Vídeo em farsi, legendado em francês
Aiatolá Ali Khamenei: “O Irã nunca cede a ameaças. Os EUA perderam a honra”
Discurso proferido em 6/5/2015 pelo "Guia Supremo da República Islâmica do Irã", Aiatolá Sayed Ali Khamenei. Título em francês "Ali Khamenei : «L'Iran ne cède jamais aux menaces, les Etats-Unis ont perdu tout honneur» (VOSTFR). Transcrições em farsi e inglês. Enviado por Sayed Hasan e excerto traduzido para o português pelo "pessoal da Vila Vudu". Postado no "Redecastorphoto"
"Nesse discurso, Sayed Ali Khamenei relembra as razões da hostilidade do ocidente contra o Irã, a saber, o fato de que o Irã é potência independente e anti-imperialista, que soube resistir a todas as tentativas de desestabilização orquestradas do exterior do Irã. Como para a reaproximação com Cuba, trata-se de os EUA reconhecerem o fracasso de sua política de agressão total (econômica, militar, diplomática, midiática etc.) visando a impor uma ‘mudança de regime’ a nações cujos regimes gozam de amplo apoio popular. Sayed Khamenei denuncia as ameaças de ataque militar como fanfarronices vãs, e lembra que, com a agressão norte-americana e saudita contra o Iêmen, os EUA perderam toda a honra e a respeitabilidade que tivessem no Oriente Médio e no mundo.
Sua Eminência Aiatolá Sayed Ali Khamenei: [Excerto] “Há outro ponto que não tem relação com o sistema educacional, mas é umas das questões fundamentais do país. Esse ponto concerne ao modo como os inimigos comportam-se na relação com a República Islâmica.
Ao longo dos últimos 35 anos, a grandeza do movimento glorioso e do nosso povo sempre atraiu a atenção de inimigos. Muitas vezes, vangloriaram-se exibindo a própria vaidade e suas fanfarronadas, e fizeram tudo o que puderam fazer contra nós. Mas, de um modo ou de outro, sempre manifestaram temor respeitoso pelo povo do Irã e pela República Islâmica. Consequentemente, temos de preservar tudo isso. O temor respeitoso – que é realidade, não é ilusão – tem de ser preservado. Somos grande país com mais de 70 milhões de habitantes, e temos passado cultural e histórico profundo e mais original que o passado cultural e histórico de muitos países do mundo. Somos povo corajoso e determinado. Somos povo que defendemos nossa identidade e nosso caráter nacional.
Exemplo disso se viu durante os oito anos da Sagrada Defesa [1980-1988, a “Guerra Imposta” por Saddam Hussein contra o Irã]. Ao longo daqueles oito anos, todas as potências mundiais a leste e a oeste, bem como seus agentes e asseclas uniram forças para pôr de joelhos o povo iraniano, o que jamais conseguiram. O povo iraniano, portanto, não poderia expor-se aos olhos dos observadores mundiais em toda nossa grandeza e glória?
É claro que essa grandeza deve ser preservada. Os responsáveis políticos de diferentes países e os bem informados nos disseram – alguns disseram diretamente, outros não, mas falaram disso entre eles, e fomos informados – que se as sanções que nossos inimigos nos impuseram e as pressões que fizeram contra a República Islâmica tivessem sido impostas e feitas contra qualquer outro país, elas teriam reduzido qualquer outro país a nada. Mas não fizeram tremer a República Islâmica.
[Vozes da audiência: “Maior é Deus! Khomeini e Khamenei são nossos líderes!” “Morte aos EUA! Morte a Israel!”]
Nós somos efetivamente uma grande potência. Não se trata de incidente de somenos; essa é uma realidade essencial.
