Marcelo Neri (IPEA) e Tereza Campello (MDS) anunciam prêmio recebido pelo Bolsa Família. A "Globo" foi, mas não noticiou...
Por Helena Sthephanowitz
"O principal telejornal da TV Globo está demonstrando parcialismo político e antipopular cada vez mais despudorado. Na edição de terça-feira (15), não mostrou a principal notícia sobre mais um êxito de uma política pública que combate um dos maiores problemas históricos do Brasil, a pobreza. O "Programa Bolsa Família" ganhou um prêmio internacional comparável a vencer uma Copa do Mundo na erradicação da pobreza.
O prêmio foi concedido pela principal instituição que promove a seguridade social no mundo e atua em 157 países, a "Associação Internacional de Seguridade Social" (ISSA). É uma premiação rara, pois é concedida somente de três em três anos. Segundo a ISSA, o "Bolsa Família" é uma experiência pioneira na redução da pobreza e modelo para demais países. Tanto a notícia é relevante que ela foi – como tinha de ser – destaque em outras redes de televisão. Jornalismo básico.
O expurgo da notícia pelo principal telejornal do país não chega a ser surpresa para quem acompanha a linha editorial das "organizações Globo". Em sintonia com setores da oposição tucana, que desdenha do programa social, o jornal "O Globo" já publicou diversos artigos e editoriais contrários ao "Bolsa Família".
Nos telejornais, em geral, o programa só merece espaço no noticiário quando ocorre algum problema, como na recente onda de boatos mentirosos sobre o seu fim, que levou a uma corrida dos beneficiários para fazerem saques antecipados. Na TV, há mais sobriedade nas críticas do que no jornal impresso, mas não faltam casos de dar voz excessiva aos críticos, enquanto censura opiniões favoráveis e premiações importantes como essa.
Mas os problemas de parcialidade do "Jornal Nacional" não ficaram só aí na edição daquela terça-feira. O telejornal também não divulgou a pesquisa eleitoral do "Vox Populi" que não foi muito favorável aos candidatos de oposição, o que seria mais do agrado dos donos da emissora. A sondagem mostrou que a oposição como um todo encolheu com a exclusão de uma das candidaturas, ou de Marina Silva (PSB) ou de Eduardo Campos (PSB) que, agora, no mesmo partido não poderão concorrer simultaneamente.
Para complicar a situação da oposição, quando Marina Silva é testada como candidata no lugar de Eduardo Campos, ela fica em segundo lugar, na frente de Aécio Neves (PSDB), com números semelhantes aos que já tinha antes. As intenções de votos que eram para Campos parecem migrar para Dilma em maior quantidade, em vez de ir para Marina. No cenário em que Campos é candidato no lugar de Marina, as intenções de votos dela são diluídas entre os outros candidatos, e Campos continua em desconfortável terceiro lugar com cerca de metade das intenções de votos de Aécio Neves. Esse resultado pode aumentar desavenças dentro do PSB. A ilusão de que Aécio e Campos subiram alguns pontos a estatística explica: com apenas três candidatos para dividir o bolo de intenções de votos, a fatia de cada um fica maior do que se houvessem quatro.
Ah! Como se não bastasse, ainda teve mais um capítulo da novela requentada das investigações sobre o PCC, parecendo querendo diluir a pauta das propinas pagas pela Siemens e Alstom a autoridades dos governos tucanos de São Paulo. Aliás, o noticiário policial dominou a pauta.
Mas teve até uma matéria sobre propina paga na Suíça para um diretor da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Uau! Finalmente uma notícia desfavorável ao governo tucano paulista? Ledo engano. A reportagem termina poupando o PSDB e o governador Geraldo Alckmin, encerrando com o apresentador William Bonner lendo uma nota oficial do PSDB sobre o assunto, em vez do tradicional "procuramos ouvir o governador Geraldo Alckmin, mas sua assessoria disse que ele não se manifestaria".
FONTE: do "Redebrasil Atual"; postado por Helena Sthephanowitz (http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2013/10/jornal-nacional-omite-premio-importante-do-bolsa-familia-2531.html).
COMPLEMENTAÇÃO
BOLSA FAMÍLIA REDUZIU EM 28% POBREZA EXTREMA NO BRASIL
"Estudo divulgado esta semana pelo "Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada" (IPEA) estima que o "Bolsa Família" reduziu a pobreza extrema brasileira em 28% no ano passado. De acordo com o levantamento, o percentual de miseráveis, que era de 3,6%, subiria para 4,9%, caso o "Bolsa Família" não existisse. A estimativa utiliza a linha oficial de pobreza extrema, que classifica como miserável quem sobrevive com renda per capita de até R$ 70 por mês. O cálculo foi feito com base na última "Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios" (PNAD 2012), do IBGE.
Os resultados do estudo foram apresentados pelo presidente do IPEA e ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, e pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.
O "Bolsa Família" não só aliviou a pobreza, como também garantiu a presença das crianças na escola, a nutrição, a saúde e a redução da mortalidade infantil. O "Bolsa Família" fez bem para o Brasil, e os resultados são benéficos para o conjunto da população. Hoje, podemos fazer uma discussão que não é mais ideológica. Temos estatísticas que comprovam o impacto do "Bolsa Família" — disse Tereza.
Criado em outubro de 2003, o programa completa dez anos neste mês. Em 2003, o peso do "Bolsa Família" na redução da miséria era de 7%, o que significa dizer que seu impacto nesse sentido quadruplicou em 2012, quando o programa passou a garantir queda de 28% da pobreza extrema. Em 2011, esse índice era de 25%.
A primeira década do "Bolsa Família" ensejará o lançamento de um livro pelo ministério e pelo IPEA no próximo dia 30. Um dos artigos de pesquisadores trata dos efeitos macroeconômicos do programa, em comparação a outras transferências sociais.
Segundo o artigo, o "Bolsa Família" tem, de longe, mais impacto no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Para cada R$ 1 repassado pelo programa, a economia cresce R$ 1,78, ante R$ 0,39 no caso do FGTS; R$ 0,53 na Previdência; R$ 1,06 no abono e no seguro-desemprego; e R$ 1,19 no Benefício de Prestação Continuada (BPC), dado a idosos e deficientes.
O melhor caminho para fazer a economia girar é o "Bolsa Família" — disse Neri, que assina o artigo com Pedro Ferreira de Souza e Fabio Monteiro Vaz, ambos pesquisadores do IPEA."
FONTE da complementação: blog "Os amigos do Presidente Lula" (http://osamigosdopresidentelula.blogspot.pt/2013/10/bolsa-familia-reduziu-em-28-pobreza.html).
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