O blog “por1novobrasil” (ver coluna “recomendamos” à direita) publicou hoje um oportuno texto sobre o escândalo do vazamento de dados da Presidência da República para a revista Veja e a Folha de São Paulo.
Alguns integrantes do “grupo” que perpetrou esse provável crime já foram identificados: o senador Álvaro Dias (PSDB), seu assessor André Fernandes e o amigo desse assessor, José Aparecido Nunes Pires, empregado da Secretária de Controle Interno da Casa Civil. A Polícia Federal continua investigando o caso.
Este blog já abordou esse assunto na postagem de 8 de maio de título “O estranho e retocado 'dossiê' FHC”. Sugiro lê-lo para melhor aproveitar o claro texto de Jussara Seixas apresentado a seguir:
“Como se abafa um escândalo, criando um escândalo maior. Transformando algo que é não escândalo em um grande escândalo.
A criação de um banco de dados dos gastos dos cartões corporativos e das contas tipo B dos anos do ex-governo de FHC foi transformada em grande escândalo.
Esse grande escândalo, criado pela oposição que fazia parte do ex-governo FHC e pela mídia, só tem um objetivo: esconder os gastos indevidos, os gastos exóticos do ex-governo de FHC.
O que o povo precisa entender é que os gastos foram feitos, há as notas fiscais, há os comprovantes dos cartões de créditos, há os comprovantes dos saques bancários em dinheiro. Esses gastos não foram inventados para comprometer o ex-governo FHC, esses gastos são reais, foram feitos.
O que interessa de fato nessa história toda é se houve mau uso do dinheiro público nessa gastança do ex-governo de FHC. Se houve, quem se beneficiou particularmente, indevidamente, com o dinheiro público?
Isso está sendo feito no governo Lula. Ministros que usaram indevidamente o cartão corporativo estão tendo que se explicar, perderam o cargo, e o principal, estão devolvendo o dinheiro aos cofres públicos.
Mas o PSDB/DEM, que fizeram parte do ex-governo FHC, não querem isso, não querem nem se explicar e, muito menos, devolver aos cofres públicos os gastos indevidos com o dinheiro público.
Que eles façam isso; que eles criem um factóide para abafar esses gastos indevidos, para que esses gastos não sejam de conhecimento público, eu até entendo, eles sempre jogaram a sujeira para debaixo do tapete.
O pior nisso é a mídia fazer parte dessa celeuma, como se os seus leitores fossem todos uns otários. A oposição foi quem criou a CPI dos cartões corporativos, a oposição, vamos falar a verdade, de muita má vontade aceitou que as investigações dos gastos fossem feitas desde os tempos do ex-governo de FHC.
Como investigar esses gastos sem que se tenha acesso a esses gastos, sem que se tenha acesso aos documentos que comprovam esses gastos, sem que se façam planilhas desses gastos?
A mídia está transformando esse banco de dados, que foi feito para que a CPI tivesse como investigar e tenha como checar se esses gastos foram indevidos ou não, no grande crime.
A ministra Dilma havia avisado ao Senado que estava criando esse banco de dados, tanto para facilitar o trabalho do TCU, como para fornecer dados para a CPI.
Nessa celeuma toda, o grande crime foi os dados terem vazado para a mídia.
Errou o funcionário da Casa Civil em repassar essa planilha para o assessor do senador Álvaro Dias. Ele deve explicações e deve sofrer as punições por esse ato falho. Mas crime cometeu o senador Álvaro Dias, que repassou para mídia esses documentos.
O senador Álvaro Dias disse ao jornalista Noblat, e o jornalista publicou em seu blog, que ele, Álvaro Dias, vazou esses documentos para a mídia, para a Veja e Folha de São Paulo, ou seja, o senador Álvaro Dias tornou público documentos do governo sem nenhum critério, sem ter autoridade para tal.
O que o senador Álvaro Dias tem que explicar é: ele agiu só, ou o PSDB/DEM, FHC e a mídia participaram dessa presepada? Por que ele vazou esses documentos para a mídia? Qual era a intenção, o objetivo dele com esse vazamento? Por que ele está tramando para derrubar a ministra Dilma, uma ministra de Estado? E, por fim, qual foi a contribuição dele para melhorar o país, a vida do povo com essa atitude?
A mídia não vai fazer essas perguntas, a mídia protege a oposição como fiel cão de guarda. A mídia prefere falar de tapioca, do e-mail do servidor da Casa Civil.
Cabe à PF, aos senadores e deputados do PT fazê-lo, o povo quer saber, o povo tem o direito de saber.”
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