sábado, 12 de junho de 2010

POTENCIAL DO BRASIL COMO PROVEDOR DE SOFTWARES

EXECUTIVOS INTERNACIONAIS AVALIAM POTENCIAL DO BRASIL COMO PROVEDOR DE SOFTWARES

“Cerca de 50 CEOs (chief executive officer, na sigla em inglês), ou diretores presidentes, de companhias estrangeiras participaram nessa quinta-feira (10), no Rio, de reunião para avaliar o potencial brasileiro como provedor de softwares (programas de computador) e serviços na área de tecnologia da informação (TI). As delegações eram compostas por executivos dos Estados Unidos, do Japão, da China e de países europeus, principalmente da Inglaterra.

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), Antonio Gil, afirmou que a possibilidade de realização de negócios pelo Brasil na área de TI é muito grande. Disse que o país saiu da estaca zero há cerca de cinco anos em matéria de exportação de softwares e serviços. No ano passado, o Brasil exportou US$ 3 bilhões e em 2010 a meta é exportar em torno de US$ 3,5 bilhões, atingindo US$ 5 bilhões em 2011.

“É um crescimento fantástico”, disse Gil. Ele reconheceu que em termos de volume, ainda é um número pequeno, tendo em vista que o mercado global de exportação de software e serviços atinge US$ 100 bilhões, dos quais US$ 60 bilhões são detidos pela Índia. “Entretanto, é um número que cresceu muito nos últimos cinco anos e tem potencial de crescimento bastante grande”.

Segundo o presidente da Brasscom, o Brasil apresenta vantagens para atingir esse objetivo. Entre elas, está o mercado interno de TI que envolve US$ 60 bilhões anuais. “É o oitavo maior [mercado] do mundo e um dos mais sofisticados”, ressaltou Antonio Gil.

O Brasil se destaca na área de TI em serviços e programas relativos a governo eletrônico, votação eletrônica e serviços financeiros, entre outros. Além disso, tem profissionais capacitados, conhecimento de indústria. “Falta agora sermos mais agressivos nas exportações”, acrescentou.

O cenário, contudo, não é feito só de vantagens. Existem problemas a serem superados com urgência, disse o presidente da Brasscom. Ele explicou que os custos trabalhistas e os impostos diminuem de forma considerável a competitividade brasileira diante dos países concorrentes. Sugeriu que na reforma tributária seja tributado o faturamento e não a folha de pagamento.

Para Gil, outra dificuldade é a língua inglesa. “Porque tudo é feito em inglês. Então, o país precisa se preparar mais para se comunicar melhor”. Além disso, é preciso que haja maior divulgação da sofisticação e do tamanho do mercado do Brasil no exterior.

A perspectiva é de que o evento resulte em negócios para as empresas nacionais, a curto prazo, da ordem de U$$ 100 milhões. Os setores financeiro e de seguros, além de empresas manufatureiras, de distribuição e automotivas estão entre os principais futuros clientes do produto de TI brasileiro, informou Gil.

“Nós não estamos iguais à Índia, mas estamos no segundo pelotão, que tem a China, Rússia, o Brasil, as Filipinas, que estão brigando pelo segundo lugar”, disse o presidente da Brasscom.

O fórum foi organizado pela Brasscom, com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).”

FONTE: reportagem de Alana Gandra (Edição de Graça Adjuto) publicada pela Agência Brasil.

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