Ontem, 30 de maio, postei o artigo “Propina a Tucanos”, onde relatei o raro fato de o jornal "O Estado de São Paulo" publicar texto contra o PSDB!
Estranhei a publicação e expressei, buscando uma explicação: “Isso é uma raridade na nossa grande imprensa. Será, novamente, que buscam o "efeito vacina" (dose pequena e suave), como a tática já utilizada no caso dos cartões corporativos, os quais, na realidade, são muito mais utilizados e fraudados no governo tucano de Serra?”
Hoje, o blog do Favre mencionou a tentativa da Folha de São Paulo de esconder os fatos imorais da administração tucana. Escreveu Luis Favre:
“Três tucanos e um propinódromo”
“Enquanto a Folha SP procura tratar o caso Alstom como uma disputa política PT-PSDB (depois de tentar jogar o caso no colo do PT), o jornal O Estado de São Paulo continua desvendando os meandros da corrupção que paira sobre os contratos da Alstom com o governo de São Paulo.
Depois do “furo” sobre o pagamento de propina a tucanos, o Estadão informa que o montante de algumas das comissões era de 15% sobre o valor total dos contratos. O jornal mostra por quais mecanismos a propina era transferida.
Segundo O Estado de SP, três tucanos estariam entre os suspeitos, e os três são de alta plumagem. Um, ex-genro de FHC; um outro, braço direito de Kassab, Serra e Alckmin; e o terceiro, o atual titular da Secretaría Estadual de Transportes.
Tudo durante o governo Covas-Alckmin. Estando, assim, o centro da tucanagem sob suspeita e a investigação rolando, não surpreende o pouco caso que o conjunto da mídia dá ao escandalo.”
NOVO BLOG ESPECÍFICO ALSTOM x PSDB
Desejo agora ressaltar que o blog “Por um novo Brasil”, de Jussara Seixas (ver “recomendamos” na lista à direita), criou ontem um pertinente e oportuno blog específico para esse escândalo.
É uma ótima iniciativa para a melhor informação ao público, pois, como já era de se esperar, a fraude não recebe a mesma cobertura que a mídia dedica a outros casos sem importância, como a CPI da Mandioca. O texto do blog “Por um novo Brasil”, que comunica a abertura do novo blog específico para o caso, foi:
“Amigos e leitores,
“Como o caso Alstom e os tucanos promete ser longo, cheio de novidades das investigações, nacional e internacional, criei um blog só para o assunto Alstom e os tucanos. Lá serão publicadas as notícias sobre o desenrolar das investigações. Quem é quem no caso Alstom, quem recebeu propina, quem pagou, e como tudo começou. O endereço é: "http://tucanoalstom.blogspot.com/”
P.S.- CORREÇÃO: posteriormente, devido a bloqueios no blog acima, o "Por um novo Brasil" informou o endereço alternativo para o "Caso Alstom e os Tucanos": http://casoalstomeostucanos.zip.net/. Em 03/06, comunicou a reabertura definitiva do original http://tucanoalstom.blogspot.com/.
Hoje, fui no endereço acima indicado e ele está encabeçado com a seguinte postagem:
“BOMBA!!! GENRO DE FHC, envolvido nos negócios da Alstom
“No período de negociação e da assinatura dos contratos de consultoria estiveram à frente da Secretaria de Energia de São Paulo - que comandava a Eletropaulo - o então genro do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, David Zylbersztajn (deixou o cargo em janeiro de 1998, ao assumir a direção geral da Agência Nacional de Petróleo), o atual secretário de Coordenação das Subprefeituras da cidade de São Paulo, Andrea Matarazzo, que ocupou a secretaria por alguns meses, e o atual secretário estadual dos Transportes, Mauro Arce.
Um ex-funcionário do setor de finanças da Alstom brasileira disse ao Estado, com a condição de que sua identidade não fosse revelada, que alguns fornecedores emitiam notas fiscais com valores alterados e/ou produtos e serviços nunca entregues ou executados. Segundo o funcionário, o valor da propina entrava no custo total do projeto, deixando a verba diluída com o custo de fornecimento de materiais, produtos e serviços.
De todas as offshores identificadas, a que mais depósitos teria recebido é a MCA Uruguay Ltda, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas e contas em um banco na Suíça e outro em Luxemburgo: 21,8 milhões de francos franceses, ou R$ 8,7 milhões.
A MCA era administrada pelo brasileiro Romeu Pinto Junior. A empresa também aparece em operações relacionadas ao caso Banestado, investigação que identificou milhares de remessas ilegais de brasileiros para o exterior por intermédio de doleiros.
A documentação apreendida pelas autoridades suíças aponta que também integrariam o esquema a Taltos Ltda, sediada nas Ilhas Virgens Britânicas e administrada José Geraldo Villas Boas, que entre 1975 e 1977 presidiu a Associação dos Engenheiros das Companhias Energéticas no Estado de São Paulo (Aecesp). Por intermédio da Taltos, teriam sido depositados pela Alstom no exterior 7,6 milhões de francos franceses, equivalentes a R$ 3 milhões atualmente.
Também foram identificadas as offshores Splendore y Associados, com escritório fantasma que teria sede em São Paulo, mas não consta na Junta Comercial, e a Andros Management, sediada nas Bahamas. As duas eram administradas por franco-brasileiros. A Splendore seria do banqueiro aposentado Jean Marie Lannelongue.
O esquema envolvia ainda outras duas offshores - Janus Holding e a "Compania de Asesores de Energia S.A".Há registro de um caso em que as comissões teriam sido pagas no Brasil, diretamente à empresa de consultoria. Trata-se da construtora Acqua Lux Engenharia e Empreendimentos Ltda, localizada na pequena cidade de Monteiro Lobato, de 3,7 mil habitantes, na região de São José dos Campos.
PROPINAS AOS TUCANOS
Seis empresas offshore, duas das quais controladas por brasileiros, teriam sido utilizadas pela multinacional francesa Alstom para repassar propinas a autoridades e políticos TUCANOS entre 1998 e 2001. Os pagamentos seriam feitos com base em trabalhos de consultoria de fachada.
34 MILHÕES
Documentos enviados ao Brasil pelo Ministério Público da Suíça, que chegaram ontem ao Ministério da Justiça, revelam que, nesse período, o dinheiro com origem e contabilidade suspeitas soma pelo menos 34 milhões de francos franceses. O valor atualizado das "comissões" supostamente pagas pela Alstom em troca da assinatura de contratos em São Paulo chegaria a aproximadamente R$ 13,5 milhões.
Offshores são empresas constituídas em paraísos fiscais, onde gozam de privilégios tributários e proteção por regras de sigilo que dificultam as investigações.
GRATIFICAÇÕES ILÍCITAS AO GOVERNO COVAS
Os investigadores suíços tratam esses recursos como "gratificações ilícitas" por estarem atrelados a contratos de consultoria que, pelo cruzamento de informações, foram avaliados como trabalhos fictícios.
As "comissões", segundo os documentos suíços, foram formalizadas por intermédio dos contratos de consultoria de abril a outubro de 1998 - governo Mário Covas -, quando a Alstom T&D (Transmission and Distribution) e a Eletropaulo discutiam um contrato aditivo à obra de reforma e expansão do Metrô de São Paulo. Parte dos repasses era realizada pela empresa Cegelec, também pertencente ao grupo Alstom.
http://www.blogdoonipresente.blogspot.com/”
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