sexta-feira, 16 de agosto de 2013

PF DETECTA QUE PROPINA PASSOU POR CONTA 'LARANJA' DO PSDB EM NY

Do jornal “O Estado de S. Paulo”

“A Polícia Federal (PF) detectou uma conta corrente chamada “Orange Internacional” no caminho de parte do dinheiro de supostas propinas pagas pela Alstom ao PSDB e ao governo de São Paulo. Mantida por doleiros, ela foi operada por meio do “MTB Bank” de Nova York. A PF encontrou a conta quando apurava quatro depósitos em 1998 que chegaram a US$ 1,44 milhão (valor atualizado).



A descrição da conta está nos depoimentos do lobista Romeu Pinto Junior, aos quais o jornal “O Estado de S. Paulo” teve acesso. A mesma “Orange International” (“Laranja Internacional”, em português) já havia aparecido em investigações da Procuradoria da República em 2004 sobre remessas de divisas a um ex-diretor do Banco do Brasil do governo de Fernando Henrique Cardoso. Além da “Orange”, a conta “Kisser Investiment AS”, no “Bank Audi” de Luxemburgo, teria abrigado remessas da Alstom.

Pinto Junior foi indiciado pela PF no caso. Ele disse que conhecia Robson Marinho, ex-secretário de governo de Mário Covas (1995-2001) e vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado, e o vereador tucano e ex-secretário de Energia de São Paulo, Andrea Matarazzo, mas não os acusou de crime.

Matarazzo foi indiciado no caso. Inconformado, repudiou a acusação e disse desconhecer o lobista. Seu advogado, o criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira, pediu arquivamento do caso. O “Estado” procurou o advogado de Marinho, Celso Vilardi, mas não o achou. O Diretório Estadual do PSDB informou ser "revoltante" ser acusado com "base em argumentos vazios" e sem provas. A Alstom não se manifestou na quarta-feira, 14.

À PF, Pinto Junior revelou que as propinas eram chamadas de "compromisso". O lobista, que se declarou aposentado, afirmou que os executivos franceses Pierre Chazot e Phillipe Jafre lhe ordenavam que entregasse "pacotes de dinheiro" a pessoas (que desconhecia). Os pacotes eram levados por motoboys diretamente aos interessados.

Pinto Junior contou que era o procurador da “offshore MCA Uruguay” e disse que assinou os documentos para abrir contas bancárias da empresa no mesmo “Bank Audi”, em Luxemburgo, e no UBS, na Suíça. Teria feito isso a pedido de Jafre e de Chazot. Jafre o teria aconselhado a assinar um contrato de consultoria com a Alstom. Por meio dele, a Alstom repassaria 7,5% do valor do “projeto Gisel”, assinado pela empresa francesa com a então estatal paulista EPTE (ex-Eletropaulo). Para fechar o acordo, a EPTE contratou, sem licitação, um crédito de R$ 140,6 milhões (valor atual) com o banco francês Société Générale.” 

FONTE: jornal “O Estado de S. Paulo”. Transcrito no portal “Vermelho”  (
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=221346&id_secao=1
).

Nenhum comentário: