"O bloqueio da Faixa de Gaza imposto por Israel deve ser suspenso "imediatamente", disse quarta-feira (2) o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon.
Apesar de dever [e justificar] sua [própria] existência a uma resolução da ONU, Israel, com apoio formal dos Estados Unidos, deve continuar ignorando os apelos [e resoluções] das Nações Unidas, como tem feito sistematicamente nos últimos 40 anos.
Ainda ontem, o secretário-geral da Liga Árabe anunciou após uma reunião extraordinária da organização, a decisão de "quebrar e desafiar" o bloqueio israelita à Faixa de Gaza "por todos os meios". É a resposta "coletiva" ao ataque à frota turca.
Amr Moussa adiantou que os ministros árabes dos Negócios Estrangeiros tomaram diligências para, nas Nações Unidas, "exigir em coordenação com a Turquia uma reunião do Conselho de Segurança para adoptar uma resolução que obrigue Israel a levantar imediatamente o bloqueio a Gaza", cita a TSF.
Os chefes das diplomacias acordaram respeitar a resolução adotada pela cúpula árabe em Syrta, em março, que determina "o fim de toda a espécie de normalização com Israel" e ameaçaram retirar a iniciativa de paz árabe em caso de fracasso dos esforços de paz.
Os árabes "não têm a impressão de que Israel esteja a cooperar, ou tenha a intenção de o fazer, com os esforços de paz", afirmou Amr Moussa, referindo-se às negociações mediadas pelos Estados Unidos.
Israel rejeita investigação
O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou ontem (2) a criação de uma comissão independente para investigar as graves violações do direito internacional no ataque israelense a uma frota que tentava levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
A resolução proposta por Paquistão e Sudão, em nome respectivamente da Organização da Conferência Islâmica e do grupo árabe, teve 32 dos 47 votos do Conselho. EUA, Itália e Holanda votaram contra, nove países europeus, africanos e asiáticos se abstiveram, e três países africanos não votaram.
A resolução qualifica a ação israelense de "ultrajante" e exige "total responsabilização e inquéritos independentes críveis".
O texto também estabelece o envio de uma missão internacional independente para investigar se houve violações ao direito internacional por parte de Israel. A equipe deve ser nomeada pelo presidente do Conselho, o belga Alex van Meeeuwen - cujo país foi um dos que se abstiveram.
O país anunciou uma investigação interna, e diplomatas disseram que o Estado judeu dificilmente irá cooperar com o inquérito internacional.
A resolução aprovada na quarta-feira é bastante diferente da declaração da véspera do Conselho de Segurança, exigindo uma "investigação imediata, imparcial, crível e transparente".
Esses termos refletem a posição norte-americana de apoiar uma investigação por parte de Israel. Em nota, a representante dos EUA no Conselho de Direitos Humanos, Eileen Donahue, disse: "Infelizmente a resolução diante de nós faz um julgamento apressado sobre um conjunto de fatos que (...) apenas estão começando a ser descobertos e entendidos."
FONTE: publicado hoje (03/06) no portal "Vermelho" [entre colchetes colocados por este blog].
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