sábado, 17 de setembro de 2011

Dilma: “TEMOS TODOS OS INSTRUMENTOS NO BRASIL PARA DIMINUIR O IMPACTO DA CRISE SOBRE NÓS”


“É impossível que o Brasil tenha um tipo de crise similar a dos Estados Unidos e alguns países da Europa, informou na última quarta-feira (14/9) a presidenta Dilma Rousseff, em entrevista coletiva em Brasília (DF). A presidenta atribuiu às reservas internacionais e compulsórias e a importantes medidas políticas de investimento a segurança que o país tem para resistir aos efeitos da crise, e antecipou que o Brasil está preparado caso o mundo enfrente situação de escassez de crédito.

A presidenta reiterou a importância do fortalecimento do mercado interno, tanto para a resistência à crise quanto para o crescimento do país, e assegurou que medidas de redução de impostos adotadas pelo governo, como o programa “Brasil Maior”, dirigido à indústria, o “Reintegra” e o “SuperSimples” vêm nesse sentido.

“É impossível que o Brasil tenha um tipo de crise similar à que está acontecendo nos Estados Unidos e na zona do Euro. Até porque nós temos todos os instrumentos no Brasil para diminuir o impacto da crise sobre nós. Tanto os instrumentos, eu diria, financeiros (…), como os políticos”, afirmou.

A presidenta Dilma conversou por cerca de 25 minutos com a imprensa, após visitar a exposição promovida pelo Ministério da Educação “Gestão de Compras Governamentais – a Experiência da Educação”, no Hotel Royal Tulip, em Brasília. Confira abaixo alguns trechos da entrevista:

ACESSIBILIDADE PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA

“Nós vamos fazer esforço imenso para garantir que as escolas públicas tenham isso [acessibilidade de pessoas com deficiência visual]; além disso, um computador para cada criança.Também, nós vamos fazer busca ativa, o que é muito importante, porque temos mais de 200 mil crianças com algum tipo de deficiência fora da sala de aula.”

COMPRA GOVERNAMENTAL

“A compra governamental é instrumento poderoso para a gente garantir duas coisas: o desenvolvimento da indústria e preços mais baixos (…). É muito importante o que estamos fazendo aqui. Nós estamos mostrando que é possível diminuir o preço.”

CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL

“O grande problema é político. É como se pretende resolver a crise fiscal decorrente do fato de que os governos foram obrigados a salvar os bancos quando ocorreu, em 2008, a quebra do “Lehman Brothers” e houve contaminação, por causa da bolha, de todo o sistema financeiro internacional. Os governos transformaram as dívidas privadas dos bancos em endividamento público, porque usaram o orçamento público para permitir a reciclagem dessa dívida (…). Agora, há uma objeção política, dentro dos Estados Unidos, por exemplo, para maior gasto fiscal, quando na verdade se sabe que os Estados Unidos precisam de uma iniciativa fiscal e não apenas monetária (…). Eu não acho que o problema é falta de dinheiro, o problema é falta de decisão política para investir.”

ROYALTIES DO PRÉ-SAL

“É necessário acordo no Brasil sobre a questão dos royalties. Acho que nós temos dois limites: de um lado, temos que respeitar contratos existentes (…); isso não é uma questão que esteja em nossa mão. Agora, é possível repartir, tem que repartir sem criar consequências graves para ninguém (…). Nós temos uma forma que pode possibilitar que a repartição se dê sem que ninguém perca e as pessoas que não ganhavam ganhem. As pessoas, que eu falo, os governos, que não ganhavam ganhem.”

SAÚDE

“Tem de melhorar a gestão, tem de torná-la mais humana (…). Agora, este país é o maior deste continente, em termos de economia, em termos de população e em termos de potencial. Ora, este país gasta 42% a menos, per capita, do que a Argentina gasta em saúde; este país gasta 27% a menos, per capita, do que o Chile gasta com saúde; o setor público gasta duas vezes e meia menos que o setor privado na área de saúde. Isso significa uma coisa que nós todos temos que ter consciência: se você quiser um sistema universal de saúde, gratuito e de qualidade, nós vamos ter que colocar mais dinheiro na saúde e colocar melhor gestão na área de saúde.”

AEROPORTO DE GUARULHOS

“É muito importante para o Brasil que as medidas sejam tomadas com muita serenidade. O que nós fizermos em relação à obra de Guarulhos, com urgência e emergência, é muito importante. O governo, antes de tomar uma medida … nós não a tomamos sem avisar que a vamos fazer. Nós avisamos, tanto o Tribunal de Contas da União, quanto o Ministério Público. Então, estamos tranquilos, porque fizemos de forma clara e transparente e alegando o que nós estamos alegando: não é somente a Copa, nós não fizemos a urgência e emergência para atender 2014; nós fizemos a urgência e emergência para atender Guarulhos em dezembro.”

FONTE: Blog do Planalto  (http://blog.planalto.gov.br/temos-todos-os-instrumentos-no-brasil-para-diminuir-o-impacto-da-crise-sobre-nos/) [imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

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