Aécio e Gerdau: o "candidato dos 1% mais ricos" [e o preferido pelo "mercado" estrangeiro] contra os 99% do resto do povo.
Siderurgia privatizada pede socorro porque não consegue competir com estatais estrangeiras.
Do blog "Os amigos do Presidente Lula"
"Está explicado o apoio de empresário do aço Jorge Gerdau ao Aécio Neves (PSDB-MG). O tucano é o "governo dos 1% mais ricos" contra os 99% do resto do povo brasileiro. Logo, advinha para quem Aécio soltaria dinheiro?
Mesmo com o crescimento do consumo de aço no Brasil, seja na construção civil, seja na infraestrutura, seja na fabricação de carros e eletrodomésticos, o setor siderúrgico brasileiro está "pedindo o penico" porque não consegue competir com estatais de outros países como a China, Índia e até do Irã.
Diz que, se o governo não aplicar o protecionismo, vão acabar quebrando, porque o mesmo minério de ferro que sai do Brasil e vira aço do outro lado do mundo, ainda assim, volta mais barato do que o aço produzido aqui.
Deixa eu ver se entendi. Na época da "privataria" [governos FHC/PSDB], diziam que a iniciativa privada era mais eficiente do que estatais, e que iriam produzir mais barato para o consumidor. Agora, pedem para conter a importação de aço estatal importado, para ter o direito de "vender mais caro" a mim e a você, quando reformamos nossa casa, quando compramos uma geladeira ou um carro.
De fato, é preciso tomar cuidado com "dumping", ou seja, alguns países vendem produtos abaixo do preço durante alguns anos para quebrar a concorrência e, depois, sobem o preço novamente recuperando o que perderam e ganhando muito mais nos anos seguintes. Mas no caso do aço, não parece ser dumping e sim abundância mundial do produto. Há excesso de produção no mundo, o que derruba o preço, como ocorre com produtos agrícolas quando há excesso de safra. Nesse caso, a própria indústria do aço precisa baixar os preços, reduzir os lucros ou mesmo absorver os prejuízos durante algum tempo para sobreviver.
O que não dá é ver empresários como Gerdau, um "barão do aço", pedir política neoliberal para o INSS, para a saúde, para a educação, para a cidadania, para a ciência e tecnologia, e pedir subsídio estatal para a empresa dele.
O que não dá é o Sr. Gerdau defender a ALCA no palanque do Aécio/PSDB, e bater na porta do Planalto para proteger só o seu setor da concorrência estrangeira.
[OBS deste blog 'democracia&política': considerando esse apoio do Sr. Gerdau ao candidato Aécio/PSDB; seu apoio à adesão à ALCA (que proíbe política industrial protetora da indústria nacional, para que aqui não venham a surgir concorrentes para os produtos exportados pelos EUA); apoio ao "Estado mínimo" (fraco, pobre, vulnerável, dominável pelo "mercado"); sugerimos que o empresário espere (sentado) o seu candidato tucano ser eleito para então solicitar as isenções, proteções, subsídios, incentivos que ele agora deseja e pede com urgência à Presidente Dilma].
O que é inaceitável é o Sr. Gerdau vir falar que o "Estado precisa ser mínimo" e que deve haver "alto desemprego para não haver inflação", e ele inflacionar o aço que vende, impedindo a queda de preço da geladeira, fogão, máquina de lavar, carros, ferragens para obra.
É compreensível que o governo defenda a indústria nacional do aço quando ocorre alguma concorrência predatória, mas não à custa de prejudicar todas as outras indústrias nacionais que consomem aço.
Eis a notícia da "Agência Brasil" que fala sobre o assunto:
Siderurgia pede soluções emergenciais para aumentar competitividade
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro
A siderurgia brasileira está perdendo competitividade sistêmica, de acordo com dados divulgados terç-feira (28) pelo "Instituto Aço Brasil" (IABr), no Rio de Janeiro. A indústria da transformação como um todo vem perdendo participação no Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. A participação caiu de 35,9%, na década de 1980, para 13% no ano passado. Para ratificar esse cenário, o saldo da indústria da transformação na balança comercial caiu de um superávit de US$ 120 bilhões, entre 2002 e 2007, para um déficit de US$ 130 bilhões, entre 2008 e 2013. Com isso, o total da perda da indústria da transformação alcança US$ 250 bilhões, equivalentes a R$ 557 bilhões.