Claro está que a propaganda mundial impõe sempre um manto, uma cortina, uma névoa para que os públicos não percebam corretamente as realidades. Enquanto isso, muita gente, pelo mundo e em numerosos países – sobretudo países próximos de nós – veem bem essas realidades. Todos os políticos pelo mundo veem essas realidades. Vocês não devem dar nenhuma atenção ao que dizem esses dirigentes nacionais, políticos e porta-vozes de diferentes países ocidentais e europeus, nos EUA e em outros pontos do mundo – que com frequência fazem declarações absurdas. Eles também conhecem a grandeza, a glória, a potência e a competência do povo iraniano, embora nada digam, pensando só nos seus próprios interesses.
Já várias vezes falei das negociações nucleares e de outras questões, e já comunicamos nossas exigências, mas todos – incluídos os responsáveis pela política exterior, outros responsáveis e as elites da sociedade – devem prestar atenção ao fato de que, se um povo não defende adequadamente a própria identidade e a própria grandeza ante potências estrangeiras, ele com certeza será rebaixado. Disso não há dúvidas. Temos de apreciar o valor de nosso caráter e de nossa identidade.
Os inimigos continuam a nos ameaçar. Ainda há poucos dias, dois políticos norte-americanos fizeram ameaças militares. E as mesmas ameaças foram feitas por inúmeros outros políticos que não ocupam postos importantes e sensíveis. Não compreendo. O que significam as negociações, à sombra dessas ameaças? Querem que negociemos sob ameaça! É como se erguessem uma espaça sobre nossas cabeças!
O povo do Irã não é assim. O povo do Irã não admite negociar sob ameaças. Por que nos ameaçam? Por que dizem tais absurdos? Dizem que em tal e tal caso, podem atacar o Irã. Para começar, ao diabo as ameaças de vocês!
[Vozes da audiência: “Maior é Deus! Khomeini e Khamenei são nossos líderes!” “Morte aos EUA! Morte a Israel!”]
Vocês não ousarão nos atacar. E, segundo, já disse àquela época ao antigo presidente dos EUA – naquela época, ele também fazia ameaças –, que o tempo dos ataques relâmpago (atacar e fugir) está acabado. Vocês já não podem supor que “Atacamos e fugimos correndo” [risos na plateia]. Já não existe esse tipo de coisa. Vocês se afundarão e nós os rastrearemos e apanharemos. O povo do Irã nunca deixará escapar quem tente qualquer violência contra nós. Rastrearemos e apanharemos qualquer um que tente tal coisa contra nós.
Todos, todo o mundo – inclusive os negociadores – que prestem muita atenção a isso. Nossos negociadores devem manter atentamente em consideração as nossas linhas vermelhas e nossas principais orientações. Sim, eles já fazem exatamente isso. Pela graça de Alá, continuarão a tomá-las em consideração e não violarão as linhas vermelhas.
Assim sendo, é absolutamente inaceitável que os norte-americanos tanto ameacem. Por que ameaçam tanto? Essas negociações são tão necessárias para eles, quanto para nós. Sim, claro, queremos o fim das sanções, mas mesmo que não acabem, algum jeito sempre daremos para lidar com as dificuldades. Está provado! Já falei sobre essa questão [Khamenei, “Economia de Resistência”[1]], e felizmente, hoje, já vejo o que dizem os economistas e outros diferentes responsáveis e os que conhecem bem as questões econômicas do país. Eles dizem que não é verdade que os problemas econômicos do país sejam tributários das sanções, e que os problemas econômicos não possam ser resolvidos, se as sanções não forem levantadas.
Os problemas econômicos podem ser resolvidos com nossa própria determinação, nossa vontade, nossas ações e nossas medidas, haja ou não haja sanções. Claro que, se as sanções sumirem, será tudo mais fácil. Com as sanções aí, será um pouco mais difícil, mas é possível.
Essa é nossa perspectiva sobre o tema das negociações, mas o atual governo dos EUA precisa realmente, e muito, dessas negociações.
