terça-feira, 6 de maio de 2008

DEPUTADO GABEIRA QUER APOSENTADORIA SEM PROVAS DE QUE TRABALHOU

Eu não tenho como demonstrar que trabalhei

Gabeira criticou a Comissão de Anistia, no mês passado, quando foram concedidas indenizações de até R$ 1 milhão a jornalistas como Ziraldo.

Disse considerar que "as indenizações deveriam ser restritas a casos graves que não foram reparados
".

O jornal Folha de São Paulo de hoje, em texto de Mônica Bergamo, traz essa curiosa e cômica notícia. Não sei se é para rir ou para chorar. Transcrevo uma parte.

GABEIRA PEDE QUE EXÍLIO CONTE PARA APOSENTAR

Comissão julgará se tempo em que ele passou fora do país na ditadura vale para pagamento de pensão.

A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça vai julgar, amanhã, um pedido do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) para que a União considere o tempo em que foi exilado, na época da ditadura Militar, para efeito de aposentadoria.

Gabeira, que participou do seqüestro do embaixador americano Charles Elbrick, em 1969, viveu nove anos fora do país, de 1971 a 1979. Na Suécia, trabalhou [diz] como maquinista de metrô e como jornalista numa rádio sueca. Ele alega não poder confirmar o tempo trabalhado na época da ditadura para poder se aposentar.

O pedido já causa polêmica. Há um mês, o prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), disse em seu ex-blog: "Imagine se todos os exilados, presos, que ficaram na clandestinidade, pedissem essa contagem? Quem pagaria, se não os cofres do Tesouro, aliás, da Previdência Social?"

Gabeira criticou a Comissão de Anistia, no mês passado, quando foram concedidas indenizações de até R$ 1 milhão a jornalistas como Ziraldo. Disse considerar que "as indenizações deveriam ser restritas a casos graves que não foram reparados".

Ontem, ele reagiu com surpresa ao ser informado pela Folha de que seu pleito será julgado amanhã. "Colocaram isso [em pauta] para me embaraçar."

“FOLHA - Quando foi feito o pedido?

GABEIRA - Em 2003. Eu estava saindo do governo, do PT, e não sabia o que viria pela frente. Poderia enfrentar dificuldades e, numa situação de emergência, pensei que poderia recorrer a uma aposentadoria. Por isso entrei com esse pedido.

FOLHA - O senhor criticou a Comissão quando ela concedeu anistia a outras pessoas.

GABEIRA - Eu critiquei porque... O meu caso, não acho que tenha sido fora do comum. Eu não tenho como demonstrar que trabalhei. Se me disserem sim, vou ter apenas um tempo contado para a aposentadoria. Não vou receber indenização. Era um pedido tão banal! E só tenho resposta em 2008?”

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