domingo, 18 de setembro de 2011

7° PIB, BRASIL É 72° NO RANKING DA OMS DE GASTO PER CAPITA EM SAÚDE


Por André Barrocal e Maria Inês Nassif

“[Principalmente por entraves (ex: extinção da CPMF) no orçamento colocados pela oposição demotucana (com apoio da 'grande' mídia e de parte da 'elite'), que quer criar na área da saúde o "quanto pior melhor" para associar "o pior" ao governo federal e, assim, facilitar a volta da direita ao poder] o Brasil ocupa a 72ª posição no ranking da Organização Mundial de Saúde (OMS) de investimento em saúde, quando a lista é feita com base na despesa estatal por habitante. Os diversos governos [federal, estadual e municipal] gastam, juntos, média anual de somente US$ 317 por pessoa, segundo a última pesquisa da OMS, com dados relativos a 2008.

O desempenho brasileiro é 40% mais baixo do que a média internacional (US$ 517). A liderança do ranking de 193 países pertence a Noruega e Mônaco, cujas despesas anuais (US$ 6,2 mil por habitante) são vinte vezes maiores do que as brasileiras.

Apesar de o Brasil possuir a maior economia da América do Sul, três países do continente se saem melhor: Argentina, Uruguai e Chile.

No chamado G-20, grupo que reúne os países (desenvolvidos e em desenvolvimento) mais ricos do mundo, o desempenho do Brasil, no gasto por habitante, também não é dos melhores. Está na 15ª posição -ganha de África do Sul, China, México, Índia e Indonésia.

O baixo gasto estatal por habitante tem sido um dos argumentos usados pelo governo federal para defender a criação de fonte de recursos extras para a saúde –um novo imposto ou a elevação de um já existente.

Além de o Brasil ter na saúde uma performance internacional aquém do que poderia de sua economia -é o sétimo maior produto interno bruto (PIB) mundial-, o governo também considera o gasto per capita diminuto, na comparação com a medicina privada.

As despesas a partir de convênios particulares movimentam mais do que o dobro das finanças do Sistema Único de Saúde (SUS). O SUS é gratuito e atende os 190 milhões de brasileiros. Os planos privados beneficiam um quarto da população brasileira.

Na última quarta-feira (14/09), a presidenta Dilma Rousseff defendeu a ampliação dos recursos para a saúde, usando o argumento do gasto por habitante, durante entrevista depois de um evento.

O setor público gasta duas vezes e meia a menos do que o setor privado na área de saúde. Isso significa uma coisa, que nós todos temos de ter consciência: se você quiser sistema universal de saúde, gratuito e de qualidade, nós vamos ter de colocar mais dinheiro na saúde e colocar gestão na área de saúde, as duas coisas”, afirmou.

O dado é dramático”, disse à “Carta Maior” o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão. “As famílias de classe média gastam cerca de duas vezes aquilo que o SUS gasta para prover serviços de muita maior abrangência. Há disseminação de planos privados de cobertura insuficiente”, completou.

Fico feliz que a presidente Dilma tenha aludido ao fato de que a saúde suplementar tem orçamento que é 2,4 vezes superior ao do SUS. Esse é um parâmetro que deve ser considerado”, afirmou à “Carta Maior” Januário Montone, secretário de Saúde da prefeitura de São Paulo, que apoia a criação de um novo imposto para a saúde.”

FONTE: reportagem de André Barrocal e Maria Inês Nassif publicada no site “Carta Maior”   (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18472) [trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].

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