Um dos pontos que os norte-americanos muito repetem é que teriam conseguido levar a República Islâmica à mesa de negociações e impor a ela uma ou outra coisa. Dizem, porque precisam disso. Se nossos adversários não precisassem dessas negociações mais do que nós precisamos – como é precisamente o caso –, no mínimo precisariam delas tanto quanto nós. Assim sendo, por que tantas ameaças?
Não concordo de modo algum com negociações conduzidas à sombra de ameaças. Nossos responsáveis podem ir e discutir. Podem negociar e chegar a um acordo. Tudo isso é aceitável – evidentemente, se e somente se forem observadas as principais linhas diretrizes –, mas em nenhum caso devem aceitar a coerção, a intimidação, a humilhação ou quaisquer ameaças.
Hoje, a reputação dos EUA está arruinada em todo o mundo. A ação do governo saudita no Iêmen não pode ser justificada de modo algum, por nenhuma lógica ou argumento. Se alguém manda aviões para outro país, perguntando “Por que querem vocês que cicrano ou beltrano governe? Por que uma pessoa, não outra?”, e se a mesma pessoa decide agredir o povo, tomar por alvo peças de infraestrutura, cometer crimes, matar mulheres e crianças e incendiar as cidades... nada há que justifique esses atos. Não há. Mas os norte-americanos apoiam esse grande crime e essa ação injustificável.
Pode haver desonra e vergonha maiores que essas? Hoje, os EUA não têm honra, não lhes sobra nenhuma dignidade aos olhos dos povos da região. Todo o mundo vê essa situação.
Os norte-americanos dizem abertamente que fazem o que fazem e que não se sentem de modo algum envergonhados do que fazem. Na sequência, nos perguntam: “Por que vocês querem mandar ajuda [ao povo do Iêmen]?”
Gostaríamos de enviar uma ajuda farmacêutica, medicamentos para os feridos. Nunca quereríamos enviar armas, porque lá não há falta de armas. Todas as bases militares e forças armadas iemenitas estão em mãos das massas revolucionárias e do grupo “Ansarullah” [que os sunitas e a mídia-empresa ocidental chamam de “os houthis” (NTs)]. Esses iemenitas não precisam de nossas armas.
Queríamos enviar-lhe medicamentos, mas os EUA impuseram sítio [bloqueio] de medicamentos contra todo um povo. Os EUA lhes impuseram bloqueio de alimentos e energia e, na sequência, decidiram “Ninguém pode ajudá-los”.
Os norte-americanos impediram até que o Crescente Vermelho levasse ajuda humanitária ao povo sacrificado do Iêmen. Os próprios norte-americanos fornecem informação militar aos sauditas. Fornecem armas e recursos a eles e lhes garantem apoio político. Os EUA já não têm boa reputação, nem lhes resta qualquer honra.
A via que o grande povo do Irã escolheu é via razoável, sólida e promissora. Para grande desassossego dos inimigos, nossa via será produtiva e frutuosa e o povo do Irã conhecerá o sucesso. Então, o inimigo verá que fracassou no intento de alcançar seus objetivos viciosos contra o povo do Irã.
Que a misericórdia de Deus esteja com nossos amados mártires, que sacrificaram a vida, e com nosso Imã magnânimo, Imã Khomeini, que nos abriu essa via. Que a misericórdia de Deus esteja com vocês, queridos irmãos e irmãs, crentes e entusiastas, que têm papel tão grande nesse palco.
Que a paz de Deus desça sobre vocês, com Sua misericórdia e Suas bênçãos."
