quinta-feira, 10 de junho de 2010

LEMBRANÇAS DE ELEIÇÕES

“Vitória com Dutra

Não me lembro de nada da campanha eleitoral do marechal Eurico Gaspar Dutra, que só se elegeu com apoio de Getúlio Vargas porque o outro candidato, da UDN, brigadeiro Eduardo Gomes, atraía a elite do País, com o slogan: "É bonito e é solteiro". Só recordo que um casal de compadres nossos, monsenhor Olavo Passos e sua irmã, dona Honorina, em cujo colégio estudei, eram udenistas rubros. Logo após a eleição, vieram nos visitar, e ela, quando minha mãe indagou como ia, respondeu, rispidamente: "Estou acabando de engolir a pílula amarga da eleição do Dutra".

Getúlio voltou

No internato, não pude acompanhar a campanha de Getúlio Vargas de retorno ao poder. O clero fazia muxoxo com seu companheiro de chapa, Café Filho, por ter sido comunista. Ele terminou engajando-se na conspirata pela derrubada do presidente, cujo lugar cobiçava e no qual pretendeu dar o golpe contra a candidatura de Juscelino Kubitschek.

JK

Já taludo, redator de jornais estudantis, torci pela vitória de Juscelino Kubitschek, sem entender bem o contragolpe, desfechado pelo marechal Henrique Lott para evitar a implantação da ditadura militar que veio apenas em 1964.
Sem simpatias

Claro que não podia dar meu voto a Jânio Quadros, cujo histrionismo direitista não me empolgava, da mesma maneira que não me deixei seduzir por Fernando Collor de Mello, o caçador de marajás. Não me pesa na consciência haver sufragado, uma vez sequer, Fernando Henrique Cardoso, que nunca foi santo de minha igreja.

Dilma e Serra

Agora, felizmente, o quadro é mais fácil. Não custa nada optar entre Dilma Rousseff, que lutou contra a ditadura e permanece fiel aos ideais da juventude, e José Serra, representante hoje em dia do conservadorismo mais extremado de S. Paulo. Para agradar à direita, ele investiu furiosamente contra o presidente da Bolívia, Morales, por não ser um serviçal do governo de Washington.

Tudo mudou

Antigamente, a campanha eleitoral era feita de comícios, de grandes concentrações populares, o que hoje praticamente acabou. Ninguém quer sair à noite para ouvir oradores políticos, com receio do roubo de seus automóveis e de sequestro. A campanha se passa basicamente na cobertura dos candidatos pelos meios de comunicação, em sua maioria, parcialmente engajados a favor de José Serra. Quem quer saber da verdade, consulta blogs de gente respeitável, a serviço das melhores causas.”

FONTE: escrito por Lustosa da Costa e publicado em sua coluna no Diário do Nordeste [título colocado por este blog].

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