Por Diogo Costa
“Os governos Lula e Dilma, do PT, destruíram
o neoliberalismo galopante e triunfalista dos períodos tenebrosos do
PSDB.
Vivemos hoje em pleno emprego, com
política nacional de valorização do salário mínimo (que impacta diretamente em 70% dos aposentados e pensionistas), com
aumentos reais dos dissídios da classe trabalhadora (acima da inflação) desde
2005 e ressurgimento da indústria naval (que em 03 ou 05 anos gerará mais
empregos que a indústria automobilística).
Há também um amplo processo de
distribuição de renda, de redução das desigualdades sociais, menor índice de
GINI (que mede a desigualdade social) dos últimos 50 anos e maior poder de
compra do salário mínimo dos últimos 35 anos.
Isto sem falar nas dezenas de
universidades públicas construídas, centenas de campis universitários
construídos, centenas de escolas técnicas, milhares de obras espalhadas nos
quatro cantos do país, ampliação e fortalecimento do MERCOSUL (com a devida
destruição da ALCA) etc.
Ou seja, o PT destruiu e varreu para
bem longe o desgraçado neoliberalismo que havia anteriormente em Pindorama.
Essa é a verdade factual dos acontecimentos do Brasil no pós 2003, com dados
concretos e objetivos da realidade, não com desejos íntimos ou fantasias e
achismos mil.
Uns dirão, mas e as
concessões?
No caso das concessões, temos que
ter um parâmetro básico, para manter a verdade conceitual e a objetividade do
debate. Por exemplo, se fazer concessões é ser "neoliberal", então é
forçoso concluir que a China é o país mais 'neoliberal' da face da Terra!
Não há nenhum país do globo
terrestre que tenha feito tantas privatizações, concessões e parcerias
público-privadas nos últimos quinze anos quanto a República Popular da
China.
Se aceitarmos que a China é
"neoliberal" (o que é uma rotunda bobagem), aí sim poderemos dizer
que o Brasil de hoje também é "neoliberal" (outra sonora, rotunda e
rematada bobagem).
Pausa para uma pequena
provocação...
De onde é que tiraram que o
parâmetro da esquerda tem que ser o grau de estatização da economia?
Mussolini foi a figura que mais
estatizou setores econômicos na Itália em todos os tempos. Ninguém criou tantas
empresas estatais, tampouco estatizou tanto a economia, no Brasil, quanto os
militares golpistas de 64. Os militares eram, por acaso, comunistas?
Outros perguntarão, mas e o pré-sal?
Na faixa do Orinoco, na Venezuela,
há uma miríade de petroleiras multinacionais explorando o petróleo em conjunto
com o PDVSA.
A PEMEX mexicana tem mais controle
sobre a exploração, o refino e a distribuição de petróleo do que a PDVSA de
Hugo Chávez e Maduro. Por acaso a Venezuela é "neoliberal" porque
inúmeras multinacionais do petróleo operam em conjunto com a PDVSA? Óbvio que
não!
A grande mudança, implementada
corretamente por Lula na questão do pré-sal, foi a mudança no antigo “regime de
concessão”, transformado em “regime de partilha”, sob os efusivos aplausos da
esquerda brasileira.
Lula enterrou o “regime de concessão”
e trouxe o “regime de partilha” para o pré-sal, e o fez corretamente, em
sentido contrário à tese neoliberal do governo anterior ao seu! Não foi à toa
que a mudança no regime de exploração do pré-sal rendeu fartas matérias
negativas por parte da mídia venal de Pindorama...
Não há nenhum direito trabalhista
sendo retirado no Brasil, há distribuição de renda e diminuição das
desigualdades sociais.
Ou seja, justamente o contrário
daquilo que o neoliberalismo trouxe ao mundo a partir da Inglaterra (final dos
anos 70) e dos EUA (início dos anos 80), não sem antes testar as teses dos
Chicago Boys no Chile de Pinochet, a partir de 1973.
E, no caso brasileiro, tem-se que
destacar que estamos atravessando a pior crise econômico-financeira desde o “Crash”
de outubro de 1929, crise essa iniciada com a falência do “Banco Lehman
Brothers” em 15 de setembro de 2008.
E estamos enfrentando a crise com
medidas diametralmente opostas ao ajuste fiscal pró-cíclico europeu.
Na Europa, temos desemprego em
massa, arrocho salarial, cortes drásticos do orçamento público para a saúde,
educação e assistência social, cortes em aposentadorias e pensões, retirada de
históricos direitos trabalhistas, aumento terrível na desigualdade social,
concentração de renda e prioridade absoluta ao pagamento de dívidas em
detrimento dos gastos sociais e de investimento.
O Brasil adotou o caminho inverso da
Europa.
Não, definitivamente o Brasil de
hoje não é neoliberal. Muito antes pelo contrário. Nos afastamos, há muito, das
teses neoliberais e esse é o segredo dos índices que ostentamos hoje.
Os números estão aí para comprovar.
E quem tiver a mínima capacidade de
compreender o que está acontecendo hoje na Europa irá constatar, de forma
cabal, que o Brasil caminha num rumo totalmente diferente do rumo que está a
percorrer o velho continente.
Faltou falar um pouco mais sobre a
ALCA, definitivamente enterrada por Chávez, Lula e Kirchnner na IV Cúpula das
Américas, em Mar del Plata (Argentina), em novembro de 2005. Esse, por acaso,
não foi um tiro no peito da estratégia neoliberal norte-americana para a
América Latina?
E que baita tiro, diga-se de
passagem.”
FONTE: escrito por
Diogo Costa e publicado no portal de Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-superacao-do-neoliberalismo-no-brasil).
Nenhum comentário:
Postar um comentário