Tempos FHC/PSDB
"É a partir do governo Lula que se cria a Controladoria Geral da União; a Polícia Federal multiplica seu efetivo e o número de operações; e as demissões de servidores envolvidos em ilícitos se tornam regra, e não exceção
Por ANTONIO LASSANCE, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), cientista político. (Artigo publicado no Correio do Brasil)
A corrupção ainda é um grave problema no Brasil porque o combate à corrupção ainda está em sua infância. Tem pouco mais de 10 anos.
É a partir do governo Lula que se cria a Controladoria Geral da União; a Polícia Federal multiplica seu efetivo e o número de operações; e as demissões de servidores envolvidos em ilícitos se tornam regra, e não exceção.
É bem verdade que, antes, já existiam a Polícia Federal, o Ministério Público e uma Corregedoria-Geral da União. Mas alguém conhece alguma estatística relevante dessa época? Não existe. O combate à corrupção no governo FHC é traço [zero].
A única estatística mais polpuda daquela época é a do ex-procurador-geral da República de FHC, Geraldo Brindeiro, que, até 2001, tinha em suas gavetas mais de 4 mil processos parados – fato que lhe rendeu o apelido de “engavetador-geral da República”.
De 2003 a 2013, compreendendo os governos de Lula e Dilma, a expulsão de servidores acusados de corrupção quase dobrou, passando de 268, em 2003, para 528, em 2013.
Gráfico 1 – Servidores expulsos do serviço público (2003-2013)
Dados da CGU, disponíveis no Relatório de acompanhamento das punições expulsivas aplicadas a estatutários no âmbito da administração pública federal (mais aqui).
As operações da Polícia Federal saltaram de 9, em 2003, para mais de 200, a partir de 2008 (dados da Polícia Federal).
Gráfico 2 – Operações da Política Federal e número de servidores presos (2003-2012)
Fonte: dados da Polícia Federal, em gráfico produzido em estudo do Instituto Alvorada (mais aqui).
Antes de 2003, se os escândalos envolvessem políticos, aí é que não acontecia nada vezes nada. Apenas dois casos podem ser citados com algum destaque na atuação da PF.
O primeiro foi a prisão de Hildebrando Pascoal, em 1999. Hildebrando era deputado pelo então PFL (hoje DEM) no estado do Acre e acabou condenado por chefiar um grupo de extermínio. Ficou célebre pela sessão de tortura em que uma pessoa teve os olhos perfurados; as pernas, os braços e o pênis amputados com uma motosserra; e um prego cravado na cabeça.
O outro foi o "caso Lunus", a operação da PF de março de 2002 que vasculhou a sede da construtora "Lunus", de propriedade da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, então no PFL. Naquele ano, Roseana era candidata à Presidência da República e estava bem melhor posicionada nas pesquisas do que o candidato do PSDB, José Serra. A operação foi coroada de êxito: criou um escândalo que sepultou a candidatura de Roseana.
O PSDB, que se diz contra o aparelhamento do Estado para fins partidários, tinha à frente da PF o delegado Agílio Monteiro Filho, que se candidataria a deputado federal pelo PSDB no mesmo ano de 2002.
Não existia combate à corrupção política antes de 2003. Isso é coisa do Lula e dessa tal Dilma Rousseff, hoje acusados de fazerem pouco justamente por aqueles que não fizeram nada além de aparelharem o Estado para fins partidários."
FONTE: escrito por ANTONIO LASSANCE, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), cientista político. (Artigo publicado no Correio do Brasil). Transcrito no jornal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/140329/N%C3%A3o-existia-combate-%C3%A0-corrup%C3%A7%C3%A3o-pol%C3%ADtica-antes-do-governo-Lula.htm).
As operações da Polícia Federal saltaram de 9, em 2003, para mais de 200, a partir de 2008 (dados da Polícia Federal).
Gráfico 2 – Operações da Política Federal e número de servidores presos (2003-2012)
Fonte: dados da Polícia Federal, em gráfico produzido em estudo do Instituto Alvorada (mais aqui).
Antes de 2003, se os escândalos envolvessem políticos, aí é que não acontecia nada vezes nada. Apenas dois casos podem ser citados com algum destaque na atuação da PF.
O primeiro foi a prisão de Hildebrando Pascoal, em 1999. Hildebrando era deputado pelo então PFL (hoje DEM) no estado do Acre e acabou condenado por chefiar um grupo de extermínio. Ficou célebre pela sessão de tortura em que uma pessoa teve os olhos perfurados; as pernas, os braços e o pênis amputados com uma motosserra; e um prego cravado na cabeça.
O outro foi o "caso Lunus", a operação da PF de março de 2002 que vasculhou a sede da construtora "Lunus", de propriedade da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, então no PFL. Naquele ano, Roseana era candidata à Presidência da República e estava bem melhor posicionada nas pesquisas do que o candidato do PSDB, José Serra. A operação foi coroada de êxito: criou um escândalo que sepultou a candidatura de Roseana.
O PSDB, que se diz contra o aparelhamento do Estado para fins partidários, tinha à frente da PF o delegado Agílio Monteiro Filho, que se candidataria a deputado federal pelo PSDB no mesmo ano de 2002.
Não existia combate à corrupção política antes de 2003. Isso é coisa do Lula e dessa tal Dilma Rousseff, hoje acusados de fazerem pouco justamente por aqueles que não fizeram nada além de aparelharem o Estado para fins partidários."
FONTE: escrito por ANTONIO LASSANCE, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), cientista político. (Artigo publicado no Correio do Brasil). Transcrito no jornal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/140329/N%C3%A3o-existia-combate-%C3%A0-corrup%C3%A7%C3%A3o-pol%C3%ADtica-antes-do-governo-Lula.htm).
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