ONU critica Israel por colonização em territórios palestinos
"O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, criticou na sexta-feira (15) Israel por expandir a "colonização" [invasão e apropriação de territórios da Palestina] nos territórios ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Leste. Segundo ele, isso é ilegal de acordo com o direito internacional.
Por Mariana Bazo, da agência norte-americana de notícias "Reuters"
“O secretário-geral lamenta profundamente a continuação da 'colonização' [sic] por parte das autoridades israelenses”, disse, em comunicado, um porta-voz de Ban Ki-moon. O secretário-geral da ONU reiterou que as colonizações são “ilegais sob a legislação internacional” e apelou ao governo de Israel para que “pare e anule esse tipo de decisões”.
Ban Ki-moon disse que a comunidade internacional “não vai reconhecer ações unilaterais sobre o terreno” e insistiu que o estatuto de Jerusalém “só pode ser resolvido por meio de negociações”.
Nos últimos dias, a União Europeia solicitou a Israel que recue na sua intenção de aumentar a colonização, por considerar que ameaça a solução dos dois Estados e gera dúvidas sobre a autenticidade do seu compromisso em negociar um acordo com os palestinos.
FONTE: reportagem de Mariana Bazo, da agência norte-americana de notícias "Reuters". Transcrita pela Agência Brasil e postada no portal "Vermelho" (http://www.vermelho.org.br/noticia/264049-9).
COMPLEMENTAÇÃO 1
Os 67 anos da catástrofe palestina
Entretanto, o povo palestino, apesar das dificuldades, está determinado a continuar lutando por seus direitos e para encerrar a ocupação, criando um Estado independente nas fronteiras de junho de 1967, com Jerusalém Leste como capital, resolvendo a questão dos refugiados com base nas resoluções do direito internacional.
Acreditamos no fim da divisão interna palestina e na formação de uma estratégia nacional através do diálogo nacional, com a participação de todas as forças políticas e sociais, mobilizando o máximo possível da solidariedade árabe com o apoio das forças internacionais pela liberdade, a paz e a solidariedade, que busquem a paz e a justiça. Estes são pré-requisitos para alcançarmos os objetivos do povo palestino.
O papel ativo e comprometido da comunidade internacional, através das Nações Unidas e com base nas suas decisões, assim como o fim do monopólio dos EUA sobre essa questão, também são pré-requisitos para o progresso em direção à solução. Além disso, a continuidade de uma questão Palestina não resolvida manterá o Oriente Médio em estado de guerra, ameaçando a paz na região e no mundo."
FONTE da complementação 1: escrito por Aqel Taqz, presidente do Comitê Palestino pela Paz e a Solidariedade, sediado em Ramala, Palestina, filiado ao Conselho Mundial da Paz. Tradução: Moara Crivelente, do Cebrapaz. Artigo postado no portal "Vermelho" (http://www.vermelho.org.br/noticia/264026-9).
COMPLEMENTAÇÃO 2
Por que Israel briga com o papa?
"O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, criticou na sexta-feira (15) Israel por expandir a "colonização" [invasão e apropriação de territórios da Palestina] nos territórios ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Leste. Segundo ele, isso é ilegal de acordo com o direito internacional.
Por Mariana Bazo, da agência norte-americana de notícias "Reuters"
“O secretário-geral lamenta profundamente a continuação da 'colonização' [sic] por parte das autoridades israelenses”, disse, em comunicado, um porta-voz de Ban Ki-moon. O secretário-geral da ONU reiterou que as colonizações são “ilegais sob a legislação internacional” e apelou ao governo de Israel para que “pare e anule esse tipo de decisões”.
Ban Ki-moon disse que a comunidade internacional “não vai reconhecer ações unilaterais sobre o terreno” e insistiu que o estatuto de Jerusalém “só pode ser resolvido por meio de negociações”.
Nos últimos dias, a União Europeia solicitou a Israel que recue na sua intenção de aumentar a colonização, por considerar que ameaça a solução dos dois Estados e gera dúvidas sobre a autenticidade do seu compromisso em negociar um acordo com os palestinos.
FONTE: reportagem de Mariana Bazo, da agência norte-americana de notícias "Reuters". Transcrita pela Agência Brasil e postada no portal "Vermelho" (http://www.vermelho.org.br/noticia/264049-9).
COMPLEMENTAÇÃO 1
Os 67 anos da catástrofe palestina
“O Conselho Central Palestino dedica-se e compromete-se absolutamente com nossos firmes direitos nacionais, com a declaração de independência e com o direito do Estado da Palestina de exercer soberania sobre o seu território.” Com essas palavras, o "Conselho Central da Organização para a Libertação da Palestina" resumiu a posição do povo palestino e sua liderança sobre as bases da solução e da paz no Oriente Médio.
Por Aqel Taqz*
O Conselho Central Palestino “confirma que a segurança, a paz e a estabilidade na Palestina e no Oriente Médio não serão possíveis até que seja criado o Estado independente da Palestina, nas fronteiras de junho de 1967, com Jerusalém como sua capital, assegurando o direito dos refugiados a retornar, de acordo com a Resolução 194 das Nações Unidas, a Iniciativa de Paz Árabe e o direito do povo palestino à autodeterminação”.
Entretanto, os que observam a questão palestina, o mundo árabe e a balança global do poder, podem notar que a perspectiva de uma solução para a questão palestina não é encorajadora atualmente. Também podemos dizer que atores internos, árabes e internacionais, nesta fase, têm tido impacto negativo para o avanço da causa palestina.
Em nível nacional, a divisão que em 2007 levou o Hamas ao poder na Faixa de Gaza ainda se mantém, embora tenhamos muitos acordos assinados entre os dois lados, Fatah e Hamas, com a participação de outros grupos palestinos e a mediação de mais de um país árabe. A situação transforma-se numa crescente, contínua e permanente divisão entre as duas partes da pátria palestina – a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
Alguns ainda acreditam que forças palestinas, regionais e internacionais buscam transformar e endossar a Faixa de Gaza como o Estado Palestino, enquanto a Cisjordânia não seria parte dessa condição devido à expansão massiva de colônias e sua transformação gradual em apartheid, sob o controle de um sistema extremista colonizador.
Embora a Palestina tenha logrado o estatuto de "Estado não membro das Nações Unidas", isso não mudou a forma com que muitos atores veem essa conquista, principalmente nos EUA e em Israel.
Israel mantém seus planos expansionistas com guerras contra o povo palestino, particularmente na Faixa de Gaza, ainda sob o bloqueio imposto há oito anos, e com as restrições de movimento aos palestinos na Cisjordânia. Para identificarmos melhor as práticas e violações das autoridades israelenses da ocupação contra os direitos do povo palestino, basta olharmos para a situação em 2014.
Naquele ano, a Potência Ocupante matou mais de 2.280 palestinos, inclusive 573 crianças, 267 mulheres, 104 idosos, indicando a maioria dos mártires durante a agressão israelense contra Gaza, enquanto na Cisjordânia eles chegaram a 74 mortos.
Entre os feridos estiveram 12.300 cidadãos alvos dos ataques israelenses, inclusive 3.500 crianças, 2.100 mulheres e 430 idosos. 81% das vítimas das agressões eram civis e 1/3 das crianças feridas sofrerão com incapacidades permanentes.
Com relação aos ataques e práticas israelenses na Cisjordânia e as violações em Jerusalém, essas incluíram a morte de 15 pessoas em Jerusalém, inclusive de dois mártires que caíram nas mãos dos colonos. A Potência Ocupante decidiu construir 16.704 novas casas em 33 "colônias" e emitiu 18 ordens militares para confiscar milhares de acres de terra [da Palestina invadida].
