Do portal "Conversa Afiada":
"Dilmabate e aplica Veja no Itaúuu do Aécio
Dilma cita José Simão: “vocês fazem o Meu Banho Minha Vida em São Paulo”
Dilma explode bala de prata do Aecioporto: "Veja" caiu na água.
Aecioporto não sabe o nome do Ministério...
Aecioporto reproduz tom terrorista da "Veja".
“Quem não mantinha inflação dentro da meta foram vocês”, respondeu Dilma.
“A prática fala mais que palavras vazias”
Dilma entope ele com o Pronatec: “Nós fizemos 422 escolas técnicas, enquanto vocês só fizeram 11 em 8 anos. Só o meu nº é 1600% a mais do que o de vocês”
Dilma aplica fator previdenciário ao Itaúuuu de Aecioporto.
A Presidenta lembra, no terceiro bloco, da compra da reeleição no governo presidencial de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Dilma aplica o regime do bateu levou, 'vapt vupt'. Sobre ferrovias, Aécio diz que “falta ferrovias”. Oh, Camões!
O sorriso irônico é o maior inimigo de Aécio.
No quarto bloco, Aécio nos brindou com ”40% foi executado”, ao falar sobre segurança pública. Oh, Camões!
No quarto e último bloco, os candidatos respondem os eleitores e fazem as considerações finais:
Quarto bloco:
Eleitora pergunta sobre saneamento básico:
"Tenho compromisso de acelerar o serviço de coleta e saneamento. A responsabilidade disso é dos municípios, mas achamos que devemos ajudar.
Durante muitos anos, neste país, não se investiu em saneamento básico. Estamos mudando isso em parceria com os municípios.
Ele (Aécio) não poderia fazer isso [se eleito fosse] porque não é responsabilidade dele. Se ele fizesse, seria crime, invasão no que não é atribuição do governo federal.
O que se pode fazer é parceria com os municípios, que é o que meu governo está fazendo sobre saneamento básico.
A segunda pergunta é sobre segurança pública:
"O Brasil hoje tem o grande desafio que é o combate ao crime organizado. É fundamental que haja maior participação da União nessa ação.
Aplicamos 17 bilhões no combate à droga, crime organizado e tráfico de armas. Criamos os Centros de Comando e Controle que deram certo na Copa".
A candidata à reeleição cita matéria da "Globo News", sobre violência, para falar de segurança pública. (...)
Não basta só controlar as fronteiras, tem que ter uma política de controle das fronteiras dos estados".
Considerações finais:
"Agradeço à Globo, agradeço ao candidato e a vocês que nos acompanharam até aqui. O Brasil que estamos construindo é o Brasil do amor, da esperança e da união. O Brasil da solidariedade, das oportunidades, que valoriza o trabalho e a energia empreendedora. O Brasil que quer crescer, que quer melhorar de vida e faz isso com muita autoestima. É o País que cresce e que faz todas as pessoas crescerem, mas com olhar especial para as mulheres, negros e jovens. É o Brasil da educação, da cultura, é o Brasil da inovação e da ciência. O Brasil que quer crescer e garantir que todos os brasileiros cresçam com ele. Deixo aqui minha palavra. Nós, que lutamos tanto para melhorar de vida, não vamos permitir que nada nem ninguém, nem crise nem pessimismos, tire de você o que você conquistou. O Brasil que fez com que você crescesse e melhorasse de vida. Não vamos permitir que isso volte atrás".
No encerramento, Aecioporto fugiu do PSDB.
No terceiro bloco, os candidatos voltam a fazer perguntas direitas.
Terceiro bloco:
Aécio pergunta sobre os repasses do Fundo Nacional de Assistência:
"Candidato, eu acho que o senhor está muito mal informado. O meu governo tem feito imenso esforço pelas pessoas com deficiência.
Temos feito esforço para criar toda uma política de assistência social, com centro no Bolsa Família e com programas complementares.
O meu governo não atrasa programas sociais, nunca atrasou.
