sábado, 17 de setembro de 2011
PARAGUAI, O MÉXICO BRASILEIRO
PARAGUAI ATRAI FÁBRICAS BRASILEIRAS COM TRIBUTO BAIXO
Por Lucas Ferraz
"Impulsionado pelos impressionantes 15% de crescimento do ano passado, o Paraguai se tornou polo de empresas "maquiladoras" na América do Sul com a adoção de sistema que faz a aliança de imposto mínimo e mão de obra barata.
O sistema, chamado ‘maquila’, implementado há dez anos e que atingiu pico de crescimento no ano passado, se desenvolve com os bons ventos da economia paraguaia e tem atraído inúmeras companhias do Brasil.
Já são, pelo menos, 11 empresas brasileiras (ou com capital nacional) em atuação no país vizinho.
Desde o grupo Cambuci, responsável pela marca esportiva Penalty, a pequenas empresas, como Quality Cotton e Mega Plásticos, instalaram-se no Paraguai e conseguiram reduzir custos.
Inspirado no sistema de ‘maquilas’ do México, que adotou o modelo em meados da década de 90 na esteira da crise econômica que viveu naqueles anos, o sistema paraguaio isenta as empresas de taxas para importar matérias-primas.
Toda a produção finalizada no Paraguai deve ser exportada, com exceção de 10%, que podem circular no mercado paraguaio.
Essas são as condições do governo para uma empresa ser ‘maquiladora’. De imposto, é cobrada uma taxa geral de somente 1%.
"O sistema tem atraído muitas empresas, mas no Brasil pegou mal o nome; ainda há muita confusão", diz Wagner Enis Weber, diretor-presidente do BRASPAR (Centro Empresarial Brasil-Paraguai). "Mas as empresas brasileiras que trabalham com a ‘maquila’ estão satisfeitas com a redução dos custos", diz.
Implementado em 2001, o regime de ‘maquila’ começou naquele ano com sete empresas, que exportavam o equivalente a US$ 1,2 milhão.”
RECORDE
No ano passado, as cifras bateram recorde: US$ 102 milhões, com 49 empresas registradas no Ministério da Indústria do Paraguai. Metade dos bens exportados vai para países do Mercosul, a maioria para o Brasil.
Segundo dados da Braspar, empresas como Penalty, Cortinerías del Paraguay e Quality Cotton conseguiram reduzir custos com produção em até 30%, se comparado aos valores do Brasil.
Procuradas, as companhias não quiseram falar sobre o regime de ‘maquila’. Só Walter Gwynn, um dos diretores da Marseg, empresa paraguaia que produz calçados e luvas de segurança para o Grupo Bertin, respondeu.
Disse que a ‘maquila’ é "altamente benéfica para formar cadeias produtivas tendo como foco principalmente o Mercosul".
O regime de ‘maquilas’ permite que uma companhia brasileira contrate uma empresa maquiladora paraguaia, que irá produzir com sua marca e depois exportar para onde a matriz determinar. Dessa forma, a Marseg atua para o Grupo Bertin.
Outro benefício do Paraguai é o custo trabalhista. Os encargos que incidem sobre o salário de um funcionário são de 30% (incluindo férias, 13º e o equivalente ao INSS), enquanto no Brasil o índice chega a 110%.”
FONTE: portal de Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/paraguai-o-mexico-brasileiro#more) [imagens do google adicionadas por este blog ‘democracia&política’].
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