Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, sobre críticas aos gastos com a Copa
Gastos com a Copa não prejudicaram investimentos em saúde e educação
Especial para o portal UOL [do grupo tucano "Folha"]
"Uma das maiores paixões do Brasil é o futebol. Por isso, é natural que a realização da Copa do Mundo em nosso país desperte fortes emoções. E é com muita emoção que o significado desse grande evento tem sido analisado.
Infelizmente, porém, tem faltado informação. É exatamente para levar informações precisas e ouvir um amplo leque de opiniões que tenho ido, como representante do governo brasileiro, a todas as cidades-sede para debater com os representantes dos movimentos sociais a importância e as repercussões da Copa para o Brasil.
A "crítica" que mais ouvi até agora é que os gastos do governo federal com a Copa do Mundo prejudicaram os investimentos do país em saúde e educação. Entretanto, esse é um mito que não tem lógica nem fundamento. Não houve gastos do orçamento da União diretamente com a Copa.
Especial para o portal UOL [do grupo tucano "Folha"]
"Uma das maiores paixões do Brasil é o futebol. Por isso, é natural que a realização da Copa do Mundo em nosso país desperte fortes emoções. E é com muita emoção que o significado desse grande evento tem sido analisado.
Infelizmente, porém, tem faltado informação. É exatamente para levar informações precisas e ouvir um amplo leque de opiniões que tenho ido, como representante do governo brasileiro, a todas as cidades-sede para debater com os representantes dos movimentos sociais a importância e as repercussões da Copa para o Brasil.
A "crítica" que mais ouvi até agora é que os gastos do governo federal com a Copa do Mundo prejudicaram os investimentos do país em saúde e educação. Entretanto, esse é um mito que não tem lógica nem fundamento. Não houve gastos do orçamento da União diretamente com a Copa.
Não dá para aceitar que, por causa de investimentos ligados à Copa, a educação e a saúde estejam em péssima situação, como dizem alguns críticos mais exaltados
Nos 12 estádios, que custaram R$ 8 bilhões, o governo federal entrou com R$ 3,9 bilhões de financiamento do BNDES. Mas esses financiamentos serão pagos. Nas obras ligadas à Copa, realizadas nas cidades-sedes, o governo investiu R$ 17,6 bilhões, principalmente nos aeroportos, no transporte público de massa e nas telecomunicações. E essas obras permanecerão como benefícios permanentes para nosso país.
Não dá para aceitar que, por causa desses investimentos, a educação e a saúde estejam em péssima situação, como dizem alguns críticos mais exaltados. Em primeiro lugar, porque os R$ 25,6 bilhões gastos com estádios e obras ligados à Copa, desde 2010, não são comparáveis aos R$ 825,3 bilhões que o governo federal investiu em educação e saúde nesse mesmo período.
Em segundo lugar, porque − ainda que tenhamos muito a melhorar − esses investimentos têm trazido avanços muito importantes. Na educação, basta perguntar a quem teve acesso à universidade graças ao "Reuni" e ao "Prouni", aos milhares de formados pelo "Pronatec", aos alunos de tempo integral do "Mais Educação", ou aos jovens que estão estudando no exterior pelo "Ciência Sem Fronteiras".
O mesmo vale para os milhões de usuários do SUS, o maior sistema público de saúde do mundo, para os beneficiários das novas UPAS e para aqueles atendidos pelos mais de 14 mil profissionais contratados pelo "Mais Médicos". Um exemplo importante da melhoria na saúde é o fato de que, nos últimos dez anos, o Brasil reduziu em 40% a taxa de mortalidade infantil.
Nos 12 estádios, que custaram R$ 8 bilhões, o governo federal entrou com R$ 3,9 bilhões de financiamento do BNDES. Mas esses financiamentos serão pagos. Nas obras ligadas à Copa, realizadas nas cidades-sedes, o governo investiu R$ 17,6 bilhões, principalmente nos aeroportos, no transporte público de massa e nas telecomunicações. E essas obras permanecerão como benefícios permanentes para nosso país.