Nós gastamos em 2 meses o que vocês gastaram em oito anos com o [mini] Bolsa Família.
Os seus governos jamais repassaram para as APAE o que nós repassamos. Fizemos com as APAE o maior programa deste país, que é o "Viver Sem Limite".
Dilma pergunta a Aécio sobre planejamento:
"Aécio, como o senhor enxerga esse problema da água em São Paulo? .
Como o senhor enxerga a questão da água em SP? Houve ou não houve falta de planejamento do seu governo?
Candidato, o fato é que o abastecimento de água é responsabilidade dos estados. Nós [governo federal] somos parceiros.
O governo federal ofereceu a parceria.
Não planejar no estado mais rico do país é uma vergonha. Os estados no NE enfrentam a mesma seca.
Aécio pergunta sobre Reforma Política:
"Candidato, eu governo o Brasil e governo todos os dias.
Se, de fato, o senhor está interessado em combater a corrupção, a questão mais séria é o fim do financiamento empresarial às campanhas.
Eu acho que o Sr. não tem interesse na reforma política, porque só fala do fim da reeleição quando foram vocês que aprovaram a reeleição
Candidato, nós damos muita importância à agricultura no país. No meu governo, tivemos um aumento muito grande da safra.
Se o senhor for eleito, quais serão suas medidas para a agricultura?
Vocês (PSDB) deixaram a agricultura a pão e água. Quando eu falo de futuro, eu tenho credenciais. Vocês não davam importância ao agricultor familiar".
Aécio pergunta sobre o julgamento da AP470:
"Me fale do mensalão do seu partido: não teve condenação e ninguém está na cadeia!
Por que Eduardo Azeredo [ex-Presidente Nacional do PSDB] renunciou?
Vocês [quando no governo] arquivaram todos os processos [de investigação de crimes de corrupção de tucanos].
A estratégia do engavetador, no seu governo, deu certo.
O Sr. precisa estudar mais. Vocês (PSDB) arquivaram todos os processos. A estratégia do engavetador, no seu governo, parece que deu certo, né?"
Na sequência, a Presidenta Dilma pergunta sobre educação, ProUni, Pronatec…
"Por que vocês foram contra o ENEM e contra o ProUni, inclusive entrando na justiça contra ele?
Vocês (PSDB) sempre criticaram o ENEM, agora que temos 8 milhões de pessoas fazendo, o senhor vem aqui dizer que é a favor?
Sua máquina de propaganda é eficiente. Acreditei no seu "choque de gestão", até saber que o senhor tinha transformado MG no 2º Estado mais endividado..."
No segundo bloco, eleitores indecisos fazem as perguntas:
Segundo Bloco:
A primeira pergunta à Presidenta Dilma é sobre aluguel e casa própria:
"O Minha Casa, Minha Vida" (MSMV) contempla quem quer ter e comprar um imóvel com vários níveis de subsídio.
O MCMV garante vantagens como não ter que pagar seguro ou dar garantias, já que o governo cobre as despesas.
Nós vamos fazer mais 3 milhões de casas pelo MCMV e ampliar as faixas de renda.
Nós, hoje, temos 1,8 milhão de casas entregues e mais 1,8 milhões de casas em construção. A cada dia o número aumenta.
Nós vamos construir e contratar, até o final deste ano, 3,7 milhões de moradias. Eu tenho condições de fazer porque eu já fiz".(...)
"Eu tenho um grande compromisso com creche e pré-escola, pois acredito que creches e pré-escolas são o futuro do Brasil. .
Nós aprovamos 75% dos royalties do pré-sal para a educação. Com isso, mudaremos ainda mais o futuro do Brasil".
O tema da segunda pergunta para Dilma Rousseff é corrupção:
"Eu propús cinco grandes medidas de combate à impunidade
Nós vamos ter um conjunto de medidas para que haja a punição de corruptos e corruptores.
Eu tenho orgulho de ter dado inteira autonomia, não dada em governos anteriores, para a Polícia Federal".
