segunda-feira, 6 de julho de 2015

PF: "ESTAMOS PRONTOS PARA O GOLPE"




[OBS : trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política']

Diretor da PF ao [autodeclarado tucano] "Estadão": "estamos prontos para o golpe" 

Por Miguel do Rosário

"O Fernando Brito, do blog 'Tijolaço', escreveu há pouco sobre a entrevista do diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, ao 'Estadão'.

Eu vou pegar o raciocínio de Brito e radicalizá-lo.

A entrevista de Daiello é típica da conjuntura atual, em que todas forças políticas de oposição, aí incluindo um setor aparentemente já hegemônico dentro da Polícia Federal, trabalham em harmonia para derrubar o governo.

Em resumo, Daiello disse o seguinte: "Estamos prontos para o golpe, e o ministro da Justiça não vai poder fazer nada".

E dá sinal verde para os delegados federais da seção Paraná desempenharem a sua parte no teatro da Lava Jato [recordando: nas vésperas da eleição do ano passado, delegados da equipe do Juiz Moro já se declararam aecistas em seus facebook e publicaram textos altamente desrespeitosos à Presidente Dilma].

Sintomático que a entrevista se dê imediatamente após ao processo de autofritagem que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, protagonizou semana passada.

Cardozo deu entrevista, aos órgãos do golpe, em que fazia acusações a seu próprio campo político.

Ou seja, colaborou para o processo de criminalização do PT. E isso no auge da maior crise de imagem já vivida pelo partido.

Cardozo foi leviano, irresponsável e, sobretudo, traidor.

As críticas à maneira como a "Lava Jato" vem sendo conduzida não são apenas do PT.

Eu não sou do PT, por exemplo, e a critico.

A OAB não é petista e critica.

A comunidade jurídica não é petista e critica.

Um dos maiores penalistas do mundo, ex-ministro da suprema corte da Argentina, Raul Zaffaroni, não é petista e chamou a "Lava Jato" de "golpe de Estado". Como a entrevista não foi publicada na "Veja", nem no "Globo", e sim na "Carta Maior" e no "Cafezinho", o ministro da Justiça não deu bola.

Se um zé ruela acusar o ministro no "Estadão", ele responde na hora, talvez com uma entrevista à "TV Veja". Se o ex-ministro da suprema corte argentina e um dos maiores penalistas do mundo dá entrevista à mídia alternativa, Cardozo finge ignorar.

Até mesmo alguns setores da direita, que prefiro nem citar aqui, estão criticando o fascismo judicial por trás da "Lava Jato".

Sergio Moro e os procuradores praticam chantagem e ameaça judicial, envolvendo até mesmo a família dos réus, para forçar delações premiadas, as quais são tratadas como provas e vazadas seletiva e ilegalmente à imprensa.

Réus são presos e depois a PF vai atrás de provas para incriminá-los. Qualquer coisa serve.

O ministro da Justiça lavou as mãos. E fez questão de fazê-lo na frente de todos.

Para cúmulo da cretinice, ainda vaza essa nota para Monica Bergamo, da [tucana] "Folha":



É como se Cardozo não tivesse sequer o pudor de afirmar ao mundo: sou covarde mesmo, e daí?

O ministro da Justiça é mostrado como fraco, sem apoio no próprio partido (e o partido é mostrado como vilão, pelo próprio ministro), e covarde, com medo de apupos de algum zumbi midiático.

Em seguida, o diretor da Polícia Federal é mostrado como forte, o que significa mais um passo na direção de um golpe branco, preparado nos mínimos detalhes, e com várias frentes de ataque.

TCU, TSE, PF, Procuradoria, grande imprensa, houve um recrudescimento brutal dos ataques golpistas nas últimas semanas.

Estão cercando o governo por todos os lados, tentando asfixiá-lo com objetivo de violar a soberania do voto.

Estão tentando fazer rigorosamente o mesmo que Eduardo Cunha: não aceitando a derrota eleitoral e dispostos a dar um golpe parlamentar.

O governo permanece mudo, amedrontado, cumprindo apenas agendas conservadoras, afastando, com isso, as forças que poderiam lhe apoiar, como os movimentos sociais, sindicatos, militância de esquerda e o povão.

Também não cria uma agenda criativa e inteligente voltada à classe média, tratada estupidamente como um capital "já perdido".

O resultado é a erosão do capital político do governo junto às suas próprias bases.

O Brasil deve ser o único país do mundo onde a polícia política conspira e trabalha contra o próprio governo.

Enquanto isso, todas as grandes investigações da PF, notadamente aquelas ligadas à sonegação [Zelotes, Swissleaks" etc], sumiram do noticiário."

FONTE: escrito por Miguel do Rosário em seu blog "O Cafezinho" (http://www.ocafezinho.com/2015/07/05/diretor-da-pf-ao-estadao-estamos-prontos-para-o-golpe/#more-29843) [trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

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