Ela ainda arrasou 4.400 acres de terra, 2.180 deles para a expansão de colônias, enquanto as autoridades da ocupação invadem 13.439 hectares por razões securitárias e os colonos arrancaram e queimaram cerca de sete mil árvores, majoritariamente oliveiras, parreiras e amendoeiras.
O ano de 2014 também viu aumento extraordinário no número de violações perpetradas por colonos, quando atacaram 764 palestinos ou suas propriedades, principalmente na cidade de Jerusalém (290 ataques), seguida de Hebron (132 ataques), Nablus (115) e Belém (107).
Nas prisões, as autoridades da ocupação fizeram cerca de 6.059 detenções no último ano, com notável escalada das prisões de crianças. As detenções ficaram numa média de 505 casos por mês, ou 17 casos por dia. Em 2014, as autoridades da ocupação detiveram 1.266 crianças, majoritariamente na segunda metade do ano, com um aumento de 36% das prisões em comparação com 2013.
Devido aos resultados das recentes eleições parlamentares em Israel, pode-se ver que a opinião pública está se movendo para a direita e para o extremismo. O novo gabinete israelense formado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu coloca pessoas no Ministério da Justiça e no Ministério da Defesa Nacional que, pode-se dizer, formam um governo fascista por excelência.
Os Estados Unidos continuam sendo os principais patrocinadores do chamado "processo de paz" [sic] que, há mais de 20 anos, não faz qualquer esforço sério pelo progresso em prol de uma solução, mas carrega a tendenciosidade usual a favor de Israel. Isso ocorre apesar do estremecimento entre as lideranças dos dois países, o que de forma alguma afeta a aliança estratégica entre eles, em que os EUA continuam almejando a “gestão” do conflito, e não sua solução.
Os Estados árabes que apoiariam e seriam parceiros estratégicos da Palestina, em sua maior parte e, desde o início do que se intitulou “Primavera Árabe”, estão passando por condicionamentos internos, alguns deles chegando ao colapso estatal e ao caos dos confrontos. É o caso da Líbia ou das guerras civis com as forças do terrorismo e o extremismo para controlar grandes partes do território, como é o caso do Iraque e da Síria. Por outro lado, há aqueles que estão ocupados com suas situações internas e os que apoiam o terrorismo, ou os que atacam outros países árabes, como [a Arábia Saudita no] Iêmen.
Como resultado, perdemos a solidariedade árabe com a questão palestina, a ponto de alguns países considerarem que Israel não é uma ameaça. Ao contrário, alianças foram estabelecidas com Israel contra o Irã, como se tratasse de um inimigo comum.
Adicionando isso ao enfraquecimento da comunidade internacional e da ONU, os EUA continuam mantendo sua exclusividade na “gestão da crise” na região, o que não nos traz solução no futuro próximo. E porque a questão palestina é em grande parte influenciada pelo que ocorre no mundo árabe, principalmente devido à presença de centenas de milhares de refugiados palestinos em alguns desses países, a parte paga pelos palestinos foi muito alta. Talvez o que está acontecendo no campo de Yarmouk, na Síria, e o risco de transmissão para outros campos, particularmente no Líbano, nos avise do perigo e da real ameaça à questão dos refugiados, uma das principais para a solução do problema.
Temos também uma situação complicada na importante cidade de Jerusalém, com os esforços israelenses para esvaziá-la da população árabe através das contínuas campanhas de colonização e do seu anúncio como “a eterna capital de Israel”. Isso torna a solução ainda mais difícil, já que Jerusalém Oriental deveria ser a capital de um Estado palestino independente.
Assim, a questão palestina é posta à espera do resultado dos conflitos contínuos na região, do ambiente propício regional e internacionalmente, quando vemos o realinhamento de forças e a mudança de posições com relação à Palestina de atitudes com relação a Israel como Potência Ocupante.