(Após comentário de Aécio, Dilma retomou a resposta):
"Adriana, veja que quem fala é o representante do partido que tinha a prática de engavetar todas as investigações.
Doa a quem doer, eu vou investigar e punir".
A terceira pergunta, destinada a Aécio Neves, foi sobre os aposentados:
"É importante abrir a discussão sobre o fator previdenciário com as centrais sindicais. Eu sempre fiz isso.
Quando o país ficar cheio de idosos, quem pagará a aposentadoria? O pessoal da ativa.
É importante abrir a discussão com as centrais sindicais".
Primeiro Bloco:
Aécio faz a primeira pergunta sobre a denúncia da revista "Veja".
"Aécio, é fato que o senhor tem feito uma campanha extremamente agressiva a mim e todos os eleitores sabem disso.
A revista faz calúnia e difamação e o senhor endossa a pergunta.
Está sendo manipulada essa informação.
O povo não é bobo, candidato".
Dilma anunciou que irá processar a revista.
"Aécio, eu fico estarrecida com o Sr, porque na minha vida política jamais persegui jornalista, jamais reprimi a imprensa.
Tenho respeito pela liberdade de imprensa, porque vivi os tempos escuros desse país
O Sr., Aécio, cita duas revistas (Veja e IstoÉ) que nós sabemos para quem fazem campanha.
Eu não vou deixar que as denúncias sumam, eu vou investigar".
Dilma pergunta se Aécio concorda com Armínio Fraga, seu candidato a Ministro da Fazenda, que diz que "o salário mínimo está muito alto".
"Aécio, o senhor não pode questionar a nossa criação de empregos. Na saúde, quem não investiu o mínimo constitucional quando foi governador foi o senhor.
O senhor ficou devendo R$ 8 bilhões para saúde candidato.
O meu governo não tem o que esconder, mas o seu tem, principalmente sobre a publicidade paga para as rádios de sua família.
Vocês (PSDB) deixaram o país com a maior taxa de desemprego da história, cerca de 11 milhões de brasileiros!
Aécio, não tem "Ministério do Desenvolvimento Econômico", tem Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio", respondeu Dilma a Aécio sobre o Porto de Mariel, em Cuba.
Aécio, o "Minha Casa, Minha Vida" é o maior programa habitacional já feito no Brasil. O Sr. tem feito algumas críticas ao programa!
Aécio, vocês falaram o tempo todo em diminuir o papel dos bancos públicos, que subsidiam o MCMV (Minha Casa, Minha Vida), agora dizem que vão manter o programa?"
Aécio pergunta sobre a inflação:
"Vocês deixaram o Banco do Brasil com uma grande dívida. Nós, não. Vocês quebraram a Caixa Econômica e o BNDES. Quanto à inflação, é meu compromisso combatê-la. Sempre nos mantivemos no limite da meta. Quem não se mantinha era o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Vocês chegaram a aumentar imposto e deixar uma dívida pública maior do que vocês pegaram.
Enfrentamos a crise sem que a diminuição do salário caísse na conta do trabalhador.
Candidato, vocês quebraram os bancos públicos.
Agora, vocês vêm com essa conversa de que "vai fazer política social".
A prática fala mais que palavras vazias
Mantivemos emprego e aumentamos salários".
Candidato, eu sempre gosto de perguntar a respeito do Pronatec. Sabe por quê? Porque o Pronatec resolve várias questões sociais.
Vocês (PSDB) proibiram a construção de escolas técnicas, por isso lhe pergunto: você manterá o Pronatec?
Candidato, o Sr. não respondeu. Nós fizemos 422 escolas técnicas, enquanto vocês só fizeram 11 em 8 anos. Só o meu nº [no meu governo] é 1600% a mais do que o de vocês"
Vocês (PSDB) deixaram o país com a maior taxa de desemprego da história, cerca de 11 milhões de brasileiros!