[fim do excerto]
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Nota dos tradutores:
[1] 12/3/2014, em audiência aos responsáveis econômicos do governo: “Economia de Resistência” não é ‘austeridade’; ela se serve, isso sim, de políticas que assegurarão o conforto e a prosperidade da sociedade (...) São políticas que representam uma solução dinâmica e de longo prazo para a economia do país, uma vez que realizam os objetivos econômicos da Ordem da República Islâmica.” Na verdade, a aplicação da política da "Economia da Resistência" é uma variante da gestão do consumo, centrada no reajustamento do modelo de consumo e na propagação da cultura da produção nacional, sempre insistindo num programa que visa a assegurar a promoção qualitativa e concorrencial da produção. Nesse sentido, a "Economia de Resistência" distingue-se da austeridade econômica, porque a "Economia de Resistência" não limita recursos, mas promove o uso qualificado, da melhor maneira possível, dos recursos existentes, acompanhando um programa-calendário. Enquanto nos programas da chamada ‘austeridade’ econômica, eles partem de recursos e em capitais limitados, o que obriga a cortar o orçamento público ou a reduzir o consumo para, com isso, enfrentar as limitações e dificuldades.
Ponto essencial a destacar na "Economia de Resistência" é que ela visa a apoiar a produção nacional e a trabalhar para ampliá-la, consideradas as capacidades econômicas do país. (...) Nesse sentido, os contornos da "Economia de Resistência" definem-se em diferentes eixos: encorajar os investimentos, no plano das exportações, na planificação de uma economia nacional apropriada às exigências da exportação, constituição de novos mercados, diversificação de laços econômicos com diferentes países, sobretudo com os países da região (...). Essas são medidas que se encontram, na perspectiva da "Economia de Resistência", nos antípodas da economia dependente e de consumo, necessitando, não só um movimento dinâmico, mas também reformas na estrutura econômica com vistas ao futuro” (12/3/2014, Ali Khamenei, Quels sont les objectifs de l’économie de Résistance?, excerto aqui traduzido)."
FONTE: discurso proferido em 6/5/2015 pelo "Guia Supremo da República Islâmica do Irã", Aiatolá Sayed Ali Khamenei. Título em francês "Ali Khamenei : «L'Iran ne cède jamais aux menaces, les Etats-Unis ont perdu tout honneur» (VOSTFR). Transcrições em farsi e inglês. Enviado por Sayed Hasan e excerto traduzido para o português pelo "pessoal da Vila Vudu". Postado no "Redecastorphoto" por Castor Filho (http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2015/05/aiatola-ali-khamenei-o-ira-nunca-cede.html).
Discurso proferido em 6/5/2015 pelo "Guia Supremo da República Islâmica do Irã", Aiatolá Sayed Ali Khamenei. Título em francês "Ali Khamenei : «L'Iran ne cède jamais aux menaces, les Etats-Unis ont perdu tout honneur» (VOSTFR). Transcrições em farsi e inglês. Enviado por Sayed Hasan e excerto traduzido para o português pelo "pessoal da Vila Vudu". Postado no "Redecastorphoto"
"Nesse discurso, Sayed Ali Khamenei relembra as razões da hostilidade do ocidente contra o Irã, a saber, o fato de que o Irã é potência independente e anti-imperialista, que soube resistir a todas as tentativas de desestabilização orquestradas do exterior do Irã. Como para a reaproximação com Cuba, trata-se de os EUA reconhecerem o fracasso de sua política de agressão total (econômica, militar, diplomática, midiática etc.) visando a impor uma ‘mudança de regime’ a nações cujos regimes gozam de amplo apoio popular. Sayed Khamenei denuncia as ameaças de ataque militar como fanfarronices vãs, e lembra que, com a agressão norte-americana e saudita contra o Iêmen, os EUA perderam toda a honra e a respeitabilidade que tivessem no Oriente Médio e no mundo.
Sua Eminência Aiatolá Sayed Ali Khamenei: [Excerto] “Há outro ponto que não tem relação com o sistema educacional, mas é umas das questões fundamentais do país. Esse ponto concerne ao modo como os inimigos comportam-se na relação com a República Islâmica.