O tradicional apoio à questão palestina baseia-se na legitimidade internacional e na justiça dessa questão, mas essa não é mais uma constante. Podemos notar a mudança de atitude em muitos países, inclusive o Chipre e a Grécia, que aprofundam suas relações políticas, econômicas e militares com Israel às custas dos posicionamentos históricos de apoio à causa palestina.
Por Aqel Taqz*
O Conselho Central Palestino “confirma que a segurança, a paz e a estabilidade na Palestina e no Oriente Médio não serão possíveis até que seja criado o Estado independente da Palestina, nas fronteiras de junho de 1967, com Jerusalém como sua capital, assegurando o direito dos refugiados a retornar, de acordo com a Resolução 194 das Nações Unidas, a Iniciativa de Paz Árabe e o direito do povo palestino à autodeterminação”.
Entretanto, os que observam a questão palestina, o mundo árabe e a balança global do poder, podem notar que a perspectiva de uma solução para a questão palestina não é encorajadora atualmente. Também podemos dizer que atores internos, árabes e internacionais, nesta fase, têm tido impacto negativo para o avanço da causa palestina.
Em nível nacional, a divisão que em 2007 levou o Hamas ao poder na Faixa de Gaza ainda se mantém, embora tenhamos muitos acordos assinados entre os dois lados, Fatah e Hamas, com a participação de outros grupos palestinos e a mediação de mais de um país árabe. A situação transforma-se numa crescente, contínua e permanente divisão entre as duas partes da pátria palestina – a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
Alguns ainda acreditam que forças palestinas, regionais e internacionais buscam transformar e endossar a Faixa de Gaza como o Estado Palestino, enquanto a Cisjordânia não seria parte dessa condição devido à expansão massiva de colônias e sua transformação gradual em apartheid, sob o controle de um sistema extremista colonizador.
Embora a Palestina tenha logrado o estatuto de "Estado não membro das Nações Unidas", isso não mudou a forma com que muitos atores veem essa conquista, principalmente nos EUA e em Israel.
Israel mantém seus planos expansionistas com guerras contra o povo palestino, particularmente na Faixa de Gaza, ainda sob o bloqueio imposto há oito anos, e com as restrições de movimento aos palestinos na Cisjordânia. Para identificarmos melhor as práticas e violações das autoridades israelenses da ocupação contra os direitos do povo palestino, basta olharmos para a situação em 2014.
Naquele ano, a Potência Ocupante matou mais de 2.280 palestinos, inclusive 573 crianças, 267 mulheres, 104 idosos, indicando a maioria dos mártires durante a agressão israelense contra Gaza, enquanto na Cisjordânia eles chegaram a 74 mortos.
Entre os feridos estiveram 12.300 cidadãos alvos dos ataques israelenses, inclusive 3.500 crianças, 2.100 mulheres e 430 idosos. 81% das vítimas das agressões eram civis e 1/3 das crianças feridas sofrerão com incapacidades permanentes.
Com relação aos ataques e práticas israelenses na Cisjordânia e as violações em Jerusalém, essas incluíram a morte de 15 pessoas em Jerusalém, inclusive de dois mártires que caíram nas mãos dos colonos. A Potência Ocupante decidiu construir 16.704 novas casas em 33 "colônias" e emitiu 18 ordens militares para confiscar milhares de acres de terra [da Palestina invadida].
Ela ainda arrasou 4.400 acres de terra, 2.180 deles para a expansão de colônias, enquanto as autoridades da ocupação invadem 13.439 hectares por razões securitárias e os colonos arrancaram e queimaram cerca de sete mil árvores, majoritariamente oliveiras, parreiras e amendoeiras.
O ano de 2014 também viu aumento extraordinário no número de violações perpetradas por colonos, quando atacaram 764 palestinos ou suas propriedades, principalmente na cidade de Jerusalém (290 ataques), seguida de Hebron (132 ataques), Nablus (115) e Belém (107).