Aécio, não tem "Ministério do Desenvolvimento Econômico", tem Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio", respondeu Dilma a Aécio sobre o Porto de Mariel, em Cuba.
Aécio, o "Minha Casa, Minha Vida" é o maior programa habitacional já feito no Brasil. O Sr. tem feito algumas críticas ao programa!
Aécio, vocês falaram o tempo todo em diminuir o papel dos bancos públicos, que subsidiam o MCMV (Minha Casa, Minha Vida), agora dizem que vão manter o programa?"
Aécio pergunta sobre a inflação:
"Vocês deixaram o Banco do Brasil com uma grande dívida. Nós, não. Vocês quebraram a Caixa Econômica e o BNDES. Quanto à inflação, é meu compromisso combatê-la. Sempre nos mantivemos no limite da meta. Quem não se mantinha era o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Vocês chegaram a aumentar imposto e deixar uma dívida pública maior do que vocês pegaram.
Enfrentamos a crise sem que a diminuição do salário caísse na conta do trabalhador.
Candidato, vocês quebraram os bancos públicos.
Agora, vocês vêm com essa conversa de que "vai fazer política social".
A prática fala mais que palavras vazias
Mantivemos emprego e aumentamos salários".
Candidato, eu sempre gosto de perguntar a respeito do Pronatec. Sabe por quê? Porque o Pronatec resolve várias questões sociais.
Vocês (PSDB) proibiram a construção de escolas técnicas, por isso lhe pergunto: você manterá o Pronatec?
Candidato, o Sr. não respondeu. Nós fizemos 422 escolas técnicas, enquanto vocês só fizeram 11 em 8 anos. Só o meu nº [no meu governo] é 1600% a mais do que o de vocês"
COMPLEMENTAÇÃO 1:
Dilma passou pelo teste da Globo
Por Renato Rovai, em seu blog:
"O debate da Globo tem características diferentes dos de outras TV e portais. Ele conta com a presença dos chamados indecisos. Esses eleitores fazem perguntas mais programáticas, mas ao mesmo tempo quebram um pouco o ritmo do enfrentamento entre os candidatos. Até por isso, o debate da Globo foi menos eletrizante que os anteriores. E isso favoreceu a presidenta Dilma.
O primeiro bloco foi o mais quente. Como já era esperado, Aécio Neves foi para cima de Dilma usando a capa da "Veja" logo de cara. Dilma se saiu de forma tranquila, mas muito firme. Disse que vai processar a revista e deixou claro que se tratava de uma tentativa de golpe eleitoral.
Nos outros blocos, o ritmo de ataques diminuiu. E o debate ficou mais tranquilo e programático. De qualquer forma, ainda houve tempo para Aécio trazer à baila o mensalão e perguntar a Dilma o que ela achava do fato de Zé Dirceu estar preso.
E deu tempo também de Dilma perguntar se houve falta de planejamento no caso da falta de água de São Paulo, já que no Nordeste também não chove , mas não falta água. E aí veio a melhor tirada da noite. Dilma citou o humorista José Simão e disse que, do jeito que a coisa estava indo, os tucanos iriam lançar o plano "Meu Banho, Minha Vida".
Não houve grandes vencedores no debate da noite [de ontem]. Mas eu diria que Dilma pode até ter ganhado por pontos. E que, como já estava em vantagem, esse resultado foi excelente para ela
Hoje, em várias cidades brasileiras, a militância petista foi às ruas de vermelho e criou um clima de vitória. Quando essa onda se forma, é muito difícil revertê-la. Se Aécio começou com pequena vantagem no segundo turno, Dilma passa pelo debate da "Globo" como a grande favorita.
É claro que, numa eleição dessas, é de alto risco fazer previsões, mas este blogueiro cravaria todas suas parcas economias na vitória de Dilma no domingo.
Dilma deve ser reeleita presidenta da República, ganhando de toda a mídia, do PSDB, de Marina, da família Campos, de parte do PMDB e de toda a direita [nacional e internacional] truculenta.