No setor siderúrgico, a perda de competitividade dificulta as exportações e amplia as importações. Em 2013, o total importado pelo setor do aço brasileiro atingiu quase 9,3 milhões de toneladas, revelando dificuldades decorrentes do elevado custo do dinheiro, da energia elétrica e do gás natural, além da infraestrutura deficitária e da desigualdade cambial, disse o presidente executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes.
No primeiro trimestre deste ano, as importações de produtos siderúrgicos somaram 877 mil toneladas, com alta de 3,9% em comparação ao mesmo período de 2013. Enquanto as compras do exterior subiam, as exportações brasileiras de aço, de janeiro a março deste ano - em torno de 2 milhões de toneladas - caíram 19,1% em volume. Em dinheiro, as vendas renderam US$ 1,5 bilhão, com retração de 6,9% em relação a igual trimestre do ano passado. “Foi um desempenho morno”, classificou Lopes.
A produção brasileira de aço alcançou 8,3 milhões de toneladas no trimestre, mostrando elevação de 1,5% sobre o mesmo período de 2013. Segundo Lopes, o Brasil está trabalhando com 73% da capacidade instalada, “quando deveria estar acima de 80%”. Mas avaliou que falta competitividade para reduzir as importações e elevar a capacidade de produção.
A previsão de crescimento de 5,2% da produção para o setor, em 2014, feita no início do ano, tendo por base uma expansão de 2,2% do PIB, terá de ser revista, devido à redução da perspectiva de crescimento do PIB para algo entre 1,5% e 1,7%, disse o presidente do IABr. Acrescentou, contudo, que deverão ser feitos ajustes para baixo, tendo em vista que este é um ano de eleições, haverá a Copa do Mundo e há um quadro geral de insegurança.
“Eu diria que é um cenário difícil, onde nós precisaríamos estar tomando decisões que não estão sendo tomadas”. Na sua avaliação, o remédio, no momento, seria proteção emergencial por um prazo determinado, para que a indústria possa respirar, retornando, ao fim do período estipulado, para a correção das assimetrias existentes.
Visando ampliar a competitividade do aço nacional, o IABr montou a "Coalizão Pró-Competitividade" junto com 20 instituições representativas de vários segmentos econômicos, cuja coordenação, no primeiro momento, está a cargo da "Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos" (Abimaq). Os integrantes da coalizão já tiveram reuniões com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, e têm como próximo passo um encontro com a presidenta Dilma Rousseff, “em um horizonte curto”, acentuou Lopes.
“A coalizão entende que a solução é ir à Presidência da República para discutir soluções emergenciais”, destacou. Esclareceu que, se for mantido o ritmo dos últimos cinco anos, as importações de produtos siderúrgicos representarão 58% no consumo final, no Brasil, em 2022, o que “inviabilizaria a indústria nacional”.
Ele explicou que os países que responderam por 88% da produção mundial do aço, em 2012, aplicam medidas de defesa comercial. “Todo mundo quer acessar mercados e defender seus interesses. O Brasil não pode ser ingênuo e estar com a casa aberta para a entrada desses materiais”, assegurou Lopes. De acordo com os números apresentados, a participação das importações chinesas aumentou 36,4 pontos percentuais, em 13 anos. Já a produção anual de aço do Brasil equivale a 18 dias de produção na China.
Mello Lopes defende que toda a indústria da transformação seja protegida da concorrência predatória. Ele disse que os Estados Unidos fecharam por anos o seu mercado interno, com salvaguardas e outros mecanismos de proteção, para que sua indústria pudesse ser recomposta. “Da mesma maneira, se não quisermos perder a indústria da transformação, acho que, neste momento, a prioridade absoluta é a proteção”. Já o crescimento sustentável está dentro de um contexto mais amplo, que conjuga investimento privado e público, mais poupança, salientou.
O presidente do IABr enfatizou que "a indústria de máquinas e equipamentos, por exemplo, está desaparecendo neste país, e precisa de um apoio emergencial”. O setor constitui um dos principais consumidores de produtos siderúrgicos no Brasil, com participação de 19,7%, depois dos setores da construção civil (37,7%) e do setor automotivo (22,1%)."