Não dá para aceitar que, por causa desses investimentos, a educação e a saúde estejam em péssima situação, como dizem alguns críticos mais exaltados. Em primeiro lugar, porque os R$ 25,6 bilhões gastos com estádios e obras ligados à Copa, desde 2010, não são comparáveis aos R$ 825,3 bilhões que o governo federal investiu em educação e saúde nesse mesmo período.
Em segundo lugar, porque − ainda que tenhamos muito a melhorar − esses investimentos têm trazido avanços muito importantes. Na educação, basta perguntar a quem teve acesso à universidade graças ao "Reuni" e ao "Prouni", aos milhares de formados pelo "Pronatec", aos alunos de tempo integral do "Mais Educação", ou aos jovens que estão estudando no exterior pelo "Ciência Sem Fronteiras".
O mesmo vale para os milhões de usuários do SUS, o maior sistema público de saúde do mundo, para os beneficiários das novas UPAS e para aqueles atendidos pelos mais de 14 mil profissionais contratados pelo "Mais Médicos". Um exemplo importante da melhoria na saúde é o fato de que, nos últimos dez anos, o Brasil reduziu em 40% a taxa de mortalidade infantil.
Ainda assim, os movimentos sociais querem mais e estão aproveitando a oportunidade da Copa do Mundo para fazer manifestações e reivindicações. Esse é o papel deles. E esse também é o principal significado da Copa: ela traz amplas oportunidades e é uma conquista para nosso país.
Legado
Não é por acaso que o Brasil tem hoje uma das menores taxas de desemprego do planeta. O processo de preparação para a Copa contribuiu para isso, pois gerou centenas de milhares de novos postos de trabalho, principalmente nas áreas da construção civil e do turismo. Segundo a "Fundação de Estudos e Pesquisas Econômicas" da USP, só a Copa das Confederações, em 2013, gerou 303 mil empregos. E a Copa do Mundo como um todo vai gerar três vezes mais, acrescentando cerca de R$ 30 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2014.
A Copa do Mundo também trouxe a possibilidade de ações de inclusão social e de sustentabilidade ambiental. Serão destinados 50 mil ingressos gratuitos a beneficiários do "Bolsa Família" e representantes dos povos indígenas.
Nas cidades-sede, haverá coleta seletiva de materiais recicláveis dentro e fora dos estádios, em parceria com cooperativas de catadores. O "Pronatec Copa" está capacitando milhares de trabalhadores para a recepção aos turistas.
A previsão, no setor de turismo, é de que se abram cerca de 50 mil novos empregos no período da Copa, para atender os 600 mil turistas estrangeiros (o dobro da África do Sul) e os 3 milhões de turistas brasileiros que vão viajar pelo país para acompanhar os jogos. E a ampliação do turismo, com a divulgação da imagem do país no exterior, é um ganho que vai permanecer por muitos anos.
A Copa só veio para o Brasil depois de grande disputa internacional, porque, antes, nós vencemos a batalha contra a miséria e a batalha da inclusão social. Mas há muitas outras batalhas a vencer. E estamos dispostos a caminhar juntos nessa perspectiva. O governo federal não está tomando nenhuma iniciativa para inibir críticas ou protestos. O Brasil é um país democrático e as manifestações populares são essenciais para nossa democracia.
Os turistas que presenciarem essas manifestações durante a Copa vão testemunhar que o Brasil é um país livre, onde a cidadania se manifesta, protesta e expressa seus anseios. Nós só temos a preocupação de que as manifestações, seja em relação à Copa ou aos temas sociais, ocorram sem violência, a partir de informações corretas, completas e sem distorções.
Finalmente, a Copa do Mundo será também uma oportunidade de reflexão, pois o tema da disputa no Brasil será "Pela paz e contra o racismo". Em todos os jogos haverá ações nesse sentido. O povo brasileiro vai receber os turistas com sua alegria e hospitalidade e vai celebrar a Copa como um momento de festa e congraçamento entre os países que aqui estarão representados. É assim que vamos fazer a Copa das Copas."
FONTE: do portal UOL [do grupo tucano "Folha"] (http://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2014/05/07/gastos-com-a-copa-nao-prejudicaram-investimentos-em-saude-e-educacao.htm).
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