DIRCEU DEFENDE MAIS INVESTIMENTO NAS FORÇAS ARMADAS

Por Sergio Torres, no "Estadão":

“O ex-ministro José Dirceu cobrou ontem do governo da presidente Dilma Rousseff mais investimento nas Forças Armadas. Ele defendeu a modernização do Exército e da Marinha. Disse, ainda, que o Brasil precisa fabricar "mísseis de defesa" e voltar a produzir caças para a frota da Aeronáutica.

Réu no processo do mensalão (*) em que é chamado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de "chefe da quadrilha", Dirceu, ao palestrar em seminário sobre petróleo produzido pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, afirmou que "um país da dimensão do Brasil não pode deixar de ter poder militar defensivo tecnologicamente avançado".

[(*) OBS deste blog 'democracia&política':

O acusador que motivou o processo do mensalão, deputado Roberto Jefferson, esta semana comunicou à Justiça que sua acusação não tinha fundamento. O que aconteceu na movimentação de recursos entre partidos da base, chamada de "mensalão", foi de forma correta, legal e rotineira em toda a história política brasileira. Afirmou que a denúncia dele era sem provas. 

Foi movida por interesse político dele, da oposição e da grande mídia, que visavam impeachment ou golpe para destituir Lula e assim a direita (PSDB/DEM/PPS) voltar ao poder, já que pelo voto seria muito difícil evitar a reeleição de Lula].

[Continua o 'Estadão:]

"A indústria de defesa nacional está sendo recriada. Temos de ter defesa própria regional do Atlântico Sul. Temos de proteger nossa riqueza do pré-sal com uma Marinha em águas azuis. Temos de ter Força Aérea produzindo caças no Brasil. Temos tecnologia para produzir não só aviões, como mísseis de defesa", discursou o ex-ministro, para cerca de 200 conferencistas, do quais 80% estrangeiros. O presidente da Câmara, Charles Tang, o apresentou como uma espécie "de primeiro ministro" do governo que estruturou o processo de desenvolvimento brasileiro.

FATOR DE MODERAÇÃO

Para Dirceu, o Exército precisa ser "totalmente" modernizado, porque o País necessita de "uma Força Armada defensiva" [a atual tem capacidade de defesa relativamente simbólica, até na comparação com países sul-americanos, como o Chile, o Peru, a Venezuela].

"Nós não temos nenhum problema fronteiriço, nenhum litígio político com nenhum país da América do Sul. Somos como a China, uma força em desenvolvimento", afirmou. "A China é o principal fator de moderação de paz no mundo de hoje."

Apontado por engano como representante da Casa Civil no programa de seminário sobre petróleo promovido pela Câmara de Comércio Brasil-China, o ex-ministro fez elogios aos governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que "transformou o Ministério da Defesa em realidade".

Além da cobrança de mais investimentos nos setores militares, Dirceu criticou o quadro educacional. Segundo ele, a educação no Brasil "ainda está no século passado". Afirmou, também, que "o Brasil tem de eliminar a pobreza até 2022", pois "é uma vergonha um país com riqueza e desenvolvimento ter ainda o índice de pobreza que temos".

FONTE: “O Estado de São Paulo”. Transcrito no site “DefesaNet”  (http://www.defesanet.com.br/defesa/noticia/2766/Dirceu-cobra-mais-investimento-nas-Forcas-Armadas) [trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].