Nas prisões, as autoridades da ocupação fizeram cerca de 6.059 detenções no último ano, com notável escalada das prisões de crianças. As detenções ficaram numa média de 505 casos por mês, ou 17 casos por dia. Em 2014, as autoridades da ocupação detiveram 1.266 crianças, majoritariamente na segunda metade do ano, com um aumento de 36% das prisões em comparação com 2013.
Devido aos resultados das recentes eleições parlamentares em Israel, pode-se ver que a opinião pública está se movendo para a direita e para o extremismo. O novo gabinete israelense formado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu coloca pessoas no Ministério da Justiça e no Ministério da Defesa Nacional que, pode-se dizer, formam um governo fascista por excelência.
Os Estados Unidos continuam sendo os principais patrocinadores do chamado "processo de paz" [sic] que, há mais de 20 anos, não faz qualquer esforço sério pelo progresso em prol de uma solução, mas carrega a tendenciosidade usual a favor de Israel. Isso ocorre apesar do estremecimento entre as lideranças dos dois países, o que de forma alguma afeta a aliança estratégica entre eles, em que os EUA continuam almejando a “gestão” do conflito, e não sua solução.
Os Estados árabes que apoiariam e seriam parceiros estratégicos da Palestina, em sua maior parte e, desde o início do que se intitulou “Primavera Árabe”, estão passando por condicionamentos internos, alguns deles chegando ao colapso estatal e ao caos dos confrontos. É o caso da Líbia ou das guerras civis com as forças do terrorismo e o extremismo para controlar grandes partes do território, como é o caso do Iraque e da Síria. Por outro lado, há aqueles que estão ocupados com suas situações internas e os que apoiam o terrorismo, ou os que atacam outros países árabes, como [a Arábia Saudita no] Iêmen.
Como resultado, perdemos a solidariedade árabe com a questão palestina, a ponto de alguns países considerarem que Israel não é uma ameaça. Ao contrário, alianças foram estabelecidas com Israel contra o Irã, como se tratasse de um inimigo comum.
Adicionando isso ao enfraquecimento da comunidade internacional e da ONU, os EUA continuam mantendo sua exclusividade na “gestão da crise” na região, o que não nos traz solução no futuro próximo. E porque a questão palestina é em grande parte influenciada pelo que ocorre no mundo árabe, principalmente devido à presença de centenas de milhares de refugiados palestinos em alguns desses países, a parte paga pelos palestinos foi muito alta. Talvez o que está acontecendo no campo de Yarmouk, na Síria, e o risco de transmissão para outros campos, particularmente no Líbano, nos avise do perigo e da real ameaça à questão dos refugiados, uma das principais para a solução do problema.
Temos também uma situação complicada na importante cidade de Jerusalém, com os esforços israelenses para esvaziá-la da população árabe através das contínuas campanhas de colonização e do seu anúncio como “a eterna capital de Israel”. Isso torna a solução ainda mais difícil, já que Jerusalém Oriental deveria ser a capital de um Estado palestino independente.
Assim, a questão palestina é posta à espera do resultado dos conflitos contínuos na região, do ambiente propício regional e internacionalmente, quando vemos o realinhamento de forças e a mudança de posições com relação à Palestina de atitudes com relação a Israel como Potência Ocupante.
O tradicional apoio à questão palestina baseia-se na legitimidade internacional e na justiça dessa questão, mas essa não é mais uma constante. Podemos notar a mudança de atitude em muitos países, inclusive o Chipre e a Grécia, que aprofundam suas relações políticas, econômicas e militares com Israel às custas dos posicionamentos históricos de apoio à causa palestina.
Entretanto, o povo palestino, apesar das dificuldades, está determinado a continuar lutando por seus direitos e para encerrar a ocupação, criando um Estado independente nas fronteiras de junho de 1967, com Jerusalém Leste como capital, resolvendo a questão dos refugiados com base nas resoluções do direito internacional.