Ao longo dos últimos 35 anos, a grandeza do movimento glorioso e do nosso povo sempre atraiu a atenção de inimigos. Muitas vezes, vangloriaram-se exibindo a própria vaidade e suas fanfarronadas, e fizeram tudo o que puderam fazer contra nós. Mas, de um modo ou de outro, sempre manifestaram temor respeitoso pelo povo do Irã e pela República Islâmica. Consequentemente, temos de preservar tudo isso. O temor respeitoso – que é realidade, não é ilusão – tem de ser preservado. Somos grande país com mais de 70 milhões de habitantes, e temos passado cultural e histórico profundo e mais original que o passado cultural e histórico de muitos países do mundo. Somos povo corajoso e determinado. Somos povo que defendemos nossa identidade e nosso caráter nacional.
Exemplo disso se viu durante os oito anos da Sagrada Defesa [1980-1988, a “Guerra Imposta” por Saddam Hussein contra o Irã]. Ao longo daqueles oito anos, todas as potências mundiais a leste e a oeste, bem como seus agentes e asseclas uniram forças para pôr de joelhos o povo iraniano, o que jamais conseguiram. O povo iraniano, portanto, não poderia expor-se aos olhos dos observadores mundiais em toda nossa grandeza e glória?
É claro que essa grandeza deve ser preservada. Os responsáveis políticos de diferentes países e os bem informados nos disseram – alguns disseram diretamente, outros não, mas falaram disso entre eles, e fomos informados – que se as sanções que nossos inimigos nos impuseram e as pressões que fizeram contra a República Islâmica tivessem sido impostas e feitas contra qualquer outro país, elas teriam reduzido qualquer outro país a nada. Mas não fizeram tremer a República Islâmica.
[Vozes da audiência: “Maior é Deus! Khomeini e Khamenei são nossos líderes!” “Morte aos EUA! Morte a Israel!”]
Nós somos efetivamente uma grande potência. Não se trata de incidente de somenos; essa é uma realidade essencial.
Claro está que a propaganda mundial impõe sempre um manto, uma cortina, uma névoa para que os públicos não percebam corretamente as realidades. Enquanto isso, muita gente, pelo mundo e em numerosos países – sobretudo países próximos de nós – veem bem essas realidades. Todos os políticos pelo mundo veem essas realidades. Vocês não devem dar nenhuma atenção ao que dizem esses dirigentes nacionais, políticos e porta-vozes de diferentes países ocidentais e europeus, nos EUA e em outros pontos do mundo – que com frequência fazem declarações absurdas. Eles também conhecem a grandeza, a glória, a potência e a competência do povo iraniano, embora nada digam, pensando só nos seus próprios interesses.
Já várias vezes falei das negociações nucleares e de outras questões, e já comunicamos nossas exigências, mas todos – incluídos os responsáveis pela política exterior, outros responsáveis e as elites da sociedade – devem prestar atenção ao fato de que, se um povo não defende adequadamente a própria identidade e a própria grandeza ante potências estrangeiras, ele com certeza será rebaixado. Disso não há dúvidas. Temos de apreciar o valor de nosso caráter e de nossa identidade.
Os inimigos continuam a nos ameaçar. Ainda há poucos dias, dois políticos norte-americanos fizeram ameaças militares. E as mesmas ameaças foram feitas por inúmeros outros políticos que não ocupam postos importantes e sensíveis. Não compreendo. O que significam as negociações, à sombra dessas ameaças? Querem que negociemos sob ameaça! É como se erguessem uma espaça sobre nossas cabeças!
O povo do Irã não é assim. O povo do Irã não admite negociar sob ameaças. Por que nos ameaçam? Por que dizem tais absurdos? Dizem que em tal e tal caso, podem atacar o Irã. Para começar, ao diabo as ameaças de vocês!
[Vozes da audiência: “Maior é Deus! Khomeini e Khamenei são nossos líderes!” “Morte aos EUA! Morte a Israel!”]
Vocês não ousarão nos atacar. E, segundo, já disse àquela época ao antigo presidente dos EUA – naquela época, ele também fazia ameaças –, que o tempo dos ataques relâmpago (atacar e fugir) está acabado. Vocês já não podem supor que “Atacamos e fugimos correndo” [risos na plateia]. Já não existe esse tipo de coisa. Vocês se afundarão e nós os rastrearemos e apanharemos. O povo do Irã nunca deixará escapar quem tente qualquer violência contra nós. Rastrearemos e apanharemos qualquer um que tente tal coisa contra nós.
