Ansioso blogueiro em frente ao estádio aquático e obras de parque gigantesco em torno, em obras para as Olimpíadas de Londres 2012
Por Paulo Henrique Amorim
“É preciso voltar ao Brasil para se dar conta de que os Urubólogos dominam a cena do PiG (*) e, por definição, da Oposição, de forma irremediável.
Este ansioso blogueiro esteve em Londres a tempo de acompanhar alguns dos trágicos desdobramentos da violência que ocupou os bairros pobres de Londres, a partir de Tottenham e Hackney e se estendeu a Manchester, Birmingham e outras cidades.
Pela primeira vez, a causa imediata dos distúrbios não foi a discriminação racial –embora seja um dos ingredientes.
Segundo “The Guardian” –Ah ! Como é bom não ler a Folha (**) ao acordar !– os manifestantes são homens entre 18 e 30 anos, de cor da pele diversificada e com duas características comuns.
Saem de lares desestruturados e não têm emprego.
É a geração do “no future”.
Do “nada a perder”.
Como disse um articulista do “Guardian” –interessante, mas, os jornais ingleses têm articulistas que merecem ser lidos– não se pode responsabilizar esses jovens por um “desenraizamento”, por não se integrarem à sociedade.
Afinal, diz o articulista, a Inglaterra aprendeu com Margaret Thatcher que custava muito caro manter a “sociedade”, para valer a pena nela incluir todos –inclusive os de “no future”.
Este ansioso blogueiro entrevistou Bill Hanway, o diretor executivo de operações da empresa AECOM de planejamento urbano, que concebeu e construiu o Parque Olímpico para as Olimpíadas de Londres 2012.
O conceito central é usar as Olimpíadas para melhorar os bairros pobres.
Assim, dos 5,6 bilhões de libras que as Olimpíadas custarão, 70% vão para obras de infraestrutura.
Apesar da crise econômica, Londres é um canteiro de obras do metrô.
Não se recomenda, por exemplo, passear de táxi pelo centro, através da Regent Street.
O trânsito está infernal com as obras do metrô.
Hanway sabe que uma linha de metrô não tira ninguém da miséria.
Nem dá futuro a jovem desesperado.
Mas ajuda.
Assim que acabou a entrevista, ele me pergunta o que acho dos distúrbios na cidade.
Digo meia dúzia de banalidades.
E ele conclui com uma advertência ao Brasil.
Quando as sociedades estão com dinheiro, têm a obrigação de devolver dinheiro ao povo.
Senão, o povo, um dia, vai para a rua e arrebenta tudo.
Na entrevista que deu à Carta Capital, Dilma diz a certa altura:
“Farei tudo o que estiver ao meu alcance para que o Brasil, até 2014, tire 16 milhões de cidadãos da miséria. Que a nossa classe média tenha na educação um caminho para manter sua condição e que aqueles que estão um pouquinho acima na pirâmide social … passem para a classe média. Quero consolidar um Brasil de classe média.”
Na página 33 do Globo, de domingo, Delfim Netto diz que as agências de classificação de risco são todas 171 (do Código Penal).
E conclui, depois de elogiar o Tombini e o Mantega:
“Para enfrentar a crise, temos que preservar o mercado interno. Não se pode estimular o desânimo no consumo.”
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político –o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; jornal da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.”
FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim e publicado em seu portal “Conversa Afiada” (http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2011/08/15/dilma-e-delfim-o-importante-e-a-classe-media/).
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