas) estão enxergando o sucesso do leilão de "Libra"; outros estão ainda examinando a questão, havendo os que estão, sinceramente contra. Mas há os que estão acometidos, não de hoje, da “doença infantil do comunismo.”

8) Não concluam que eu sou adepto da dupla Marina e Campos.

Quando uma pessoa sente necessidade de dizer que não é de uma determinada corrente, é porque está muito próxima a ela. Na história da esquerda mundial, em particular do movimento comunista, inclusive no Brasil, é muito frequente posições “esquerdistas” (no sentido da doença infantil) parecerem e se somarem a posições de direita. Quando há seriedade de propósitos, o tempo e a reflexão ajudam a romper com esse equívoco.

9) A Petrobras, se ficasse com todo o campo de "Libra", poderia entregar 80% ou mais do excedente em óleo para o Fundo Social, enquanto o consórcio ganhador se comprometeu só com 41,65%.

Já fiz ver que quem comandou “o consórcio ganhador” foi a Petrobras, que sabia que não iria ter concorrente e que, se quisesse aumentar qualquer coisa para a União, poderia ter feito. Nem arredondou o índice mínimo de 41,65%. Não critico a Petrobras por isso. Critico os incautos que imaginam que o interesse nacional sempre coincide com o de sua maior empresa, o que não é verdade, mesmo que a Petrobras fosse 100% estatal, ainda mais que não é.

10) CUT, 21/10/13 “A Petrobrás deveria explorar 100% do nosso petróleo. Essa é a posição da CUT e da FUP (Federação Única dos Petroleiros). Mas, mesmo não sendo o que a gente defendia, o resultado foi o menos pior, pois garante o controle nacional tanto da extração quanto da exploração e 40% do lucro".

Essa posição, embora assinada, foi exposta como editorial do sítio da CUT. Por ela, a diretoria, que se reuniu duas vezes com a ANP, tende a compreender a linha geral do processo, a começar por aceitar que existiu “o controle nacional tanto da extração quanto da exploração” no campo de Libra.

11) CUT, 21/10/13 “A posse cabe à União, que recebe da empresa vencedora parte da produção, já sem custos. No caso de Libra, no máximo 41,65% do lucro em óleo ficam no país.

A formulação está imprecisa, a leitura dos comentários acima mostra o que significam esses “41,65% do excedente em óleo”. Mas a formulação vai na linha de uma visão mais ajustada do processo."

FONTE: escrito por Haroldo Lima, ex-diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e membro do Comitê Central do PCdoB. Publicado no portal “Vermelho”  
(http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=227877&id_secao=1) [Imagem do Google e pequenos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

TUCANOS DERAM [de bondosos?] TUDO QUE ALSTOM QUIS EM SÃO PAULO

Do "Brasil 247"

“Negócios considerados estratégicos pela multinacional francesa foram fechados com o Metrô e a CPTM, em São Paulo, levando a empresa a atingir 100% de suas metas e alcançar rendimento de R$ 1,5 bilhão, valor ainda maior do que previu o ex-presidente José Luiz Alquéres. Tudo graças ao lobista Arthur Teixeira, apontado como mediador do pagamento de propinas nos governos tucanos de Mário Covas e Geraldo Alckmin. Ele fechou quatro grandes contratos para reforma e entrega de novos trens e sinalização para o metrô; e a Alstom, que ia mal das pernas na divisão de transporte, pôde se recuperar

Graças ao conluio entre empresas, ao pagamento de propinas a funcionários públicos e políticos do PSDB e, principalmente, ao trabalho de um lobista, a Alstom conseguiu fechar todos os negócios considerados por ela estratégicos com o governo de São Paulo. De quatro grandes contratos, dois foram combinados entre empresas e deram à multinacional francesa rendimento de R$ 1,5 bilhão, mais alto do que o esperado.

Um e-mail citado pela reportagem da "Folha de S.Paulo" na segunda-feira 28 descreve uma mensagem do ex-presidente da Alstom José Luiz Alquéres, ressaltando a importância de quatro negócios específicos em São Paulo, referentes à reforma e ao fornecimento de novos trens para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e ao sistema de sinalização para a linha 2 do Metrô. A expectativa de Alquéres era conseguir um faturamento de R$ 900 milhões.