FONTE: do blog "Os amigos do Presidente Lula" (http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/04/siderurgia-privatizada-pede-socorro.html). [Trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].
"Está explicado o apoio de empresário do aço Jorge Gerdau ao Aécio Neves (PSDB-MG). O tucano é o "governo dos 1% mais ricos" contra os 99% do resto do povo brasileiro. Logo, advinha para quem Aécio soltaria dinheiro?
Mesmo com o crescimento do consumo de aço no Brasil, seja na construção civil, seja na infraestrutura, seja na fabricação de carros e eletrodomésticos, o setor siderúrgico brasileiro está "pedindo o penico" porque não consegue competir com estatais de outros países como a China, Índia e até do Irã.
Diz que, se o governo não aplicar o protecionismo, vão acabar quebrando, porque o mesmo minério de ferro que sai do Brasil e vira aço do outro lado do mundo, ainda assim, volta mais barato do que o aço produzido aqui.
Deixa eu ver se entendi. Na época da "privataria" [governos FHC/PSDB], diziam que a iniciativa privada era mais eficiente do que estatais, e que iriam produzir mais barato para o consumidor. Agora, pedem para conter a importação de aço estatal importado, para ter o direito de "vender mais caro" a mim e a você, quando reformamos nossa casa, quando compramos uma geladeira ou um carro.
De fato, é preciso tomar cuidado com "dumping", ou seja, alguns países vendem produtos abaixo do preço durante alguns anos para quebrar a concorrência e, depois, sobem o preço novamente recuperando o que perderam e ganhando muito mais nos anos seguintes. Mas no caso do aço, não parece ser dumping e sim abundância mundial do produto. Há excesso de produção no mundo, o que derruba o preço, como ocorre com produtos agrícolas quando há excesso de safra. Nesse caso, a própria indústria do aço precisa baixar os preços, reduzir os lucros ou mesmo absorver os prejuízos durante algum tempo para sobreviver.
O que não dá é ver empresários como Gerdau, um "barão do aço", pedir política neoliberal para o INSS, para a saúde, para a educação, para a cidadania, para a ciência e tecnologia, e pedir subsídio estatal para a empresa dele.
O que não dá é o Sr. Gerdau defender a ALCA no palanque do Aécio/PSDB, e bater na porta do Planalto para proteger só o seu setor da concorrência estrangeira.
[OBS deste blog 'democracia&política': considerando esse apoio do Sr. Gerdau ao candidato Aécio/PSDB; seu apoio à adesão à ALCA (que proíbe política industrial protetora da indústria nacional, para que aqui não venham a surgir concorrentes para os produtos exportados pelos EUA); apoio ao "Estado mínimo" (fraco, pobre, vulnerável, dominável pelo "mercado"); sugerimos que o empresário espere (sentado) o seu candidato tucano ser eleito para então solicitar as isenções, proteções, subsídios, incentivos que ele agora deseja e pede com urgência à Presidente Dilma].
O que é inaceitável é o Sr. Gerdau vir falar que o "Estado precisa ser mínimo" e que deve haver "alto desemprego para não haver inflação", e ele inflacionar o aço que vende, impedindo a queda de preço da geladeira, fogão, máquina de lavar, carros, ferragens para obra.
É compreensível que o governo defenda a indústria nacional do aço quando ocorre alguma concorrência predatória, mas não à custa de prejudicar todas as outras indústrias nacionais que consomem aço.
Eis a notícia da "Agência Brasil" que fala sobre o assunto:
Siderurgia pede soluções emergenciais para aumentar competitividade
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro
A siderurgia brasileira está perdendo competitividade sistêmica, de acordo com dados divulgados terç-feira (28) pelo "Instituto Aço Brasil" (IABr), no Rio de Janeiro. A indústria da transformação como um todo vem perdendo participação no Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. A participação caiu de 35,9%, na década de 1980, para 13% no ano passado. Para ratificar esse cenário, o saldo da indústria da transformação na balança comercial caiu de um superávit de US$ 120 bilhões, entre 2002 e 2007, para um déficit de US$ 130 bilhões, entre 2008 e 2013. Com isso, o total da perda da indústria da transformação alcança US$ 250 bilhões, equivalentes a R$ 557 bilhões.
