“FHC TRATA O BRASILEIRO COMO IDIOTA”
"O jornalista Paulo Nogueira, editor do 'Diário do Centro do Mundo', criticou o ex-presidente por dizer no programa do PSDB que a corrupção na Petrobras iniciou-se no governo Lula: "Fomos obrigados a ver FHC dar lição de moral, ele que comprou a emenda da reeleição", disse Nogueira. "Ao agir assim, FHC trata o brasileiro como um idiota. Onde está o sociólogo? Desapareceu para dar lugar ao demagogo?", questionou.
Do "Brasil 247"
O jornalista Paulo Nogueira, editor do "Diário do Centro do Mundo" (DCM) disse ontem, quarta-feira, 20, que a "única coisa decente" do programa do PSDB, veiculado nacionalmente na terça-feira, 19, foi a ausência do senador José Serra (SP).
Para Nogueira, as pessoas que assistiram à peça são instadas a achar que a maior tragédia nacional é a corrupção, e não a desigualdade. "E especificamente a corrupção depois dos anos FHC. A partir dessa base cínica, errada e demagógica não há conteúdo que resista", afirmou.
Nogueira criticou as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC)/PSDB, que disse que os casos de corrupção na Petrobras começaram no governo do ex-presidente Lula. "Fomos obrigados a ver FHC dar lição de moral, ele que comprou a emenda da reeleição. Ao agir assim, FHC trata o brasileiro como um idiota. Onde está o sociólogo? Desapareceu para dar lugar ao demagogo?", questionou o jornalista.
"Só quem leva a sério é aquele público que foi acertadamente caracterizado como "midiotas" – os analfabetos políticos que, sob o estímulo imbecilizador da imprensa, gostam de bater panelas e se enrolar em bandeiras para protestar na Paulista", afirmou Paulo Nogueira. Segundo o editor do DCM, fica a impressão de que FHC não tem ideia do mal que faz à imagem que o futuro guardará dele como político e intelectual ao falar tanto em corrupção.
Para Nogueira, as pessoas que assistiram à peça são instadas a achar que a maior tragédia nacional é a corrupção, e não a desigualdade. "E especificamente a corrupção depois dos anos FHC. A partir dessa base cínica, errada e demagógica não há conteúdo que resista", afirmou.
Nogueira criticou as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC)/PSDB, que disse que os casos de corrupção na Petrobras começaram no governo do ex-presidente Lula. "Fomos obrigados a ver FHC dar lição de moral, ele que comprou a emenda da reeleição. Ao agir assim, FHC trata o brasileiro como um idiota. Onde está o sociólogo? Desapareceu para dar lugar ao demagogo?", questionou o jornalista.
"Só quem leva a sério é aquele público que foi acertadamente caracterizado como "midiotas" – os analfabetos políticos que, sob o estímulo imbecilizador da imprensa, gostam de bater panelas e se enrolar em bandeiras para protestar na Paulista", afirmou Paulo Nogueira. Segundo o editor do DCM, fica a impressão de que FHC não tem ideia do mal que faz à imagem que o futuro guardará dele como político e intelectual ao falar tanto em corrupção.
Leia a seguir a íntegra do texto de Paulo Nogueira:
Por Paulo Nogueira
Fanfarrão
"Eu não estava esperando nada do programa de tevê do PSDB, mas…
Bem, mas mesmo assim ele conseguiu ser pior do que minhas mais baixas expectativas.
A única coisa decente foi a ausência de Serra.
O problema maior está na essência da mensagem.
As pessoas são instadas a achar que a maior tragédia nacional é a corrupção, e não a desigualdade.
E especificamente a corrupção depois dos anos FHC.
A partir dessa base cínica, errada e demagógica não há conteúdo que resista.
E então fomos obrigados a ver FHC dar lição de moral, ele que comprou a emenda da reeleição...
Fanfarrão
"Eu não estava esperando nada do programa de tevê do PSDB, mas…
Bem, mas mesmo assim ele conseguiu ser pior do que minhas mais baixas expectativas.
A única coisa decente foi a ausência de Serra.
O problema maior está na essência da mensagem.
As pessoas são instadas a achar que a maior tragédia nacional é a corrupção, e não a desigualdade.
E especificamente a corrupção depois dos anos FHC.
A partir dessa base cínica, errada e demagógica não há conteúdo que resista.
E então fomos obrigados a ver FHC dar lição de moral, ele que comprou a emenda da reeleição...
Ao agir assim, FHC trata o brasileiro como um idiota.
Onde está o sociólogo? Desapareceu para dar lugar ao demagogo?
Compare.
Poucas semanas atrás, o sociólogo italiano Domenico de Masi traçou um retrato do Brasil que faz FHC parecer um aprendiz desorientado.
Com propriedade, Domenico disse que o mal maior do Brasil é a desigualdade social. A corrupção – que deve ser combatida, e está sendo, aliás – é uma migalha comparada à iniquidade.