Acusado de ser o intermediador do pagamento de propinas, o lobista Arthur Teixeira, que atuou junto com o então diretor de transportes Paulo Borges, foi responsável pelo alcance de 100% das metas da empresa, que ia mal das pernas na divisão de transporte. O e-mail de Alquéres, escrito em 2004, revelava que a companhia só havia atingido 11% das metas nos últimos oito meses. As propinas e o conluio com os governos da época – Mário Covas e Geraldo Alckmin, do PSDB – garantiram essa recuperação.

Os métodos usados para conseguir os serviços solicitados pelas empresas do governo paulista foram: combinação de preços entre os concorrentes antes da licitação, divisão de lotes e o acordo de que as companhias derrotadas seriam subcontratadas pelas vencedoras. O resultado das concorrências eram conhecidos pela diretoria dos participantes antes mesmo que o Metrô e a CPTM os tornassem públicos. A Alstom esclareceu à "Folha" que os contratos foram fechados por meio de licitação em que "são sempre respeitados os marcos legais aplicáveis".

FONTE: jornal online “Brasil 247”  (http://www.brasil247.com/pt/247/sp247/119027/Lobistas-deram-tudo-que-Alstom-quis-em-S%C3%A3o-Paulo.htm).

“ESTÃO SUPERVALORIZANDO DERROTA DO KIRCHNERISMO”, diz historiador

Manifestação da Avenida de Maio para comemorar 10 anos da assunção de Nestor Kirchner à presidência da Argentina

N0 domingo (27), os eleitores argentinos foram às urnas escolher legisladores que vão renovar a metade da câmara dos deputados e um terço do senado. Apesar de os jornais e sites de notícias nacionais e argentinos terem falado no “fim do kirchnerismo”, na avaliação do historiador Tiago de Melo Gomes, “praticamente todos os grupos estão comemorando a vitória e de alguma forma, todos têm o seu motivo”.

Por Vanessa Silva, do "Portal Vermelho"

No total dos votos, o partido "Frente para a Vitória" (FPV), da presidenta Cristina Kirchner obteve 33% do total, atingindo 132 cadeiras no Congresso e 39 no Senado, o que configura maioria em ambas as casas. A grande novidade foi o resultado obtido pela "Frente Renovadora" (FR), liderada pelo atual prefeito do município de Tigre, Sergio Massa — provável presidenciável às eleições de 2015 e ex-aliado da presidenta — que obteve 16 cadeiras na Câmara de Deputados, com 43.92% dos votos e uma vantagem de cerca de dez pontos percentuais sobre a FPV.

Mas, na avaliação do professor de história contemporânea e da América da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Tiago de Melo Gomes, a questão está sendo supervalorizada. “Há quatro anos, houve essa mesma eleição, e o kirchnerismo [corrente política governista] obteve essa mesmíssima derrota. Na verdade, foi até pior porque eles tiveram a mesma votação de agora, mas tiveram outros grupos bem mais perto deles, não foram majoritários, mas ninguém chegou perto”, além disso, ele aponta que o kirchnerismo é o único partido do país que tem um projeto nacional. Os demais “só existem em uma província, ou só são fortes em uma ou duas”.

Portal Vermelho: Tiago, quais foram suas impressões dessa eleição na Argentina?

Tiago de Melo Gomes:
Na verdade, praticamente todos os grupos estão comemorando a vitória e de alguma forma todos têm o seu motivo. Cada um com seus argumentos. O kirchnerismo, que foi muito apontado como o grande derrotado, na verdade foi o partido que obteve mais votos nas eleições e manteve a maioria no Senado e na Câmara. No final, o kirchnerismo acabou ganhando porque a maioria dos outros projetos [dos demais partidos] ainda é regional. Vários desses partidos só existem em uma província, ou só são fortes em uma ou duas. Então, simbolicamente falando, foi uma derrota do kirchnerismo, mas concretamente nem tanto.

Os jornais argentinos, especialmente o Clarín, falam abertamente de uma morte do kirchnerismo e que Cristina já não governa o país...

O "Clarín" é de uma oposição violentíssima como é a "Veja" no Brasil. Então, eles vão atacar o governo sempre. A grande derrota do kirchnerismo, na verdade, foi na província de Buenos Aires. Por exemplo, eles perderam feio na cidade de Buenos Aires, mas historicamente o peronismo nunca teve votação importante nessa cidade. A maioria das derrotas já eram esperadas e são condizentes com a história. O kirchnerismo é muito forte no norte, no sul e na província de Buenos Aires.

Há quatro anos, houve essa mesma eleição, e o kirchnerismo obteve essa mesmíssima derrota. Na verdade, foi até pior, porque eles tiveram a mesma votação de agora, mas tiveram outros grupos bem mais perto deles, não foram majoritários, mas ninguém chegou perto.

