terça-feira, 4 de agosto de 2015

AINDA A PIADA DA PODRE INGLATERRA QUERER FALAR MAL DO BRASIL...



      Crise: Financial Times agora é japonês...

O editorial "Yes, Bwana!" e o nosso "Hai, Bwana!" do Financial Times

"A imprensa brasileira destacou amplamente o "duro" editorial da quinta-feira (23) do jornal inglês "Financial Times" sobre a crise política e econômica no Brasil. Com o título “Recessão e politicagem: a crescente podridão no Brasil”, o texto conclui que a “incompetência, arrogância e corrupção abalaram a magia” do nosso país.

Por Mauro Santayana, em seu blog

Assim como há quem se pergunte, nos moldes da sabedoria popular, de que se riem as hienas, seria o caso de se perguntar de que estava falando o "Financial Times" quando chamou o Brasil de "um filme de terror sem fim", em seu editorial, prontamente reproduzido e incensado, com estardalhaço, por uma multidão de "Yes, Bwana!" nativos, prostrados - como os antigos criados negros na frente de seus mestres estrangeiros nos filmes de Tarzan - diante do trovejar do Grande Totem Branco do Reino Unido de Sua Majestade Elizabeth, quando ele se digna a contemplar com sua atenção este “pobre” e “subdesenvolvido” país.





Diante de tão poderoso édito e tão diligentes arautos, não há, no entanto, como deixar, também, de se perguntar:

Afinal, na economia, de que estava falando - ou rindo, como hiena - o Financial Times?

Se a Inglaterra, com uma economia do mesmo tamanho da nossa, tem uma dívida externa 20 vezes maior que a do Brasil, de 430% [do PIB] contra menos de 25% do PIB [no Brasil]?

Se as reservas internacionais britânicas são, também segundo o Banco Mundial, quase quatro vezes menores (107 bilhões contra 370 bilhões de dólares) que as do Brasil ? Se o déficit inglês no ano passado foi de 5,5%, o maior desde que os registros começaram em 1948, e a renda per capita ainda está 1,2% abaixo da que era no início de 2008, antes da eclosão da Crise da Subprime?

Quanto à corrupção, também seria o caso de se perguntar: de que estava falando - ou rindo, como uma hiena - o Financial Times? Se a Inglaterra é tão corrupta, que deputados falsificam notas para receber ressarcimento e aplicam a verba de gabinete até para a assinatura de canais pornográficos?

Se a Inglaterra é tão corrupta, que o político conservador e ex-presidente do Comitê de Inteligência do Parlamento Malcolm Rifkind, que trabalhou por mais de uma década nos gabinetes da famigerada Margaret Thatcher e do ex-primeiro-ministro John Major, e o político trabalhista Jack Straw, ex-secretário de Justiça, Ministro do Interior, Ministro de Relações Exteriores e ex-líder da Câmara dos Comuns, caíram em uma arapuca criada por um jornal e um canal de televisão, no início deste ano, e foram filmados sendo contratados para vender serviços de "consultoria" para pressionar embaixadores britânicos e líderes de pequenos países europeus para favorecer os negócios de uma empresa chinesa (fictícia), por quantias que variavam de 5.000 a 8.000 libras por dia?

Se em 2010, o mesmo tipo de reportagem, feita também pelo "Channel 4", revelou que deputados e Lordes britânicos, como os ex-ministros trabalhistas Stephen Byers, a ex-secretária (ministra) de "Transportes, Governo Local e das Regiões", Patricia Hewitt o ex-secretário (ministro) de Saúde, Geoff Hoon, e o ex-secretário (ministro) dos Transportes e ex-secretário (ministro) da Defesa Richard Caborn estavam dispostos a fazer lobby em favor de empresas privadas em troca de grandes somas de dinheiro, em um esquema que foi total e convenientemente blindado pelo governo do Primeiro-Ministro Gordon Brown?

Se, dois anos mais tarde, em maio de 2012, foram revelados que teriam sido oferecidos pelo tesoureiro do Partido Conservador, Peter Cruddas, jantares "íntimos" com o Primeiro-Ministro David Cameron – que está atualmente no poder – pela módica quantia de 250.000 libras, quase um milhão de reais, em "doação" para seu partido, e o gabinete do Primeiro-Ministro se recusou a revelar qualquer detalhe sobre esses jantares, nome dos "convidados" etc, alegando que eles eram "privados"?

Já imaginaram se fosse o Lula no lugar do Cameron? O que não iria dizer do Brasil o Financial Times em seus editoriais?

Finalmente, quanto à questão política, de que fala, como uma hiena - o Financial Times, com relação à popularidade da presidenta Dilma Rousseff, se a desaprovação do Primeiro-Ministro James Cameron, segundo a empresa de monitoramento de redes sociais "Talkwalker", subiu de 25% para 65%, e o número de cidadãos que o aprova caiu de 9 para 7% nos últimos meses?

Não seria o caso - se nos preocupássemos com eles da mesma maneira que eles insistem em se meter em nossos assuntos - de escrever um editorial sobre a "permanente podridão da Grã Bretanha" ?

É por isso, por sua mania de dar lições aos outros, que os ingleses acabam tomando as suas. Quando a empáfia é muita, ela incomoda os deuses, e o castigo vem a cavalo.

Na mesma quinta-feira 23, do seu arrogante editorial sobre a situação brasileira, em suave vingança poética, depois de 153 anos servindo de escudo e biombo para a hipocrisia de um império decadente, erguido por corsários, bandidos e traficantes de drogas - vide a Guerra do Ópio - o Grupo Financial Times - por incompetência e risco de quebra - incluindo o próprio jornal e todas as suas outras publicações - foi vendido para o grupo japonês Nikkei.Inc, por US$ 1,3 bilhão.

A partir de agora, os jornalistas, editores e "analistas" do FT, famosos pela visão colonialista que têm do resto do mundo, vão ter que se acostumar - os que sobrarem, depois das demissões - a trabalhar, debaixo de chibata - em sentido figurado, mas não menos doloroso - para o Império do Sol Nascente, como os figurantes do clássico filme de guerra a Ponte do Rio Kwai, e a pronunciar "Hi, Bwana-San!", para seus novos donos nipônicos, expressão que deveria ser aprendida, por osmose - para que possam reconhecer quem são, a partir de agora, seus novos mestres - pelos "Yes, Bwana!" - nacionais."


FONTE: escrito por Mauro Santayana, em seu blog. Transcrito no portal "Vermelho"  (http://www.vermelho.org.br/noticia/268286-6). [Título, legenda e gravura acrescentados por este blog 'democracia&política'].

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