Todos, todo o mundo – inclusive os negociadores – que prestem muita atenção a isso. Nossos negociadores devem manter atentamente em consideração as nossas linhas vermelhas e nossas principais orientações. Sim, eles já fazem exatamente isso. Pela graça de Alá, continuarão a tomá-las em consideração e não violarão as linhas vermelhas.
Assim sendo, é absolutamente inaceitável que os norte-americanos tanto ameacem. Por que ameaçam tanto? Essas negociações são tão necessárias para eles, quanto para nós. Sim, claro, queremos o fim das sanções, mas mesmo que não acabem, algum jeito sempre daremos para lidar com as dificuldades. Está provado! Já falei sobre essa questão [Khamenei, “Economia de Resistência”[1]], e felizmente, hoje, já vejo o que dizem os economistas e outros diferentes responsáveis e os que conhecem bem as questões econômicas do país. Eles dizem que não é verdade que os problemas econômicos do país sejam tributários das sanções, e que os problemas econômicos não possam ser resolvidos, se as sanções não forem levantadas.
Os problemas econômicos podem ser resolvidos com nossa própria determinação, nossa vontade, nossas ações e nossas medidas, haja ou não haja sanções. Claro que, se as sanções sumirem, será tudo mais fácil. Com as sanções aí, será um pouco mais difícil, mas é possível.
Essa é nossa perspectiva sobre o tema das negociações, mas o atual governo dos EUA precisa realmente, e muito, dessas negociações.
Um dos pontos que os norte-americanos muito repetem é que teriam conseguido levar a República Islâmica à mesa de negociações e impor a ela uma ou outra coisa. Dizem, porque precisam disso. Se nossos adversários não precisassem dessas negociações mais do que nós precisamos – como é precisamente o caso –, no mínimo precisariam delas tanto quanto nós. Assim sendo, por que tantas ameaças?
Não concordo de modo algum com negociações conduzidas à sombra de ameaças. Nossos responsáveis podem ir e discutir. Podem negociar e chegar a um acordo. Tudo isso é aceitável – evidentemente, se e somente se forem observadas as principais linhas diretrizes –, mas em nenhum caso devem aceitar a coerção, a intimidação, a humilhação ou quaisquer ameaças.
Hoje, a reputação dos EUA está arruinada em todo o mundo. A ação do governo saudita no Iêmen não pode ser justificada de modo algum, por nenhuma lógica ou argumento. Se alguém manda aviões para outro país, perguntando “Por que querem vocês que cicrano ou beltrano governe? Por que uma pessoa, não outra?”, e se a mesma pessoa decide agredir o povo, tomar por alvo peças de infraestrutura, cometer crimes, matar mulheres e crianças e incendiar as cidades... nada há que justifique esses atos. Não há. Mas os norte-americanos apoiam esse grande crime e essa ação injustificável.
Pode haver desonra e vergonha maiores que essas? Hoje, os EUA não têm honra, não lhes sobra nenhuma dignidade aos olhos dos povos da região. Todo o mundo vê essa situação.
Os norte-americanos dizem abertamente que fazem o que fazem e que não se sentem de modo algum envergonhados do que fazem. Na sequência, nos perguntam: “Por que vocês querem mandar ajuda [ao povo do Iêmen]?”
Gostaríamos de enviar uma ajuda farmacêutica, medicamentos para os feridos. Nunca quereríamos enviar armas, porque lá não há falta de armas. Todas as bases militares e forças armadas iemenitas estão em mãos das massas revolucionárias e do grupo “Ansarullah” [que os sunitas e a mídia-empresa ocidental chamam de “os houthis” (NTs)]. Esses iemenitas não precisam de nossas armas.