No caso, essa votação da província de Buenos Aires pode comprometer a eleição de Daniel Scioli, o provável candidato do kirchnerismo em 2015?

Isso é imprevisível. Essas eleições legislativas na Argentina, em certo sentido, parecem com as eleições para prefeito no Brasil; elas ficam no meio do ciclo presidencial e são usadas para fazer projeções do que vai acontecer dois anos depois, mas geralmente isso não acontece.

Esse mesmo discurso foi usado em 2009, quando eles perderam na província de Buenos Aires, perderam na Cidade de Buenos Aires, Córdoba, Santa Fé, e isso não impediu que Cristina ganhasse de lavada em 2011.

É claro que significa um cansaço do kirchnerismo e é uma coisa indiscutível. Mas o efeito disso em 2015 não dá para prever, até porque não se sabe ainda sequer quem serão os candidatos. Os vitoriosos são políticos com expressão local: [Sergio] Massa em Buenos Aires, [Mauricio] Macri na cidade de Buenos Aires, [Hermes] Birner em Santa Fé. São políticos fortes em uma região, mas que não conseguiram se projetar nacionalmente. Então, é difícil saber em que medida a oposição vai conseguir projeção nacional, porque em 2011 não conseguiu viabilizar uma só candidatura e Cristina ganhou com facilidade.

No domingo (27), foi publicada uma pesquisa de boca de urna do 'Centro de Estudos de Opinião Pública' dizendo que a popularidade de Cristina aumentou e chegou a 52,5%. Por outro lado, a votação de sua força política caiu de 54% para 35%, como apontam diversos analistas. É difícil analisar este cenário...

Acho que essa relação é desonesta porque se está comparando uma eleição presidencial com uma legislativa. Em relação à última eleição legislativa [2009], não mudou nada. Essa comparação é um pouco fraca porque é muito diferente a Cristina se apresentar como candidata e alguém ter o apoio de Cristina. Essas eleições tiveram um viés regional muito forte e é uma disputa província a província. Esse tipo de comparação não se sustenta.

O que significa o crescimento da Frente Renovadora?

É difícil avaliar porque ela ainda é um fenômeno estritamente local. Ela é parte mais ampla deste processo de liderança local, mas que ainda não saiu do âmbito da província. De fato, foi um grande feito eles terem conseguido essa vitória, mas Massa passou a maior parte da campanha — e foi a fase em que ele se fortaleceu — se apresentando como uma pessoa do meio, se consolidou com votos do kirchnerismo porque ainda é identificado como tal. Nas últimas semanas somente, que Cristina entrou na campanha e deixou claro que ele não representa essa força. Agora, temos que ver até que medida ele se consolida se apresentando como oposição.

A Argentina vive um momento complicado. Quais são os próximos passos de Cristina?

Eu tenho sentido um grande desânimo do governo argentino. Não percebo, no discurso, nem na prática, energia para fazer mais renovação. Eles têm batido muito no que já fizeram, mas o que pretendem fazer é ainda imprevisível. Mas há espaço para o governo ganhar a eleição de 2015. Um herdeiro pode ter chance, mas o sinto inerte. Há muita denúncia de corrupção nos últimos tempos. Não se sabe até que ponto essas denúncias são ou não verdadeiras. Nada se provou, mas nem sempre a resposta do governo tem sido satisfatória. Não vejo uma plataforma nova, que o governo possa lançar mão. Mas podem tentar algo no campo social.

Ao acompanhar os fatos na Argentina pela imprensa brasileira, o cenário é de caos. A partir de sua experiência, isso é real ou fantasioso?

Totalmente fantasioso. Eu vou para lá sempre, já morei lá. O país funciona normalmente. O grande problema é a inflação, o momento econômico não é bom, inspira cuidados, mas só. O partido do kirchnerismo [FPV] é o único nacional que a Argentina tem hoje junto com a União Cívica Nacional.

O caos está na oposição. Ela tem vários líderes que não se entendem entre si e não têm projeção nacional. A FPV foi o mais votado nas eleições, tem governadores em cidades importantes. Então, falar em caos é delírio completo. Você pode falar que o momento não é bom, que o governo falha na condução da economia, mas essa ideia de caos, de que a economia está parada, isso não existe.”

FONTE: escrito por Vanessa Silva, do Portal "Vermelho"  (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=227963&id_secao=7).