Acreditamos no fim da divisão interna palestina e na formação de uma estratégia nacional através do diálogo nacional, com a participação de todas as forças políticas e sociais, mobilizando o máximo possível da solidariedade árabe com o apoio das forças internacionais pela liberdade, a paz e a solidariedade, que busquem a paz e a justiça. Estes são pré-requisitos para alcançarmos os objetivos do povo palestino.
O papel ativo e comprometido da comunidade internacional, através das Nações Unidas e com base nas suas decisões, assim como o fim do monopólio dos EUA sobre essa questão, também são pré-requisitos para o progresso em direção à solução. Além disso, a continuidade de uma questão Palestina não resolvida manterá o Oriente Médio em estado de guerra, ameaçando a paz na região e no mundo."
FONTE da complementação 1: escrito por Aqel Taqz, presidente do Comitê Palestino pela Paz e a Solidariedade, sediado em Ramala, Palestina, filiado ao Conselho Mundial da Paz. Tradução: Moara Crivelente, do Cebrapaz. Artigo postado no portal "Vermelho" (http://www.vermelho.org.br/noticia/264026-9).
COMPLEMENTAÇÃO 2
Por que Israel briga com o papa?
"O anúncio do Vaticano, de que reconhecerá oficialmente o Estado da Palestina em novo tratado, provocou muxoxos e esperneios do governo liderado por Benjamin Netanyahu. A razão é simples, embora pareça apenas simbólica em alguns aspectos.
Por Breno Altman, no "Opera Mundi"
O estatuto atual da Autoridade Palestina (AP), inferior ao de nação plenamente estabelecida, favorece chantagem exercida pela aliança entre Israel e Estados Unidos.
Ou os palestinos aceitam exigências draconianas apresentadas pela direita sionista ou verão seu futuro nacional adiado para as calendas gregas: tais são os termos praticados por Telavive, com a benção da Casa Branca.
Quando este cerco é rompido, através do estabelecimento de relações diplomáticas integrais, tanto por países quanto por fóruns internacionais, entra em crise a política de asfixia e protelação contra a Palestina.
Não é à toa a reação intempestiva protagonizada por Netanyahu desde 2011, quando Mahmoud Abbas, presidente da AP, solicitou condição de membro pleno na Organização das Nações Unidas.
Os Estados Unidos ameaçaram vetar, no Conselho de Segurança da instituição, qualquer decisão favorável a essa demanda. Acabou-se por atribuir o título de "Estado observador" à Palestina.
Algumas agências da ONU, no entanto, acataram a proposição de Abbas, como foi o caso da UNESCO, imediatamente punida com o corte das contribuições devidas pelos norte-americanos à entidade.
A belicosidade sionista ficou ainda mais exacerbada no mês passado, quando os palestinos passaram a participar do Tribunal Penal Internacional, sediado em Haia.
A medida permite que crimes cometidos nos territórios ocupados por Israel desde 1967 possam ser julgados nessa corte, incluindo o massacre de civis na Faixa de Gaza, levado a cabo em 2014, durante a chamada "Operação Margem Protetora".
Vários países e parlamentos seguiram a mesma senda, entre esses o Brasil e diversas outras nações sul-americanas. O papa Francisco agora se soma, oficialmente, ao bloco que pretende esvaziar o jogo sujo patrocinado pelos piores setores do sionismo.
A chancelaria israelense não tardou a demonstrar seu desagrado, em nota oficial: “Esse passo não faz avançar o processo de paz e põe os líderes palestinos ainda mais distantes de um retorno às negociações diretas e bilaterais”.
A redação cifrada não esconde o gosto amargo da derrota diplomática: a cada avanço na recepção incondicional da Palestina em organismos da comunidade internacional, mais se deslegitima o garrote racista de Israel.
A posição do Vaticano também atinge o plano simbólico, ao fixar comunhão entre católicos e muçulmanos a respeito da questão palestina.
Esse movimento dificilmente provocará recuos importantes no comportamento de Israel, mas colabora para criar um novo ambiente, de crescente isolamento, no qual podem se multiplicar operações de boicote e pressão capazes de dobrar a coluna vertebral do colonialismo sionista, forçando-o a um acordo de paz justo e permanente.
