Retorno aos valores históricos
Por Claudio Lembo, advogado, professor e ex-governador (DEM) de São Paulo
"Com a proclamação dos resultados do segundo turno da eleição presidencial, declarada a vitória da Presidenta Dilma Rousseff, o Brasil profundo explodiu nos pronunciamento da candidata vitoriosa e de seu adversário.
Todos caminharam para uma vereda única: a conciliação e a união entre todos os brasileiros. É assim que, no decorrer de nossa História, terminaram as grandes contendas.
Tolo quem afirmou, no sabor da campanha, que haveria uma divisão entre regiões do País. A unidade nacional é amalgamada por um fator fundamental: a língua comum.
Podem surgir momentos de adversidade. Esses são meramente transitórios. Hoje, com as ligações entre unidades federadas, as imigrações internas romperam qualquer possibilidade de antagonismos.
Por Claudio Lembo, advogado, professor e ex-governador (DEM) de São Paulo
"Com a proclamação dos resultados do segundo turno da eleição presidencial, declarada a vitória da Presidenta Dilma Rousseff, o Brasil profundo explodiu nos pronunciamento da candidata vitoriosa e de seu adversário.
Todos caminharam para uma vereda única: a conciliação e a união entre todos os brasileiros. É assim que, no decorrer de nossa História, terminaram as grandes contendas.
Tolo quem afirmou, no sabor da campanha, que haveria uma divisão entre regiões do País. A unidade nacional é amalgamada por um fator fundamental: a língua comum.
Podem surgir momentos de adversidade. Esses são meramente transitórios. Hoje, com as ligações entre unidades federadas, as imigrações internas romperam qualquer possibilidade de antagonismos.
Os brasileiros esparramaram-se entre todos os Estados sem preocupação com a naturalidade de cada um. Errou, portanto, de maneira inequívoca quem pregou regionalismo. Coisas do passado.
O importante, após a vitória da presidente Dilma, é examinar seu discurso de agradecimento. Ficou claro que o tema primordial dos primeiros anos do futuro mandato será a reforma política.
Aqui o grande desafio. Uma reforma política exige cuidado no arrolamento de novos institutos ou mudança dos atuais. Há, à primeira vista, consenso em alguns temas.
Por exemplo, no cenário partidário, a maioria defende a proibição do financiamento empresarial. As empreiteiras, bancos e congêneres, hoje, participam ativamente dos gastos das campanhas.
O importante, após a vitória da presidente Dilma, é examinar seu discurso de agradecimento. Ficou claro que o tema primordial dos primeiros anos do futuro mandato será a reforma política.
Aqui o grande desafio. Uma reforma política exige cuidado no arrolamento de novos institutos ou mudança dos atuais. Há, à primeira vista, consenso em alguns temas.
Por exemplo, no cenário partidário, a maioria defende a proibição do financiamento empresarial. As empreiteiras, bancos e congêneres, hoje, participam ativamente dos gastos das campanhas.
É claro que esse fato tem um custo. O tráfego de influência após a vitória eleitoral dos eleitos. Quem concedeu financiamento cobra. Ai começa a corrupção endêmica na vida administrativa do Estado.
Há outro assunto que chega próximo da unanimidade. Trata-se do fim das coligações nas eleições proporcionais. Realmente, essas coligações levam a uma promiscuidade interpartidária.
Há outro assunto que chega próximo da unanimidade. Trata-se do fim das coligações nas eleições proporcionais. Realmente, essas coligações levam a uma promiscuidade interpartidária.
Confundem o eleitor e produzem resultados eleitorais deformados, além de conduzir a graves erros doutrinários. O fim das coligações, nesse campo, será salutar.
Sobra ainda a facilidade com que se estruturam partidos políticos. Não pode permanecer o atual cenário. Trinta e duas agremiações formam um cipoal de posições.
O espectro de idéias políticas não é tão intenso. As linhas do pensamento doutrinário são resumidas. A grosso modo, existem três posições clássicas: à direita, o centro e a esquerda.
O mais é pura encenação sem qualquer respaldo no pensamento político consolidado no Ocidente. Pode ser mera exposição de personalismos. Ou o que é pior, a busca de fonte de renda.
Começou bem a presidente Dilma em apontar para reforma política e foi melhor ainda quando apontou para o diálogo entre os vários segmentos que compõe a sociedade.
Pareceu um exercício de humildade a presidenta propor um futuro reencontro com todas os segmentos da sociedade. O mero monólogo não é oportuno nas democracias.
Espera-se que a oposição saiba responder ao aceno de paz da vitoriosa. Assim, a sociedade continuará preservando seu valor mais importante: a tolerância e a cordialidade.
O Brasil mostrou – ainda uma vez – maturidade em pleitos eleitorais. Uma tradição que nasceu no longínquo 1532 na Vila de São Vicente."
FONTE: escrito por Claudio Lembo, advogado, professor e ex-governador [pelo DEM] de São Paulo. Artigo publicado no portal "Terra Magazine" (http://terramagazine.terra.com.br/blogdoclaudiolembo/blog/2014/10/27/retorno-aos-valores-historicos/).
Sobra ainda a facilidade com que se estruturam partidos políticos. Não pode permanecer o atual cenário. Trinta e duas agremiações formam um cipoal de posições.
O espectro de idéias políticas não é tão intenso. As linhas do pensamento doutrinário são resumidas. A grosso modo, existem três posições clássicas: à direita, o centro e a esquerda.
O mais é pura encenação sem qualquer respaldo no pensamento político consolidado no Ocidente. Pode ser mera exposição de personalismos. Ou o que é pior, a busca de fonte de renda.
Começou bem a presidente Dilma em apontar para reforma política e foi melhor ainda quando apontou para o diálogo entre os vários segmentos que compõe a sociedade.
Pareceu um exercício de humildade a presidenta propor um futuro reencontro com todas os segmentos da sociedade. O mero monólogo não é oportuno nas democracias.
Espera-se que a oposição saiba responder ao aceno de paz da vitoriosa. Assim, a sociedade continuará preservando seu valor mais importante: a tolerância e a cordialidade.
O Brasil mostrou – ainda uma vez – maturidade em pleitos eleitorais. Uma tradição que nasceu no longínquo 1532 na Vila de São Vicente."
FONTE: escrito por Claudio Lembo, advogado, professor e ex-governador [pelo DEM] de São Paulo. Artigo publicado no portal "Terra Magazine" (http://terramagazine.terra.com.br/blogdoclaudiolembo/blog/2014/10/27/retorno-aos-valores-historicos/).
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