Não é pouca coisa.
Dilma deve ganhar de todos eles e com o apoio do PSoL e de quase todos os movimentos sociais brasileiros sérios.
Também não é pouca coisa".
FONTE da complementação 1: escrito por Renato Rovai, em seu blog. Transcrito no "Blog do Miro" (http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/10/dilma-passou-pelo-teste-da-globo.html).
COMPLEMENTAÇÃO 2:
Dilma detona criminosos da Veja
FONTE da complementação 2: Postado no Blog no "Blog do Miro (http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/10/dilma-detona-criminosos-da-veja.html).
COMPLEMENTAÇÃO 3:
DILMA NOCAUTEOU AÉCIO JÁ NO PRIMEIRO ASSALTO
COMPLEMENTAÇÃO 3:
DILMA NOCAUTEOU AÉCIO JÁ NO PRIMEIRO ASSALTO
Do "Brasil 247"
"O jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do "247" em Brasília, afirma que o debate da Globo terminou já na primeira pergunta, quando Aécio Neves tentou usar a última edição da "Veja" para colocar Dilma Rousseff contra a parede. “A presidente deu uma resposta à altura, desqualificando uma denúncia que nem seu autor — nem a revista que a publicou — conseguem sustentar com base em provas. Foi uma colocação firme, sem piscar. Quanto ao tucano, sua queda era previsível já que chegou ao 2° turno “sem uma perna”. Empurrado para um canto conservador, debateu-se em contradições insolúveis. As intervenções de Armínio Fraga como candidato a ministro da Fazenda trouxeram mais danos do que benefícios à candidatura.
Em uma luta em que precisava de apenas um empate, a presidente Dilma Rousseff saiu vitoriosa e seu adversário nocauteado já no primeiro assalto. É o que afirma o jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do "247" em Brasília, em análise sobre o debate da noite de sexta-feira na Rede Globo.
O debate de ontem terminou na primeira pergunta. Aécio Neves tentou usar a última edição da VEJA para colocar Dilma contra a parede. A presidente deu uma resposta à altura, desqualificando uma denúncia que nem seu autor — nem a revista que a publicou — conseguem sustentar com base em provas. Foi uma colocação firme, sem piscar.
O debate terminou aí porque, como se sabe, o último debate de uma campanha envolve uma questão essencial. Quem está na liderança das pesquisas joga na defesa e pode ganhar, mesmo que empatar. Quem está atrás precisa tentar virar o jogo de qualquer maneira, mas isso só se consegue quando o interlocutor oferece brechas e oportunidades.
Num confronto que tem algo de uma luta de boxe, é preciso encaixar golpes no rival — uma forma de mostrar ao juri de eleitores, indecisos e pouco firmes, que ele tem pontos fracos que precisam ser levados em consideração. Mas a presidente atuou como se estivesse protegida por uma couraça. Quando a primeira revista não deu certo, Aécio falou de uma reportagem da "Istoé".
Leia o artigo “Dilma ganhou de pouco, venceu de muito” na íntegra.
DILMA GANHOU DE POUCO, VENCEU DE MUITO
Por Paulo Moreira Leite
No último debate, a presidente precisava apenas empatar, mas mostrou mais consistência do que adversário.
O debate de ontem terminou na primeira pergunta. Aécio Neves tentou usar a última edição da VEJA para colocar Dilma contra a parede. A presidente deu uma resposta à altura, desqualificando uma denúncia que nem seu autor — nem a revista que a publicou — conseguem sustentar com base em provas. Foi uma colocação firme, sem piscar.
O debate terminou aí porque, como se sabe, o último debate de uma campanha envolve uma questão essencial. Quem está na liderança das pesquisas joga na defesa e pode ganhar mesmo que empatar. Quem está atrás precisa tentar virar o jogo de qualquer maneira, mas isso só se consegue quando o interlocutor oferece brechas e oportunidades.