O medo de Telavive é viver, mais cedo ou mais tarde, sufoco semelhante ao da África do Sul na era do apartheid, tratada como pária pela maioria das nações até bater a mão na lona.
A preocupação não é despropositada, embora longínqua. A atitude do papa Francisco, nessa lógica, aproxima a hora da verdade para Netanyahu e seus aliados."
FONTE da complementação 2: escrito por Breno Altman, no "Opera Mundi". Artigo postado no portal "Vermelho" (http://www.vermelho.org.br/noticia/263999-9).
Por Breno Altman, no "Opera Mundi"
O estatuto atual da Autoridade Palestina (AP), inferior ao de nação plenamente estabelecida, favorece chantagem exercida pela aliança entre Israel e Estados Unidos.
Ou os palestinos aceitam exigências draconianas apresentadas pela direita sionista ou verão seu futuro nacional adiado para as calendas gregas: tais são os termos praticados por Telavive, com a benção da Casa Branca.
Quando este cerco é rompido, através do estabelecimento de relações diplomáticas integrais, tanto por países quanto por fóruns internacionais, entra em crise a política de asfixia e protelação contra a Palestina.
Não é à toa a reação intempestiva protagonizada por Netanyahu desde 2011, quando Mahmoud Abbas, presidente da AP, solicitou condição de membro pleno na Organização das Nações Unidas.
Os Estados Unidos ameaçaram vetar, no Conselho de Segurança da instituição, qualquer decisão favorável a essa demanda. Acabou-se por atribuir o título de "Estado observador" à Palestina.
Algumas agências da ONU, no entanto, acataram a proposição de Abbas, como foi o caso da UNESCO, imediatamente punida com o corte das contribuições devidas pelos norte-americanos à entidade.
A belicosidade sionista ficou ainda mais exacerbada no mês passado, quando os palestinos passaram a participar do Tribunal Penal Internacional, sediado em Haia.
A medida permite que crimes cometidos nos territórios ocupados por Israel desde 1967 possam ser julgados nessa corte, incluindo o massacre de civis na Faixa de Gaza, levado a cabo em 2014, durante a chamada "Operação Margem Protetora".
Vários países e parlamentos seguiram a mesma senda, entre esses o Brasil e diversas outras nações sul-americanas. O papa Francisco agora se soma, oficialmente, ao bloco que pretende esvaziar o jogo sujo patrocinado pelos piores setores do sionismo.
A chancelaria israelense não tardou a demonstrar seu desagrado, em nota oficial: “Esse passo não faz avançar o processo de paz e põe os líderes palestinos ainda mais distantes de um retorno às negociações diretas e bilaterais”.
A redação cifrada não esconde o gosto amargo da derrota diplomática: a cada avanço na recepção incondicional da Palestina em organismos da comunidade internacional, mais se deslegitima o garrote racista de Israel.
A posição do Vaticano também atinge o plano simbólico, ao fixar comunhão entre católicos e muçulmanos a respeito da questão palestina.
Esse movimento dificilmente provocará recuos importantes no comportamento de Israel, mas colabora para criar um novo ambiente, de crescente isolamento, no qual podem se multiplicar operações de boicote e pressão capazes de dobrar a coluna vertebral do colonialismo sionista, forçando-o a um acordo de paz justo e permanente.
O medo de Telavive é viver, mais cedo ou mais tarde, sufoco semelhante ao da África do Sul na era do apartheid, tratada como pária pela maioria das nações até bater a mão na lona.
A preocupação não é despropositada, embora longínqua. A atitude do papa Francisco, nessa lógica, aproxima a hora da verdade para Netanyahu e seus aliados."
FONTE da complementação 2: escrito por Breno Altman, no "Opera Mundi". Artigo postado no portal "Vermelho" (http://www.vermelho.org.br/noticia/263999-9).
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