Queríamos enviar-lhe medicamentos, mas os EUA impuseram sítio [bloqueio] de medicamentos contra todo um povo. Os EUA lhes impuseram bloqueio de alimentos e energia e, na sequência, decidiram “Ninguém pode ajudá-los”.
Os norte-americanos impediram até que o Crescente Vermelho levasse ajuda humanitária ao povo sacrificado do Iêmen. Os próprios norte-americanos fornecem informação militar aos sauditas. Fornecem armas e recursos a eles e lhes garantem apoio político. Os EUA já não têm boa reputação, nem lhes resta qualquer honra.
A via que o grande povo do Irã escolheu é via razoável, sólida e promissora. Para grande desassossego dos inimigos, nossa via será produtiva e frutuosa e o povo do Irã conhecerá o sucesso. Então, o inimigo verá que fracassou no intento de alcançar seus objetivos viciosos contra o povo do Irã.
Que a misericórdia de Deus esteja com nossos amados mártires, que sacrificaram a vida, e com nosso Imã magnânimo, Imã Khomeini, que nos abriu essa via. Que a misericórdia de Deus esteja com vocês, queridos irmãos e irmãs, crentes e entusiastas, que têm papel tão grande nesse palco.
Que a paz de Deus desça sobre vocês, com Sua misericórdia e Suas bênçãos."
[fim do excerto]
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Nota dos tradutores:
[1] 12/3/2014, em audiência aos responsáveis econômicos do governo: “Economia de Resistência” não é ‘austeridade’; ela se serve, isso sim, de políticas que assegurarão o conforto e a prosperidade da sociedade (...) São políticas que representam uma solução dinâmica e de longo prazo para a economia do país, uma vez que realizam os objetivos econômicos da Ordem da República Islâmica.” Na verdade, a aplicação da política da "Economia da Resistência" é uma variante da gestão do consumo, centrada no reajustamento do modelo de consumo e na propagação da cultura da produção nacional, sempre insistindo num programa que visa a assegurar a promoção qualitativa e concorrencial da produção. Nesse sentido, a "Economia de Resistência" distingue-se da austeridade econômica, porque a "Economia de Resistência" não limita recursos, mas promove o uso qualificado, da melhor maneira possível, dos recursos existentes, acompanhando um programa-calendário. Enquanto nos programas da chamada ‘austeridade’ econômica, eles partem de recursos e em capitais limitados, o que obriga a cortar o orçamento público ou a reduzir o consumo para, com isso, enfrentar as limitações e dificuldades.
Ponto essencial a destacar na "Economia de Resistência" é que ela visa a apoiar a produção nacional e a trabalhar para ampliá-la, consideradas as capacidades econômicas do país. (...) Nesse sentido, os contornos da "Economia de Resistência" definem-se em diferentes eixos: encorajar os investimentos, no plano das exportações, na planificação de uma economia nacional apropriada às exigências da exportação, constituição de novos mercados, diversificação de laços econômicos com diferentes países, sobretudo com os países da região (...). Essas são medidas que se encontram, na perspectiva da "Economia de Resistência", nos antípodas da economia dependente e de consumo, necessitando, não só um movimento dinâmico, mas também reformas na estrutura econômica com vistas ao futuro” (12/3/2014, Ali Khamenei, Quels sont les objectifs de l’économie de Résistance?, excerto aqui traduzido)."
FONTE: discurso proferido em 6/5/2015 pelo "Guia Supremo da República Islâmica do Irã", Aiatolá Sayed Ali Khamenei. Título em francês "Ali Khamenei : «L'Iran ne cède jamais aux menaces, les Etats-Unis ont perdu tout honneur» (VOSTFR). Transcrições em farsi e inglês. Enviado por Sayed Hasan e excerto traduzido para o português pelo "pessoal da Vila Vudu". Postado no "Redecastorphoto" por Castor Filho (http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2015/05/aiatola-ali-khamenei-o-ira-nunca-cede.html).
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