“Enquanto a equipe do Brasil se preparava para estrear na Copa, terça-feira, diante da Coréia do Norte, a não sei quantos mil quilômetros dali um fato insólito acontecia no Senado dos EUA. O general David Petraeus (57 anos), comandante-geral das forças norte-americanas no Iraque e no Afeganistão desmaiava durante explicações que dava diante da Comissão das Forças Armadas.
Petraeus ouvia o senador John McCain expor as dificuldades do esforço de guerra no Afeganistão e os riscos de uma possível derrota militar quando sua cabeça tombou sobre a mesa. Foi aquele corre-corre. Instantes depois ele se recuperou e foi levado meio trôpego para o atendimento médico.
Voltou meia hora depois, aparentemente recuperado, e declarou que foi apenas uma rápida desidratação.
Pode ser, como pode ser também que o general, cuja farda não tem mais espaço para tantas condecorações, esteja sofrendo do estresse que ataca qualquer soldado em uma guerra, sobretudo quando se sabe que o inimigo está ganhando terreno.
O general falou em progressos na luta contra o Talibã, mas as informações que chegam da frente de batalha não conferem. A insurgência talibã está cada vez mais confiante e, contando com o apoio da população civil do Afeganistão, está avançando e ocupando cidades e vilas no país.
Bush colocou o país numa fria e passou a herança maldita a Obama, que aumentou a escalada militar com o envio de mais milhares de soldados que estão lá para manter um presidente corrupto e chantagista, que ameaça se unir ao Talibã se os EUA retirarem seu apoio. São nove anos de uma guerra cruel onde pessoas inocentes são as maiores vítimas.
Ao contrário do que disse o general Petraeus aos senadores, quando voltou do mal estar, a resistência civil no Afeganistão cresce enquanto os militares invasores dão mostra de enfraquecimento. Números oficiais indicam que em 2008 morreram 295 soldados das forças de ocupação, em 2009 esse número subiu para 521.
Enquanto é visível o desgaste de Obama, no gerenciamento das guerras e outras graves questões como a imigração ilegal e o vazamento de óleo no Golfo do México, um desastre de dimensões ainda desconhecidas, cresce o prestigio de Hillary Clinton [belicista].
Se a eleição nos EUA fosse hoje, é bem provável que Hillary superasse Obama na preferência dos democratas para a presidência da república. O jornal Washington Post publicou matéria em que cita várias pesquisas de opinião, onde a mulher de Bill aparece sempre à frente de Obama, tanto em popularidade quanto em relação ao trabalho que realizam.
A matéria cita um fato que ajuda a entender essa virada de Hillary sobre seu chefe. Semana passada, enquanto Obama estava na região do Golfo do México tentando explicar que o governo federal não tem culpa pelo vazamento de óleo, Hillary promovia um evento em Washington, na sede do seu Departamento de Estado, onde foi saudada como “uma líder apaixonada” e por adotar “decidida e verdadeira” posição contra o tráfico humano e a escravidão.
A direita conservadora aproveitou para semear a discórdia nas hostes democratas, com o famoso comentarista da Fox News, Bill O’Reilly, prevendo uma disputa entre Hillary e Obama na eleição de 2012. É claro que Hillary finge que não está nem aí, mas no fundo no fundo todo mundo sente que ela não engoliu a derrota. Obama, espertamente, colocou-a no cargo mais importante do governo, seguindo aquela máxima: “se não podes com inimigo, é melhor tê-lo por perto para controlar os passos dele”.
Até 2012, muita água ainda vai passar debaixo da ponte.”
FONTE: escrito pelo jornalista Eliakim Araujo e postado em seu site “Direto da Redação
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário