Por Sílvio Guedes Crespo, no portal UOL
“A economia brasileira surpreendeu muitos analistas
no segundo trimestre, colocando o país em posição melhor do que a verificada no
início do ano, em comparação com outras nações.
O PIB (produto interno bruto) do
Brasil avançou 1,5% em
relação ao primeiro trimestre, superando não apenas o dos maiores países ricos,
como os Estados Unidos e a Alemanha, mas também o de nações que vinham se
expandindo bem, como o México e a Coreia do Sul. Por outro lado, continua atrás
dos asiáticos de crescimento rápido, como a China e a Indonésia, conforme o
gráfico acima.
No primeiro trimestre, o crescimento da economia do
Brasil havia sido igual ao dos EUA e inferior ao da Coreia.
Para quem vem acompanhando o PIB dos países, pelo
menos dois pontos no gráfico acima chamam atenção.
Primeiro, ver o Brasil com resultado muito próximo
do da China. Depois, encontrar Portugal (que está mergulhado em crise) acima de
países como Alemanha e México.
Os dois casos devem ser vistos com cuidado por
motivos parecidos. O Brasil encostou na China após ter crescimento econômico
excepcionalmente bom. Fazia 13 trimestres que o PIB brasileiro não crescia
nesse ritmo. Já o da China vem se mantendo em ritmo igual ou superior ao atual
há anos.
Quando comparamos períodos um pouco mais longos,
vemos que a China, apesar de ter piorado, continua relativamente bem. A alta do
PIB do segundo trimestre em relação a igual período do ano passado foi de 7,5%.
Nesse tipo de comparação, a economia brasileira cresceu 3,3%.
A questão de Portugal é parecida com a da China, só
que ao contrário. A economia portuguesa vinha encolhendo fortemente. Nesse
contexto, crescer 1,1% no segundo trimestre, em comparação como primeiro, que
foi muito fraco, não significa muita coisa. Tanto que, em relação ao segundo
trimestre de 2012, o PIB teve queda de 2%.
VARIAÇÃO EM UM ANO
Olhando o segundo trimestre deste ano em comparação
com o período equivalente de 2012, conseguimos uma noção um pouco mais ampla da
situação global.
Não apenas porque assim enxergamos um período mais
longo, mas também porque alguns países importante só divulgaram a variação do
PIB em relação a um ano antes, como a Rússia, o Chile e o Peru.
Nesse tipo de comparação, o PIB do Brasil cresceu
3,3%, mantendo resultado melhor que o dos países ricos e atrás da China e da
Coreia.
Mas aqui conseguimos perceber que o Chile e o Peru
também registraram taxas asiáticas de crescimento, superando o Brasil.
Em relação ao grupo de emergentes chamado BRICS
(Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o PIB brasileiro avançou mais
que o da Rússia e o da África do Sul e menos que o da China. A Índia ainda não
divulgou o dado.”
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