Num confronto que tem algo de uma luta de boxe, é preciso encaixar golpes no rival — uma forma de mostrar ao juri de eleitores, indecisos e pouco firmes, que ele tem pontos fracos que precisam ser levados em consideração. Mas a presidente atuou como se estivesse protegida por uma couraça. Quando a primeira revista não deu certo, Aécio falou de uma reportagem da "Istoé".
Entre o 5 de outubro, dia do 1 de turno, e o debate de ontem, o eleitorado brasileiro assistiu a uma outra campanha. Durante um ano inteiro, o discurso da oposição — qualquer que fosse seu candidato — colheu o benefício da postura dos principais meios de comunicação contra o governo. Tratados como questões prioritárias da eleição, temas como inflação, baixo crescimento, incompetência administrativa, Petrobras, dominaram a agenda da primeira fase, graças também a um auxílio numérico, também. Em cada confronto presidencial, ocorria um conflito de 6 contra 1, sem alívio para a presidente.
No segundo turno, o debate teve outro horizonte.
Graças ao horário político, o domínio dos meios de comunicação foi amenizado. As redes sociais também mostraram seu alcance e sua garra. Tudo isso permitiu a Dilma defender os pontos de vista do governo, ajudando sua campanha a reencontrar a base de apoio que vinha construindo aos trancos e barrancos desde a posse. Para dois terços do eleitorado, a inflação ficará como está ou pode cair. O desemprego pode diminuir ou ficar na mesma proporção. Para 44%, o crescimento pode melhorar.
Ao derrotar Marina Silva no plano das ideias e dos argumentos, num jogo que foi bruto de parte à parte, Dilma não venceu apenas uma candidatura. Também derrotou uma visão política, a noção de que o mercado tem as melhores e mais eficientes respostas para um país como o nosso. Fazendo uma campanha muito mais à esquerda do que seu governo, a presidente mostrou realizações. Voltou ao discurso 'pobre x rico' que está na origem do PT — e de toda organização política nascida pelo reconhecimento da existência de uma luta de classes nas sociedades contemporâneas.
O reconhecimento dos dramas, mas também dos benefícios do presente, permitiu ao eleitorado recordar o “passado”, aquela parte da história do país com a qual os herdeiros de 500 anos de governo têm uma compreensível dificuldade para conviver e explicar. Com uma visão basicamente idêntica, que lhe permitiu diversas ações combinadas de auxílio-mútuo, Aécio ultrapassou Marina — mas já estava sem uma perna quando chegou ao segundo turno e precisava enfrentar um debate cara a cara. Não por acaso, perdeu todos os confrontos, inclusive aquele em que foi o mais agressivo. Empurrado para um canto conservador, debateu-se em contradições insolúveis. As intervenções de Armínio Fraga como candidato a ministro da Fazenda trouxeram mais danos do que benefícios a candidatura, em especial depois de uma derrota amarga num debate — assistido por todos os entendidos — para Guido Mantega.
Aécio tentou, ontem, usar a AP 470 contra o governo — missão difícil para quem não oferece respostas convincentes para o mensalão PSDB-MG, que o eleitor hoje conhece e condena até com mais vigor, pois não levou a uma única punição. Denunciou o porto de Mariel, em Cuba, um negócio que é difícil de condenar do ponto de vista comercial — mas serve para explorar o anticomunismo primitivo de fatias conservadoras do eleitorado, apenas".
FONTE da complementação 3: do "Brasil 247" (http://paulomoreiraleite.com/2014/10/25/dilma-ganhou-de-pouco-venceu-de-muito/).
Por Paulo Moreira Leite
No último debate, a presidente precisava apenas empatar, mas mostrou mais consistência do que adversário.
O debate de ontem terminou na primeira pergunta. Aécio Neves tentou usar a última edição da VEJA para colocar Dilma contra a parede. A presidente deu uma resposta à altura, desqualificando uma denúncia que nem seu autor — nem a revista que a publicou — conseguem sustentar com base em provas. Foi uma colocação firme, sem piscar.