Acabe com a corrupção. Se você não acabar também com a desigualdade, nada vai mudar. Continuaremos a ter os extremos de opulência e miséria tão condenados por Rousseau.
Acabe com a desigualdade. O resto vem, e rápido. Sociedades igualitárias são muito menos corruptas que as demais, como bem mostra a Escandinávia.
E mesmo assim você não encontra um líder tucano que não fale em corrupção.
Até nisso o PSDB deveria se atualizar. Os tucanos usam, sem sucesso, a mesma arma desonesta que a direita empregou nos anos 1950 e 1960 para derrubar Getúlio e Jango.
Lacerda falava no “mar de lama”, e até essa expressão foi copiada por Aécio em sua fracassada campanha.
É uma estratégia velha – e despudorada.
Todos sabem que o presidente do PSDB anterior a Aécio recebeu [propina de] 10 milhões de reais para não levar adiante uma CPI da Petrobras.
Todos sabem também do aeroporto privativo que Aécio mandou construir [com dinheiro público] em Cláudio-MG, em terras da família.
E mesmo assim os tucanos falam malandramente em corrupção como se fossem carmelitas.
Só quem leva a sério é aquele público que foi acertadamente caracterizado como “midiotas” – os analfabetos políticos que, sob o estímulo imbecilizador da imprensa, gostam de bater panelas e se enrolar em bandeiras para protestar na Paulista.
Fica a impressão de que FHC não tem ideia do mal que faz à imagem que o futuro guardará dele como político e intelectual ao falar tanto em corrupção.
Como presidente, ainda será julgado pela posteridade. A estabilização foi uma vitória, mas um olhar mais profundo sobre o programa de privatizações à Thatcher pode ser fatal para sua reputação póstuma.
Como sociólogo, dada sua monomania – a corrupção –, FHC já foi para a lata do lixo faz muito tempo."
FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Nogueira, editor do 'Diário do Centro do Mundo' e transcrito e comentado no portal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/181725/DCM-%E2%80%9CFHC-trata-o-brasileiro-como-idiota%E2%80%9D.htm) e (http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-unica-coisa-que-se-salvou-no-programa-do-psdb-foi-a-ausencia-de-serra-por-paulo-nogueira/).
Onde está o sociólogo? Desapareceu para dar lugar ao demagogo?
Compare.
Poucas semanas atrás, o sociólogo italiano Domenico de Masi traçou um retrato do Brasil que faz FHC parecer um aprendiz desorientado.
Com propriedade, Domenico disse que o mal maior do Brasil é a desigualdade social. A corrupção – que deve ser combatida, e está sendo, aliás – é uma migalha comparada à iniquidade.
Acabe com a corrupção. Se você não acabar também com a desigualdade, nada vai mudar. Continuaremos a ter os extremos de opulência e miséria tão condenados por Rousseau.
Acabe com a desigualdade. O resto vem, e rápido. Sociedades igualitárias são muito menos corruptas que as demais, como bem mostra a Escandinávia.
E mesmo assim você não encontra um líder tucano que não fale em corrupção.
Até nisso o PSDB deveria se atualizar. Os tucanos usam, sem sucesso, a mesma arma desonesta que a direita empregou nos anos 1950 e 1960 para derrubar Getúlio e Jango.
Lacerda falava no “mar de lama”, e até essa expressão foi copiada por Aécio em sua fracassada campanha.
É uma estratégia velha – e despudorada.
Todos sabem que o presidente do PSDB anterior a Aécio recebeu [propina de] 10 milhões de reais para não levar adiante uma CPI da Petrobras.
Todos sabem também do aeroporto privativo que Aécio mandou construir [com dinheiro público] em Cláudio-MG, em terras da família.
E mesmo assim os tucanos falam malandramente em corrupção como se fossem carmelitas.
Só quem leva a sério é aquele público que foi acertadamente caracterizado como “midiotas” – os analfabetos políticos que, sob o estímulo imbecilizador da imprensa, gostam de bater panelas e se enrolar em bandeiras para protestar na Paulista.
Fica a impressão de que FHC não tem ideia do mal que faz à imagem que o futuro guardará dele como político e intelectual ao falar tanto em corrupção.
Como presidente, ainda será julgado pela posteridade. A estabilização foi uma vitória, mas um olhar mais profundo sobre o programa de privatizações à Thatcher pode ser fatal para sua reputação póstuma.
Como sociólogo, dada sua monomania – a corrupção –, FHC já foi para a lata do lixo faz muito tempo."
FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Nogueira, editor do 'Diário do Centro do Mundo' e transcrito e comentado no portal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/181725/DCM-%E2%80%9CFHC-trata-o-brasileiro-como-idiota%E2%80%9D.htm) e (http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-unica-coisa-que-se-salvou-no-programa-do-psdb-foi-a-ausencia-de-serra-por-paulo-nogueira/).
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