No setor siderúrgico, a perda de competitividade dificulta as exportações e amplia as importações. Em 2013, o total importado pelo setor do aço brasileiro atingiu quase 9,3 milhões de toneladas, revelando dificuldades decorrentes do elevado custo do dinheiro, da energia elétrica e do gás natural, além da infraestrutura deficitária e da desigualdade cambial, disse o presidente executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes.
No primeiro trimestre deste ano, as importações de produtos siderúrgicos somaram 877 mil toneladas, com alta de 3,9% em comparação ao mesmo período de 2013. Enquanto as compras do exterior subiam, as exportações brasileiras de aço, de janeiro a março deste ano - em torno de 2 milhões de toneladas - caíram 19,1% em volume. Em dinheiro, as vendas renderam US$ 1,5 bilhão, com retração de 6,9% em relação a igual trimestre do ano passado. “Foi um desempenho morno”, classificou Lopes.
A produção brasileira de aço alcançou 8,3 milhões de toneladas no trimestre, mostrando elevação de 1,5% sobre o mesmo período de 2013. Segundo Lopes, o Brasil está trabalhando com 73% da capacidade instalada, “quando deveria estar acima de 80%”. Mas avaliou que falta competitividade para reduzir as importações e elevar a capacidade de produção.
A previsão de crescimento de 5,2% da produção para o setor, em 2014, feita no início do ano, tendo por base uma expansão de 2,2% do PIB, terá de ser revista, devido à redução da perspectiva de crescimento do PIB para algo entre 1,5% e 1,7%, disse o presidente do IABr. Acrescentou, contudo, que deverão ser feitos ajustes para baixo, tendo em vista que este é um ano de eleições, haverá a Copa do Mundo e há um quadro geral de insegurança.
“Eu diria que é um cenário difícil, onde nós precisaríamos estar tomando decisões que não estão sendo tomadas”. Na sua avaliação, o remédio, no momento, seria proteção emergencial por um prazo determinado, para que a indústria possa respirar, retornando, ao fim do período estipulado, para a correção das assimetrias existentes.
Visando ampliar a competitividade do aço nacional, o IABr montou a "Coalizão Pró-Competitividade" junto com 20 instituições representativas de vários segmentos econômicos, cuja coordenação, no primeiro momento, está a cargo da "Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos" (Abimaq). Os integrantes da coalizão já tiveram reuniões com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, e têm como próximo passo um encontro com a presidenta Dilma Rousseff, “em um horizonte curto”, acentuou Lopes.
“A coalizão entende que a solução é ir à Presidência da República para discutir soluções emergenciais”, destacou. Esclareceu que, se for mantido o ritmo dos últimos cinco anos, as importações de produtos siderúrgicos representarão 58% no consumo final, no Brasil, em 2022, o que “inviabilizaria a indústria nacional”.
Ele explicou que os países que responderam por 88% da produção mundial do aço, em 2012, aplicam medidas de defesa comercial. “Todo mundo quer acessar mercados e defender seus interesses. O Brasil não pode ser ingênuo e estar com a casa aberta para a entrada desses materiais”, assegurou Lopes. De acordo com os números apresentados, a participação das importações chinesas aumentou 36,4 pontos percentuais, em 13 anos. Já a produção anual de aço do Brasil equivale a 18 dias de produção na China.
Mello Lopes defende que toda a indústria da transformação seja protegida da concorrência predatória. Ele disse que os Estados Unidos fecharam por anos o seu mercado interno, com salvaguardas e outros mecanismos de proteção, para que sua indústria pudesse ser recomposta. “Da mesma maneira, se não quisermos perder a indústria da transformação, acho que, neste momento, a prioridade absoluta é a proteção”. Já o crescimento sustentável está dentro de um contexto mais amplo, que conjuga investimento privado e público, mais poupança, salientou.
O presidente do IABr enfatizou que "a indústria de máquinas e equipamentos, por exemplo, está desaparecendo neste país, e precisa de um apoio emergencial”. O setor constitui um dos principais consumidores de produtos siderúrgicos no Brasil, com participação de 19,7%, depois dos setores da construção civil (37,7%) e do setor automotivo (22,1%)."
FONTE: do blog "Os amigos do Presidente Lula" (http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/04/siderurgia-privatizada-pede-socorro.html). [Trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].
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