O debate terminou aí porque, como se sabe, o último debate de uma campanha envolve uma questão essencial. Quem está na liderança das pesquisas joga na defesa e pode ganhar mesmo que empatar. Quem está atrás precisa tentar virar o jogo de qualquer maneira, mas isso só se consegue quando o interlocutor oferece brechas e oportunidades.
Num confronto que tem algo de uma luta de boxe, é preciso encaixar golpes no rival — uma forma de mostrar ao juri de eleitores, indecisos e pouco firmes, que ele tem pontos fracos que precisam ser levados em consideração. Mas a presidente atuou como se estivesse protegida por uma couraça. Quando a primeira revista não deu certo, Aécio falou de uma reportagem da "Istoé".
Entre o 5 de outubro, dia do 1 de turno, e o debate de ontem, o eleitorado brasileiro assistiu a uma outra campanha. Durante um ano inteiro, o discurso da oposição — qualquer que fosse seu candidato — colheu o benefício da postura dos principais meios de comunicação contra o governo. Tratados como questões prioritárias da eleição, temas como inflação, baixo crescimento, incompetência administrativa, Petrobras, dominaram a agenda da primeira fase, graças também a um auxílio numérico, também. Em cada confronto presidencial, ocorria um conflito de 6 contra 1, sem alívio para a presidente.
No segundo turno, o debate teve outro horizonte.
Graças ao horário político, o domínio dos meios de comunicação foi amenizado. As redes sociais também mostraram seu alcance e sua garra. Tudo isso permitiu a Dilma defender os pontos de vista do governo, ajudando sua campanha a reencontrar a base de apoio que vinha construindo aos trancos e barrancos desde a posse. Para dois terços do eleitorado, a inflação ficará como está ou pode cair. O desemprego pode diminuir ou ficar na mesma proporção. Para 44%, o crescimento pode melhorar.
Ao derrotar Marina Silva no plano das ideias e dos argumentos, num jogo que foi bruto de parte à parte, Dilma não venceu apenas uma candidatura. Também derrotou uma visão política, a noção de que o mercado tem as melhores e mais eficientes respostas para um país como o nosso. Fazendo uma campanha muito mais à esquerda do que seu governo, a presidente mostrou realizações. Voltou ao discurso 'pobre x rico' que está na origem do PT — e de toda organização política nascida pelo reconhecimento da existência de uma luta de classes nas sociedades contemporâneas.
O reconhecimento dos dramas, mas também dos benefícios do presente, permitiu ao eleitorado recordar o “passado”, aquela parte da história do país com a qual os herdeiros de 500 anos de governo têm uma compreensível dificuldade para conviver e explicar. Com uma visão basicamente idêntica, que lhe permitiu diversas ações combinadas de auxílio-mútuo, Aécio ultrapassou Marina — mas já estava sem uma perna quando chegou ao segundo turno e precisava enfrentar um debate cara a cara. Não por acaso, perdeu todos os confrontos, inclusive aquele em que foi o mais agressivo. Empurrado para um canto conservador, debateu-se em contradições insolúveis. As intervenções de Armínio Fraga como candidato a ministro da Fazenda trouxeram mais danos do que benefícios a candidatura, em especial depois de uma derrota amarga num debate — assistido por todos os entendidos — para Guido Mantega.
Aécio tentou, ontem, usar a AP 470 contra o governo — missão difícil para quem não oferece respostas convincentes para o mensalão PSDB-MG, que o eleitor hoje conhece e condena até com mais vigor, pois não levou a uma única punição. Denunciou o porto de Mariel, em Cuba, um negócio que é difícil de condenar do ponto de vista comercial — mas serve para explorar o anticomunismo primitivo de fatias conservadoras do eleitorado, apenas".
FONTE da complementação 3: do "Brasil 247" (http://paulomoreiraleite.com/2014/10/25/dilma-ganhou-de-pouco-venceu-de-muito/).
Nenhum comentário:
Postar um comentário