quinta-feira, 6 de agosto de 2015

GOVERNO AGE PARA ARRECADAR VIA CARF R$ 40 BILHÕES DE IMPOSTOS ATRASADOS





Governo prepara cobrança de R$ 40 bilhões de processos no CARF

Do "Jornal GGN"


"O Ministério da Fazenda prepara a inscrição em dívida ativa de R$ 40 bilhões de processos já julgados no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). Os processos que aguardam inscrição foram julgados antes de começar a investigação [Operação Zelotes] sobre o esquema de corrupção no Conselho, e dependiam de questões burocráticas para que fossem cobrados. A ideia é transformar o CARF em agenda positiva e reforçar os cofres do governo.

A Operação Zelotes revelou um amplo esquema de corrupção no conselho, que funciona como última instância administrativa para recursos sobre débitos tributários. A investigação da PF mostrou que conselheiros ecebiam [de corruptores] propinas para anular ou reduzir punições aplicadas pela Receita. Após a ação, o Ministério da Fazenda começou a reestruturação do 
CARF.

Do "Estadão":


Em busca de uma agenda positiva, o Ministério da Fazenda vai inscrever empresas e bancos inadimplentes na dívida ativa da União. A medida pode ajudar a reforçar os cofres do governo.

Em uma investida para transformar o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (
CARF) em agenda positiva, o Ministério da Fazenda prepara para os próximos dias a inscrição em dívida ativa de R$ 40 bilhões resultantes de processos já julgados, mas que ficaram parados na burocracia do órgão. Segundo fonte ouvida pelo "Broadcast", serviço de informações em tempo real da "Agência Estado", a maior parte das empresas e bancos devedores está sediada em São Paulo. 

O montante que aguarda inscrição em dívida ativa faz parte dos processos que foram julgados antes de ser deflagrada a investigação sobre o esquema de corrupção e dependiam de questões burocráticas para que começassem a ser cobrados. O valor deve ajudar também a reforçar os cofres do governo.
Após passar ao cadastro da dívida ativa, o contribuinte ainda pode recorrer judicialmente. Muitas vezes, os juízes decidem que os contribuintes depositem os valores contestados em juízo. Para que as dívidas tributárias sejam pagas o quanto antes, o governo decidiu invalidar a certidão negativa dos contribuintes que não quitarem o valor devido no prazo estipulado. Sem esse documento, as empresas ficam impedidas, por exemplo, de participar de licitações. E para reduzir o tempo de permanência dos processos no CARF, o conselho passará a julgar os processos em lotes, ou seja, processos com teor semelhante poderão fazer parte de um mesmo julgamento. 

Com a cobrança, a Fazenda pretende começar a dar mostras concretas de solução para os problemas desvendados pela Operação Zelotes, da Polícia Federal. A investigação policial revelou amplo esquema de corrupção no conselho, que atua como última instância administrativa para recursos sobre débitos tributários. A apuração da PF mostrou que conselheiros recebiam [de corruptores] propinas para anular ou reduzir punições aplicadas pela Receita Federal. Depois disso, o Ministério iniciou a reestruturação do 
CARF

Na semana passada, durante a sessão solene para a reabertura do 
CARF, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse estar contando com os recursos oriundos de julgamentos feitos pelo Conselho. "Eu ando caçando esses R$ 100 bilhões que o CARF mandou", disse Levy, em referência ao montante em processos já julgados na primeira instância do CARF. A julgar pela declaração do ministro, os R$ 40 bilhões que serão colocados em dívida ativa referem-­se apenas a uma parte da cobrança dos débitos tributários. 

Após a reformulação do 
CARF, ficou decidido que a remuneração dos conselheiros será de R$ 11,3 mil, o equivalente aos cargos de direção e assessoramento superior número 5 (DAS­ 5). Essa é a maior remuneração possível para um trabalhador não concursado dentro do governo, o que inviabiliza a fixação de salários mais elevados, como pedem alguns advogados. 

Os pedidos de vista e adiamento das votações também sofreram mudanças. A partir de agora, quando um conselheiro pedir vistas de um processo, todos os outros poderão utilizar o tempo, impedindo que o julgamento seja adiado diversas vezes. Para os pedidos de adiamento dos processos, os conselheiros deverão solicitar antes da sessão, evitando que um julgamento seja adiado no dia.

Sobre a competência e a formação dos novos conselheiros, uma fonte da Fazenda garante que o principal requisito é conhecimento em direito tributário, um dos maiores temores dos contribuintes. "Os novos conselheiros estão sendo escolhidos pelo comitê de seleção. Teremos professores universitários e ex­desembargadores com experiência", afirmou. A partir de agora, os conselheiros do 
CARF não poderão advogar e será exigida exclusividade na dedicação à corte. 

Surpresa positiva

Com conhecimento da lista de conselheiros, o tributarista Heleno Torres afirma que a escolha dos conselheiros será uma "surpresa positiva" e que conta com a presença de doutores em direito tributário. "Eu vi a lista e surpreendeu. Vamos ter um resultado de qualidade", frisou. Ainda segundo ele, a ação da Fazenda em reformular o CARF é vista com otimismo e foi feita com celeridade. 

O advogado lembra ainda que, até 2013, os processos do 
CARF não eram informatizados. "São R$ 500 bilhões que não eram informatizados e não tínhamos ciência do montante parado ali", ponderou. 

A reinauguração do Conselho, na semana passada, contou com a presença de diversas associações que fazem parte da escolha dos conselheiros e com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinícius Coelho.

Com a reformulação, o 
CARF diminuiu o número de conselheiros, passando de 216 para 120. Metade dos conselheiros é indicada pela Receita Federal e a outra metade, que representa os contribuintes, por confederações patronais do comércio (CNC), da Indústria (CNI), das instituições financeiras (CNF) e da agricultura (CNA). Outra mudança foi a redução do tempo necessário de registro profissional para exercer a função dentro do CARF. A partir de agora, a exigência mínima de registro profissional é de três anos. 

Para o tributarista Gustavo Brigagão, a experiência do ministro Joaquim Levy com o conselho de contribuintes do Rio de Janeiro foi extremamente positiva. "A experiência do Levy no Conselho do Rio foi muito boa e as mudanças promovidas no 
CARF por ele também", relembrou."

FONTE: do "Jornal GGN"  (http://jornalggn.com.br/noticia/governo-prepara-cobranca-de-r-40-bi-de-processos-no-carf).[Título e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

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